terça-feira, 24 de setembro de 2013

O SUICÍDIO NÃO RESOLVE

Paiva Netto
Ensinava Alziro Zarur (1914-1979): -O suicídio não resolve as angústias de ninguém. Estava com a razão o autor de Poemas da Era Atômica. Matar-se abala, por largo tempo, a existência do Espírito, pois ofende a Lei Divina, que é Amor, mas também Justiça. Quando a dor apertar, por favor, lembre-se desta página de André Luiz, na psicografia do venerando Francisco Cândido Xavier (1910-2002): MAIS UM POUCO*¹ “Quando estiveres à beira da explosão na cólera, cala-te mais um pouco e o silêncio te poupará enormes desgostos. “Quando fores tentado a colaborar na maledicência, guarda os princípios do respeito e da fraternidade mais um pouco e a benevolência te livrará de muitas complicações. “Quando o desânimo impuser a paralisação de tuas forças na tarefa a que foste chamado, prossegue agindo no dever que te cabe, exercitando a resistência mais um pouco e a obra realizada ser-te-á gloriosa bênção de luz. “Quando a revolta espicaçar-te o coração, usa a humildade e o bom entendimento mais um pouco e não sofrerás o remorso de haver ferido corações que devemos proteger e considerar. “Quando a lição oferecer dificuldade à tua mente, compelindo-te à desistência do progresso individual, aplica-te ao problema ou ao ensinamento mais um pouco e a solução será divina resposta à tua expectativa. “Quando a ideia de repouso sugerir o adiamento da obra que te cabe fazer, persiste com a disciplina mais um pouco e o dever bem cumprido ser-te-á coroa santificante. “Quando o trabalho te parecer monótono e inexpressivo, guarda fidelidade aos compromissos assumidos mais um pouco e o estímulo voltará ao teu campo de ação. “Quando a enfermidade do corpo trouxer pensamentos de inatividade, procurando imobilizar-te os braços e o coração, persevera com Jesus mais um pouco e prossegue ajudando a todos, agindo e servindo como puderes, porque o Divino Médico jamais nos recebe as rogativas em vão. “Em qualquer dificuldade ou impedimento, não te esqueças de usar um pouco de paciência, amor, renunciação e Boa Vontade, a favor de teu próprio bem-estar. “O segredo da vitória, em todos os setores da vida, permanece na arte de aprender, imaginar, esperar e fazer mais um pouco”. O Salmo 31:24 da Bíblia Sagrada adverte fraternalmente: – Tende coragem, e Ele fortalecerá o coração de todos vós que esperais no Senhor. O Rabino Henry Sobel pondera: – Não somos donos da Vida, mas apenas os guardiões dela. Honremos, pois, o extraordinário dom que Deus nos concedeu, que é a Vida, e Ele sempre virá em nosso socorro pelos mais inimagináveis e eficientes processos. Substancial é que saibamos humildemente entender os Seus recados e os apliquemos com a Boa Vontade e a eficácia que Ele espera de nós. A permanente sintonia com o Poder Divino só nos pode adestrar o Espírito, para que tenha condições de sobreviver à dor, mesmo que em plena conflagração dos destemperos humanos. Do livro Billy Graham responde, emerge esta elucidação do respeitado pastor norte-americano: — A vida nos foi concedida por Deus e só Ele tem o direito de tirá-la. Além disso, até mesmo no meio das circunstâncias mais difíceis, Deus está conosco. (...) Devo enfatizar o fato de o suicídio ser um erro, não fazendo parte do plano de Deus. Na Quarta Surata do Alcorão Sagrado, encontramos este conforto numa admoestação do Profeta Muhammad: 29. Ó crentes, não defraudeis reciprocamente os vossos bens por vaidade, realizai comércio de mútuo consentimento e não pratiqueis suicídio, porque Deus é misericordioso para convosco. Santa Teresa d´Ávila (1515-1582), a grande mística da Espanha, incentiva-nos à perseverança: — Que nada te perturbe, nada te amedronte. Tudo passa. Só Deus nunca muda. A paciência tudo alcança. A quem tem Deus, nada falta. Só Deus basta. A continuação da existência após a morte jamais poderá ser justificativa para o suicídio. Todos continuamos vivos. Acertadamente escreveu Napoleão Bonaparte (1769-1821), quando lamentou essa inditosa escolha, que infelicita o Espírito de quem se deixa seduzir por ela, porque a chegada ao Outro Mundo daquele que destrói o seu próprio corpo é um grande tormento, porquanto não há morte após a morte: — Tão corajoso é aquele que sofre valentemente as dores da Alma como o que se mantém firme diante da metralha de uma bateria. Entregar-se à dor sem resistir, matar-se e eximir-se à mesma dor é abandonar o campo de batalha antes de ter vencido*2. Finalmente, confiantes, sigamos o caminho apontado pelo Senhor no livro Deuteronômio, 30:19: — Como podes ver, coloquei hoje diante de ti a Vida e o Bem, a morte e o mal... portanto, escolhe a Vida, para que vivas tu e a tua semente. Meus Amigos e Irmãos em Humanidade, a grande fortuna é sabermos que Viver é melhor! *¹ “Mais um pouco” – Antologia da Boa Vontade, 1955. *2 Apesar de Napoleão I ter pensado em suicídio durante sua atribulada carreira militar e política, não o praticou. Daí a importância do seu pensamento. José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor. paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

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