Dom de Línguas
Excelente texto do Teólogo Jetro Bernardo.
Há um tempo, eu estava dividido entre “Fruto da
emoção”, “ação involuntária sub-consciente” ou “Espírito Santo”. Mas hoje,
tenho uma posição mais sólida a respeito dos Dons de Línguas.
Tento seguir a Bíblia e compreender a mensagem de Deus
com lucidez e lógica. Na maioria das vezes não conseguimos compreender a lógica
de Deus mas creio que Ele com sua maravilhosa graça e benevolência nos faz
compreender até essas coisas que não nos levam a lugar algum para que apenas
acalmemos os nossos corações a respeito de determinado tema ou fato.
Não vi razão nenhuma que dê embasamento aos “dons de
línguas” que atualmente são utilizados por diversas pessoas. Muito pelo
contrário, vi o Apóstolo Paulo, criticando tal fato.
Pesquisei e cheguei à conclusão de que Dom de Língua
não é nada mais que uma atuação direta do Espírito Santo sobre as pessoas que
estão ouvindo uma mensagem Divinamente inspirada, no sentido de lhes fazer
compreender em sua própria língua natal o cerne do que está sendo dito.
Portanto, o Dom de Línguas veio para elucidar e não
para complicar e o correto seria dizer que o Dom de Línguas atua em quem Ouve e
não em quem Fala.
Toda essa história sobre “dons de línguas” começa nas
festas de pentecostes quando o Espírito Santo fez com que os 12 pregassem ao
povo numa língua tal, que todos compreendessem. Havia pessoas de diversas
cidades e cada qual, tinha sua própria língua. Nesta ocasião, devido ao Dom de
Línguas, todos ouviram e compreenderam as palavras dos Discípulos entendendo-as
em seus próprios idiomas nativos.
Hoje nos grandes congressos internacionais, as pessoas
usam um “ponto de som” no ouvido, (Fone de ouvido) onde um Intérprete, traduz
em tempo real o que está sendo dito pelo preletor. Naquele tempo, não havia
isso então Deus fez com que o Espírito Santo fizesse a vez. Bem sei que Deus
pode igualmente aos tempos antigos, se utilizar desse mesmo recurso quando bem
entender. Mas também sei que o que havia de nos ser dito, já o foi pela Bíblia.
Depois do advento de Jesus nada mais ficou em aberto e tudo estava revelado.
(Estudo dessa afirmação em Atos 21:1-12.)
Depois desse Maravilhoso Milagre Divino, “Falar em
Línguas” tornou-se uma “medalha” no peito de quem tivesse tal comunhão com
Deus. Todos queriam ter. Imagine só no que isso iria dar…
Paulo via-se em meio a muitas pessoas que se diziam
estar “falando em línguas” mas ninguém compreendia o que estava sendo dito.
Como resolver isso? Paulo com toda a diplomacia, sensibilidade e inspiração que
lhe é pertinente explica:
I Cor. 14:
“(…) …Segui o amor; e procurai com zelo os dons
espirituais, mas principalmente o de profetizar. Porque o que fala em língua
não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito
fala mistérios. (…) quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que
profetizeis, pois quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas (…)
E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, de que vos
aproveitarei, se vos não falar ou por meio de revelação, ou de ciência, ou de
profecia, ou de doutrina? (…) Ora, até as coisas inanimadas, que emitem som,
seja flauta, seja cítara, se não formarem sons distintos, como se conhecerá (…)
Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis,
como se entenderá o que se diz? (…) Dou graças a Deus, que falo em línguas mais
do que vós todos. Todavia na igreja eu antes quero falar cinco palavras com o
meu entendimento, para que possa também instruir os outros, do que dez mil
palavras em língua. (…) Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar, e
todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão
porventura que estais loucos? (…) Se alguém falar em língua, faça-se isso por
dois, ou quando muito três, e cada um por sua vez, e haja um que interprete.
Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e
com Deus (…)”
E para acabar com a dúvida Paulo ao fim deste mesmo
capítulo, diz:
“porque Deus não é Deus de confusão”.
Portanto, “Dom de Línguas” fica dividido em duas
linhas de raciocínio:
•A Primeira, entende que se trata de uma falta de
sincronia dos movimentos da boca em relação ao que está sendo dito a Deus
através de uma oração em um momento de profunda comunhão com Deus.
•A Segunda entende que foi uma “ferramenta” de Deus
para se fazer compreender.
Hoje não vemos mais “Sarças ardentes”, “Cajados
virando Cobras”, “Vinho virando Sangue”, “Mar se abrindo” “Mula Falando” Etc…
Deus utiliza diversos meios para Se fazer compreender
e isso não quer dizer que estes meios tenham necessariamente que ser repetidos.
Sou servo de Jesus e o meu Senhor me disse: “em Meu
nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; (Conheço um pastor que é
Trilíngüe) pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes
fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados.”
Porque só se escolhe “Falar Línguas” para mostrar que
possui comunhão com Deus? Quem prega que para ser um servo de Deus é preciso
“Falar em Línguas”, deveria também “Pegar em Cobras” ou “Beber veneno”.
Quero deixar bem clara a minha posição de que toda
essa questão é irrelevante diante do Plano de Salvação do Homem que é o que
realmente importa em nossa vida aqui na terra. Percebo a mão de satanás nesse
contexto com o intuito de separar pessoas de mesmo credo quando deixa
transparecer que “quem não fala em línguas não recebeu o Espírito Santo”. Isso
não foi dito em lugar nenhum na Bíblia. Da mesma forma sou contra as pessoas
que afirmam que “Falar em línguas” seja uma farsa.
Estejamos sempre prontos para o novo. Em plena
comunhão com Deus para que auxiliados pelo Espírito Santo possamos enxergar com
clareza as armadilhas do inimigo.
Fiquemos atentos. (II Pedro 1:19)