sábado, 24 de janeiro de 2015

EM SALVADOR/BAHIA

Após incêndio de ônibus, moradores de Mata Escura reclamam de truculência da PM

Após incêndio de ônibus, moradores de Mata Escura reclamam de truculência da PM
Foto: Reprodução/G1

Após dois ônibus serem incendiados no bairro, por conta da morte de dois homens em confronto policial na última quinta-feira (22), moradores de Mata Escura reclamaram da truculência da PM em ações no local. Segundo informações do jornal Correio, os alvos da crítica são os agentes da 48ª Companhia Independente de Polícia Militar (48ª CIPM/Sussuarana), que segundo os residentes do local, “chegam agredindo, xingam: ‘Vagabundos? O que estão fazendo na rua?’”. “A gente não pode sentar na porta, que eles dizem: ‘O que estão fazendo, o quê, rebanho de putas?’”, disse uma moradora, em entrevista ao Correio. Outra mulher afirma que “Xingamento é o mínimo que fazem”. “Eles não param para perguntar. Vão batendo nas pessoas aleatoriamente. Dão tapa no rosto de pais de família na frente dos filhos, de graça! Não é porque moramos em um local de classe baixa que devemos ser tratados como animais”, apontou. “Infelizmente, tudo o que disseram é verdade. Quando entram nas casas, é revirando tudo, quebrando tudo... Arrombam as portas e, se alguém reclama, ameaçam matar”, declarou outro morador ao Correio.  Segundo os relatos, para amedrontar a população, os PMs teriam espalhado fotos dos corpos de Ebert Silva dos Santos e Denilson Souza de Barros, que foram mortos na quinta. De acordo com o Correio, a PM informou em nota que os ataques aos |ônibus “são decorrentes da reação de traficantes contra as ações ostensivas da polícia no bairro”. Em relação a morte de Ebert e Denilson,  a corporação afirmou em nota ao jornal que, por volta das 20h de quinta, a PM foi informada de que havia cerca de dez homens armados no Beco do Areal e viaturas da 48ª CIPM foram encaminhadas para o local, “onde foram recebidas a tiros”. Ebert e Denilson foram atingidos, e, segundo a nota, foram socorridos para o Hospital Roberto Santos, mas não resistiram aos ferimentos. Os moradores contestam a versão e negam o confronto. “Ebert e Denilson estavam em um beco, quando os policiais tinham fechado todas as ruas. Eles chegaram atirando e um deles morreu na hora. O outro ainda respirava e foi arrastado pelos pés e jogado na mala da viatura sobre o corpo do outro”, disse um residente da região. A PM informou ainda ao Correio que dois revólveres calibre 38 Taurus, uma corrente de metal prata, 213 pacotinhos de cocaína e um boné foram encontrados com os suspeitos e encaminhados à Corregedoria da Polícia Militar.  

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