domingo, 16 de agosto de 2015

O SILÊNCIO DOS BONS

Por Luciano Borges dos Anjos
Borges170671@yahoo.com.br



Este é o momento ideal, afinal já se deu inicio às articulações politicas  visando as eleições de 2016.  É propícia reflexão  de toda natureza. Há algum tempo repousa em minha agenda uma frase enviada por um amigo, que já era do meu conhecimento,  a  qual faz parte das minhas ações, mas que ficou me desafiando a refletir sobre seu verdadeiro conteúdo. A frase é de Martin Luther King, pastor protestante falecido em 1968,  e diz o seguinte: "O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons". Impressionante como essa frase se aplica perfeitamente ao comportamento dos brasileiros, mais de meio século após ser proferida pelo líder americano.

Hoje, os violentos gritam e agem sem temor ou constrangimento, desafiando a ordem pública, a sociedade, as leis. Hoje os corruptos ganharam a forma de pessoas de bem e agem, nas sombras ou até às claras, dilapidando o patrimônio público, desafiando a justiça, a sociedade e as leis. A punição de alguns representa uma  exceção no mar de corrupção que assola o nosso país,  estados e cidades. Vivemos assistindo os desonestos prosperarem, nadando de braçada no mar manso da impunidade e da ineficácia da justiça.

 A palavra "ética" poderia ser retirada dos dicionários, afinal de contas quase ninguém se lembra do que realmente significa, notadamente os políticos, mantedores deste sistema politico que aí está. Todos os dias, vemos os  valores éticos e morais, pilares de uma nação, sendo sistematicamente destruídos pelos políticos. Aí me pergunto, constrangido: por que o silêncio dos bons, se estes são a imensa maioria? Como pessoas trabalhadoras, honestas, dedicadas, cumpridoras das leis, ficam em silêncio diante do acharque político a que o nosso país, o nosso estado, a nossa cidade  vem sendo submetidos? Por que as pesquisas ainda revelam aprovação até confortável das pessoas que subjugam os seres-humanos?   Mesmo que não percebam, estão  anestesiados pelo engodo de um sistema politico visivelmente cruel, mostrando um paraíso que não existe, o dia a dia das pessoas de menor poder aquisitivo, é um inferno, com ônibus superlotados, hospitais sem leitos, escolas desprovidas de quaisquer conforto, estradas esburacadas,  ambulatório superlotados. Então, por que continuar refém deste sistema?

Novamente, aquele mesmo povo que rejeitou, agora passa a aplaudir e votará naqueles que os mantém eternamente cativos, dependentes do mísero favor oficial, dado com recursos que poderiam (deveriam) melhorar a vida de todos. A classe média que pensa, discerne, e tudo paga, sofre em silêncio obsequioso.

A reflexão neste período inicial, onde nomes são lançados aleatoriamente como pré-candidatos a prefeito, podem fazer a diferença mais tarde. Alianças jamais imaginadas irão acontecer exclusivamente para criar suposta nova mudança. O silêncio não é o melhor remédio.

Não sei muito bem qual foi o discernimento de King sobre a frase em referência, mas tenho plena convicção, através de minha reflexão que o silêncio dos bons resulta no grau de mazelas que se tornaram permanentes em nossa cidade e no nosso país.

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