Somos os culpados
Por Luciano Borges
borges170671@yahoo.com.br
Um dia, ouvi algumas palavras e depois de
analisá-las, pude perceber que são verdadeiras. Falaram-me o seguinte: "se um candidato a
qualquer cargo político disser que vai se esforçar em melhorar a situação do
povo, mas não garante nada,
possivelmente, ele não terá os votos
nem da sua família. Agora
se outro candidato fizer mil promessas para povo (mesmo sendo mentiras),
a maioria vota nele." Andei
pensando, analisando e cheguei a conclusão que isso é a pura verdade!
Muitas pessoas preferem ouvir mentiras, a saber
da verdade. Gosto de política, já gostei muito mais, pois tenho
a convicção que ela influi diretamente
na minha vida e na vida de todos os cidadãos, então não posso ficar alheio a
ela. Ouço pessoas dizendo que
não querem saber
de política, que não adianta muito votar nesse ou naquele candidato
porque são todos iguais. Ou então vejo algumas pessoas aceitando algum
benefício em troca do voto, favorecendo a entrada no poder público de
candidatos que, comprando votos, mostram bem a que vêm.
Sendo assim, todos deveríamos prestar muita atenção
na política, mesmo que seja a politicagem que grassa em nosso meio, até mais,
por causa disso, pois ela afeta, e muito, a vida de cada um de nós. Devemos,
sim, procurar saber tudo o que for possível sobre os candidatos, antes de uma
eleição. O que não devemos é acreditar em todas as suas promessas e mentiras. E
se não houver em quem votar, podemos anular o voto, que é a única maneira de
manifestar nossa indignação com o estado
de coisas que se arrasta há tanto
tempo.
Precisamos saber votar e precisamos saber cobrar trabalho daqueles em quem votamos.
Porque são os representantes que elegemos para dirigir nossa cidade, nosso
estado e nosso país. Eles administrarão a seu bel prazer a saúde, a educação, a segurança, a infraestrutura
pública. São eles que, uma vez colocados
no poder pelo nosso voto, aprovarão leis
que nos prejudicarão ou deixarão de aprovar leis que beneficiariam a sociedade.
São eles que, céleres, legislarão em causa própria.
Isso tudo sem falar da corrupção e
da impunidade que dilapidam o
dinheiro público e impedem que os recursos formados pela grande quantidade de
impostos que pagamos sejam aplicados em mais obras.
Então, a política influi em tudo na vida de cada
cidadão. Precisamos estar atentos tanto
quando formos votar, quanto depois das eleições, quando nossos
"representantes" estiverem "trabalhando" para o povo.
Porque eles estão lá, ganhando altos salários que eles mesmos se deram, para “servir o povo”. Lembrem-se somos nós
quem pagamos os salários milionários dos políticos.
A política - no
nosso caso a politicagem - está presente
em tudo, favorecendo ou
prejudicando a vida de cada cidadão. Há que nos conscientizarmos disso, para
que não nos iludamos, achando que o que está acontecendo não tem nada a ver
conosco.
Em Cachoeira, por exemplo, o eleitor sabe
perfeitamente onde está o joio e o
trigo. O eleitor sabe quais os políticos
que roubam, quais os que se corrompem, quais são os arrogantes e
autoritários, os despreparados, os aproveitadores,
os dissimulados, os incompetentes, então
deveriam votar certo.
Essa modalidade
de política exercida em nossa
cidade tem gerado um atraso na vida das pessoas, e nós mesmos somos os culpados
por essa situação.
Ano após ano, o que vemos é a sustentação de uma
modalidade política arcaica, que menospreza os verdadeiros anseios da maioria e
beneficia apenas os apadrinhados. Não é desta forma que conseguiremos
conquistar o desenvolvimento econômico da nossa cidade.
Essa modalidade política engorda as contas
bancarias de muitos políticos. Temos exemplos de políticos que saem da Prefeitura e da Câmara Municipal visivelmente
endinheirados, completamente ricos.
Há anos, a sociedade Cachoeirana sofre com o
desprezo dos governos. O estado deplorável da Ponte Dom Pedro II, da Estação Ferroviária, das estradas de Belém e
do Capoeiruçu, a situação delicada da
Santa Casa de Misericórdia, revelam bem isto. Vivemos em uma cidade sem
juiz, com o ensino comprometido pela
violência. Vivemos em uma cidade que não gera empregos, que não explora
potencialmente o seu turismo. Tornamo-nos reféns da insegurança,
onde passamos a conviver com assassinatos
diários.
As obras continuam sendo de fachadas. Constroem- se
escolas e não há professores. Constroem Postos de Saúde e não tem médicos.
Fazem obras. Um mês depois já apresentam
problemas nas estruturas. Por que será que isto acontece? Quem se
beneficiou realmente?
Perdemos nossos direitos. A falta
de determinação dos políticos da nossa terra deixam pessoas às
escuras e sem água tratada. Essa falta
de determinação promove a ruína dos casarões históricos, com a falência das forças policiais, com o alarmante crescimento do consumo de
drogas e da violência.
Vivemos com um Poder Legislativo, onde o Poder
Executivo menospreza as indicações dos
seus membros. Atende somente os seus interesses. Pleitos importantes, representando os
verdadeiros anseios da sociedade e que maldosamente há décadas vem sofrendo
retaliações.
Essa modalidade política precisa ter um fim. Não se
governa para uma minoria. As cachoeiranas e os cachoeiranos precisam rever seus
conceitos no quesito escolha dos seus representantes. Precisamos inovar.
Precisamos criar novas possibilidades. A Cachoeira não precisa continuar refém
deste sistema político perverso.
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