Pedro Borges dos Anjos
Quem escuta o discurso perlocutório, logo após sua
conclusão, começa executar o que nele foi determinado ou instruído.
O autor deste discurso é portador do poder de exercer
domínio sobre seu receptor, o seu interlocutor, ouvinte ou leitor. O discurso
perlocutório, à vista da força de
suas próprias expressões, age poderosamente sobre seu ouvinte, dominando-o.
O
falante ou escritor portador deste discurso transmite a sua vontade e instrui o
papel que institucionalmente lhe é conferido, ao mesmo tempo em que define o do
seu interlocutor, isto é, o de obedecer e de executar o que lhe foi anunciado.
Este é o discurso perlocutório.
O discurso performativo-perlocutório exerce no
interlocutor domínio hipnótico. O enunciado perlocutório reveste-se de poder que impõe ao ouvinte, na
hora de sua recepção, realizá-lo com as
solenidades de sua autoridade.
Com a evidência do domínio que o discurso perlocutório
exerce sobre o interlocutor, à vista também da influência que exerce entre uns
e outros, pode ser analisado conforme ensina a Pragmática, com instruções sobre os signos e sua
operacionalidade pelos utilizadores, com que buscam adaptar enunciados desta natureza às culturas
permanentes nas comunidades de falantes, de acordo com as situações e contextos
em que são proferidos. Assim, a comunicação se torna efetiva, à vista do que os
signos significam para falantes e ouvintes.
O profissional especializado na construção de
discursos perlocutórios tem na palavra a sua ferramenta de maior expressão. A
palavra sustenta-lhe a realização de suas pretensões. Hipnólogos, jornalistas,
professores, médicos, advogados, pregadores, comunicadores, oradores,
radialistas, spin-doctors, etc., são profissionais do discurso perlocutório.
Urge conhecer a estrutura da
performidade e selecionar expressões perlocutórias com que se
possa aperfeiçoar
o poder da comunicação convincente.
O discurso perlocutório conduz o ouvinte a um dos
estados hipnóticos. Empresários sempre contratam agências de propagandas com a
finalidade de produzirem textos para divulgarem os produtos que comercializam.
A publicidade corretamente produzida por especialistas em redigir textos
perlocutórios garante êxitos, atraindo a clientela que os
empresários necessitam para sustentar o padrão de crescimento e de prosperidade
de seus negócios. É com discurso fortemente perlocutório que a coca-cola
preserva, amplia e prossegue tornando maior o horizonte de sua clientela,
convencendo povos e nações a consumirem o produto.
Líderes políticos contratam
spin-doctors, agências de marketing dirigidas por reconhecidos especialistas do
discurso perlocutório para projetarem
suas campanhas com que buscam convencer o maior número de eleitores para lhes contemplarem com o
voto ao cargo que concorrem. É este discurso perlocutório que fez e vai prosseguir
mantendo o leitor deste artigo até a sua conclusão.
É pertinente definir, inicialmente, “sucesso” conforme
a visão que instrui e operacionaliza os meios para a materialidade deste discurso. Não é a visão
lecionada nos dicionários, embora possa coincidir.
Sucesso é a capacidade nata ou adquirida que o ser
humano tem para recepcionar resultados de ações com espírito de absoluto
equilíbrio. Quando fatores adversos ao planejado, aparentemente causam dilação
ao esperado, resultados que não correspondam ou pareçam distanciarem-se das
expectativas, quando são desproporcionais aos valores que integram o caráter e
os sentimentos do homem, cidadãs e cidadãos de sucesso não recepcionam
tristezas nem mágoas nem ódios nem
sentimentos de vingança. Permanecem firmes, não se abalam. Sua estrutura de
valores não reconhece derrotas nem insucessos nem fracassos, antes tudo lhe é
vitória, tudo lhe é sucesso. Não recepciona nem reconhece enfermidades nem pobrezas
nem a morte, tudo lhe é saúde, tudo lhe são riquezas, tudo lhe é vida.
A visão de sucesso revela que o seu portador, ao
proceder à escolha que lhe chega ao raciocínio íntimo, quaisquer ações, qualquer empreendimento, ele
(ou ela) busca a sua materialidade, no segundo momento, através de atos de
fala, proferindo-os formalmente em permanente
discurso perlocutório, tendo,
inicialmente, a si próprio e o Universo como ouvintes. Nos estágios sucessivos, prossegue
raciocinando, falando e vivendo emoções da materialidade de tudo que se
discursou para si e para o Universo, mesmo que a materialização não esteja lá
com que possa ser vista a olhos físicos
vernaculares. O Universo infalivelmente executará a melodia da
composição, do discurso, da oração performativa.
Na visão profana, no entendimento vernacular, somente
os ricos, os que ocupam as páginas mais destacadas da mídia jornalística ou
televisada, são considerados sucessos. Fosse assim, gente do povo de todas as
nações seriam fracassos. Milhões de indivíduos anônimos realizam sonhos, são
sucessos, são felizes. A visão que ignora valores seculares do sucesso anônimo
é reconhecidamente falsa. Não são fracassos nem é justo ignorar-lhes o sucesso
de quem contribui com suas habilidades, qualificações e inteligências, para
colocar na evidência midiática aqueles que a visão comum enxerga como sucesso.
O portador deste discurso, ao enunciá-lo, nada,
ninguém poderá impedir a sua materialização. Quem for determinado pelo Universo
como instrumento para a sua realização e resistir, será derrotado. Quem
resistir suas soberanas forças de materialização, será cumulado de maldições.
Quem não afastar de si a resistência para servir ao Universo no cumprimento da
petição perlocutória, será ferido de enfermidades graves, vítima de
incontroláveis maldições. Entre esses, os que resistem não morrer, serão
mortos. Ninguém tem o poder de contrariar as soberanas forças do Universo.
Quem tem domínio deste discurso, ao enunciá-lo, passa
a visualizar, a viver as emoções de sua materialidade, mesmo que os objetos do
pleito, a natureza visível do desejo, ainda não estejam lá. É nesta atmosfera
que o Universo materializa propostas com integral fidelidade aos verbos que
integram a estrutura dos enunciados expostos e combinados em atos de fala. Quem
estiver em posição de agir, de determinar providências para sua materialização
e não o faz; quem ignorar; quem descrer que nada lhe acontecerá, expõe-se a
extrema gravidade, pois, as forças que materializam ou fazem materializar atos
de fala desta natureza, são soberanas, agem no invisível, até no infinito agem.
Para o Universo não há obstáculos nem adversários nem oponentes nem inimigos,
por mais poderosos que pareçam, capazes de resistir ao seu soberano poder de
realização, de materialização do que lhe é proposto no discurso perlocutório.
Resistir a forças dessa natureza, é condenar-se à derrota, é cavar a própria
sepultura.
Este discurso vence quaisquer obstáculos, derrota a
natureza perversa da estrutura do Programa Monarca.