O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) denunciou ter sido agredido
pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) na manhã desta
segunda-feira durante a visita ao Destacamento de Operações de
Informações-Centro de Defesa Interna (Doi-Codi), que funcionava
em um prédio no interior do 1º Batalhão da Polícia do Exército, na
Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. Na entrada ao local, os dois
discutiram e o deputado acabou desferindo um soco na barriga do senador.
Bolsonaro
é militar e defensor do Exército e alega que a ditadura salvou o País
do comunismo. A visita é feita por integrantes das comissões Nacional da
Verdade (CNV) e Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-RJ), além de
outros parlamentares, como a deputada Luiza Erundina (PSB-SP),e do
procurador da República Antônio Cabral. Após o desentendimento,
Bolsonaro entrou no local, mas não participa da visita onde os presos
foram torturados e nem às celas. A decisão foi tomada em acordo entre os
parlamentares e o tenente coronel Luciano, comandante do Batalhão.
Para a Comissão da Verdade do Rio, o Doi-Codi foi o principal
centro de torturas do Rio durante a ditadura militar. A visita ao prédio
é o primeiro passo da proposta de transformar o local em um centro de
memória, como ocorreu com o antigo Departamento de Ordem Política e
Social (Dops) de São Paulo e com os centros de tortura na Argentina, no
Uruguai e no Chile.
A visita estava marcada para a sexta-feira, mas de acordo com a
Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, foi suspensa por causa
de veto do Exército ao nome da deputada Luiza Erundina. A nova data foi
acertada em uma reunião na quarta-feira com o ministro da Defesa, Celso
Amorim, e os senadores João Capiberibe (PSB-AP), Randolfe Rodrigues e
Ana Rita (PT-ES).
Nenhum comentário:
Postar um comentário