quarta-feira, 27 de abril de 2016

Somos os culpados

Por Luciano Borges
borges170671@yahoo.com.br

Um dia, ouvi algumas palavras e depois de analisá-las, pude perceber que são verdadeiras. Falaram-me o seguinte: "se um candidato a qualquer cargo político disser que vai se esforçar em melhorar a situação do povo, mas não  garante nada, possivelmente, ele não terá  os  votos  nem  da sua família.  Agora  se outro candidato fizer mil promessas para povo (mesmo sendo mentiras), a maioria vota nele." Andei   pensando, analisando e cheguei a conclusão que isso é a pura verdade! Muitas pessoas preferem ouvir mentiras, a saber  da verdade. Gosto de política, já gostei muito mais, pois tenho a convicção  que ela influi diretamente na minha vida e na vida de todos os cidadãos, então não posso ficar alheio a ela.  Ouço pessoas dizendo  que  não  querem  saber  de política, que não adianta muito votar nesse ou naquele candidato porque são todos iguais. Ou então vejo algumas pessoas aceitando algum benefício em troca do voto, favorecendo a entrada no poder público de candidatos que, comprando votos, mostram bem a que vêm.
 
Sendo assim, todos deveríamos prestar muita atenção na política, mesmo que seja a politicagem que grassa em nosso meio, até mais, por causa disso, pois ela afeta, e muito, a vida de cada um de nós. Devemos, sim, procurar saber tudo o que for possível sobre os candidatos, antes de uma eleição. O que não devemos é acreditar em todas as suas promessas e mentiras. E se não houver em quem votar, podemos anular o voto, que é a única maneira de manifestar   nossa indignação com o   estado  de  coisas que se arrasta há tanto tempo.

Precisamos saber votar e precisamos saber  cobrar trabalho daqueles em quem votamos. Porque são os representantes que elegemos para dirigir nossa cidade, nosso estado e nosso país. Eles administrarão a seu bel prazer  a saúde, a educação, a segurança, a infraestrutura pública.  São eles que, uma vez colocados no poder  pelo nosso voto, aprovarão leis que nos prejudicarão ou deixarão de aprovar leis que beneficiariam a sociedade.

São eles que, céleres, legislarão em causa própria. Isso tudo sem falar da corrupção e  da  impunidade que dilapidam o dinheiro público e impedem que os recursos formados pela grande quantidade de impostos que pagamos sejam aplicados em mais obras.

Então, a política influi em tudo na vida de cada cidadão. Precisamos estar atentos  tanto quando formos votar, quanto depois das eleições, quando nossos "representantes" estiverem "trabalhando" para o povo. Porque eles estão lá, ganhando altos salários que eles mesmos se deram,  para “servir o povo”. Lembrem-se somos nós quem pagamos os  salários milionários dos políticos.

A política - no   nosso   caso  a politicagem - está  presente  em tudo,  favorecendo ou prejudicando a vida de cada cidadão. Há que nos conscientizarmos disso, para que não nos iludamos, achando que o que está acontecendo não tem nada a ver conosco.

Em Cachoeira, por exemplo, o eleitor sabe perfeitamente  onde está o joio e o trigo.  O eleitor sabe quais os políticos que roubam, quais os que se corrompem, quais são os arrogantes e autoritários,  os despreparados, os aproveitadores, os  dissimulados, os incompetentes, então deveriam votar certo. 

Essa modalidade  de  política exercida em nossa cidade tem gerado um atraso na vida das pessoas, e nós mesmos somos os culpados por essa situação. 

Ano após ano, o que vemos é a sustentação de uma modalidade política arcaica, que menospreza os verdadeiros anseios da maioria e beneficia apenas os apadrinhados. Não é desta forma que conseguiremos conquistar o desenvolvimento econômico da nossa cidade.

Essa modalidade política engorda as contas bancarias de muitos políticos. Temos exemplos de políticos que saem da  Prefeitura e da Câmara Municipal visivelmente endinheirados, completamente ricos. 

Há anos, a sociedade Cachoeirana sofre com o desprezo dos governos. O estado deplorável da Ponte Dom Pedro II, da  Estação Ferroviária, das estradas de Belém e do Capoeiruçu, a situação  delicada  da  Santa  Casa  de Misericórdia,  revelam bem isto. Vivemos em uma cidade sem juiz, com o ensino  comprometido pela violência. Vivemos em uma cidade que não gera empregos, que não explora potencialmente o seu turismo.  Tornamo-nos reféns da insegurança,  onde passamos  a conviver com assassinatos diários.  

As obras continuam sendo de fachadas. Constroem- se escolas e não há professores. Constroem Postos de Saúde e não tem médicos. Fazem obras. Um mês depois já apresentam  problemas nas estruturas. Por que será que isto acontece? Quem se beneficiou  realmente? 

Perdemos nossos direitos.  A falta  de determinação  dos  políticos da nossa terra deixam pessoas às escuras  e sem água tratada. Essa falta de determinação promove a ruína dos casarões históricos,  com a falência das forças policiais,  com o alarmante crescimento do consumo de drogas e da violência.

Vivemos com um Poder Legislativo, onde o Poder Executivo menospreza as indicações  dos seus membros. Atende somente os seus interesses.  Pleitos importantes, representando os verdadeiros anseios da sociedade e que maldosamente há décadas vem sofrendo retaliações. 

Essa modalidade política precisa ter um fim. Não se governa para uma minoria. As cachoeiranas e os cachoeiranos precisam rever seus conceitos no quesito escolha dos seus representantes. Precisamos inovar. Precisamos criar novas possibilidades. A Cachoeira não precisa continuar refém deste sistema político perverso.        

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