Pai de noivo que matou a mulher em
casamento diz não entender atitude do filho
João Bosco relata conversa que teve com Rogério Damascena pouco antes do crime
Do R7, com Rede Record
O pai do supervisor de vendas que matou a mulher, Renata Coelho, e um padrinho durante a festa de seu próprio casamento, diz que ainda não consegue entender a atitude do filho, que se suicidou após atirar nas duas vítimas.
Em entrevista exclusiva, João Bosco Damascena lembra que Rogério, de 29 anos, sempre foi uma pessoa carinhosa e muito apegada à família.
- Por mais que eu me pergunte, por mais que eu busque, por mais que eu peça a Deus que me clareie, que me mostre o motivo, eu não sei. Ele não teria motivos para cometer esse ato. Era um menino alegre, feliz, com muitos projetos para o futuro dele e da Renata.
O caso ocorreu no domingo passado (19) na estrada de Aldeia, município de Camaragibe, região metropolitana de Recife. Rogério e Renata namoravam havia três anos. A festa do casamento era realizada dentro de um condomínio de luxo. Cerca de 200 pessoas foram convidadas.
O pai do noivo relata uma conversa que teve com o filho durante a festa, momentos antes do crime.
- De mesa em mesa, ele parou na minha. Com ela de lado e com a mão dada. Parou na minha mesa e me abraçou. Disse ‘painho, eu te amo. Eu estou feliz’. Ele me fez essa declaração.
Ao lembrar o que ocorreu em seguida, João Bosco afirma que viu o filho atirar.
- Vi ele correndo atrás de um rapaz. E atirou no rapaz. Insistentemente. Caiu o rapaz, ele atirou mais. E depois atirou no ouvido. Eu vi essa cena. E a cena está gravada no meu subconsciente, que não vai apagar nunca.
Entenda o caso:
Caso Rogério Damascena: Tese de ciúme do noivo começa a se confirmar Tem se confirmado ou se ratificado, com as demais declarações, a versão da família de Renata, de que ele nutria por ela um ciúme doentio, patológico
TRAGÉDIA EM PERNAMBUCO
A arma utilizada por Rogério Damascena (foto) no assassinato de sua noiva, a advogada Renata Alexandre Costa Coelho e do padrinho de casamento, Marcelo André Guimarães, foi encontrada com o pai de Rogério, o funcionário público João Bosco Damascena, 59 anos. A confirmação foi dada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso.
João Bosco Damascena se apresentou espontaneamente ao DHPP e, por isso, não pôde ser preso em flagrante. Ele entregou a pistola que disse ter retirado do local do crime enquanto o filho era socorrido. Ele disse também que a arma ficou escondida no apartamento em que está hospedado, no Recife. Ele deixou a delegacia no meio da noite da última quarta (22), sem dar entrevista.
João Bosco Damascena será indiciado pelos crimes de obstrução da justiça, porte ilegal de arma e falso testemunho. O advogado da família disse que o pai ficou com a pistola para evitar a condenação do filho. "Foi uma decisão dele, na hora, logo após o suicídio do rapaz. Quando ele [Rogério] tomba, ele achou que poderia estar colaborando com o filho, escondendo a arma", explicou o defensor, Maurício Bezerra.
A polícia já ouviu, até agora, depoimentos de 32 testemunhas na tentativa de esclarecer as causas dos crimes. Falta ainda ouvir o depoimento da mãe do noivo, que poderia das mais detalhes do comportamento de Rogério Damascena dias antes da festa do casamento. Os policiais querem também que seja feita uma perícia para saber o que está registrado no computador pessoal de Rogério.
A polícia também aguarda o resultado do exame que vai dizer se o noivo estava embriagado no momento em que decidiu fazer os disparos. De acordo com o delegado Joselito Amaral, a tragédia poderia ter sido ainda maior porque a intenção de Rogério Damascena era matar também outros dois colegas da empresa em que trabalhava, que conseguiram fugir do local assim que começaram os disparos. Para a polícia, a causa do crime ainda não está totalmente esclarecida.
"Tem se confirmado ou se ratificado, com as demais declarações, a versão da família de Renata, de que ele nutria por ela um ciúme doentio, patológico. Esses dois convidados que fugiram eram muito próximos de Renata. Um deles já estava no carro com a esposa e os filhos quando Rogério se aproxima e pede que eles voltem e não saiam antes da grande surpresa, da revelação, que seria o atentado", afirma o delegado Joselito Amaral.
ENTENDA O CASO
O crime aconteceu na madrugana do último domingo (19), num condomínio no bairro de Aldeia, em Camaragibe, no Grande Recife. A festa em que Rogério, 29 anos, e Renata Coelho, de 25 anos, comemoravam o casamento já estáva no fim. O noivo dizia a todos que tinha uma grande surpresa quando, às 2h30 da madrugada, puxou uma pistola do paletó e deu um tiro na cabeça de Renata. Depois, deu cinco tiros em Marcelo Guimarães, que além de padrinho do casamento, era chefe dele no trabalho. Os dois morreram na hora. Em seguida, Rogério Damascena
Fonte: PE 360º