IPAC finaliza dossiê para proteção de prédio de 1914 na Rua Chile
O prédio da Associação dos Empregados do Comércio (Aecba), localizado na esquina das ruas Chile e Tira Chapéu, na praça onde o governador Tomé de Souza decidiu construir a cidade do Salvador, pode ser tombado como Patrimônio do Estado. O Instituto do Patrimônio e Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) já finalizou as pesquisas e o Conselho Estadual de Cultura (CEC) já analisou o dossiê que permitirá o tombamento, tão logo a secretaria estadual de Cultura (SecultBA) faça as últimas deliberações.
O imóvel foi construído no início do século 20, sob inspiração eclética, movimento arquitetônico de fins do século 19 que valorizou elementos ornamentais de linguagem clássica. O prédio tem pavimentos com frente para a Rua do Tira Chapéu e laterais para as ruas Chile e da Ajuda, inserido no perímetro de tombamento federal do Centro Histórico de Salvador. A sua imponência rivaliza com edificações vizinhas, como o Palácio do Rio Branco, que foi restaurado pelo IPAC e entregue pelo então presidente Lula e o governador Jaques Wagner em 2010, ou a Câmara Municipal que já é tombada pelo IPAC desde 1984 e cuja arquitetura remete ao colonial-barroco português no Brasil.
Segundo o diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça, o edifício da associação é um monumento da arquitetura baiana e resgata a memória comercial do estado. “Como sede da associação, o imóvel rememora o triunfo das exportações e importações sobre a atividade agro-industrial na Bahia, representando a consolidação da burguesia urbana em Salvador”, comenta. O diretor explica que o tombamento é benéfico, pois ao ser reconhecido oficialmente o imóvel passa a ter prioridade nas linhas de financiamento de restauração, sejam elas municipais, estaduais, federais ou até internacionais. “Além disso, o tombamento proíbe a descaracterização da edificação”, diz Mendonça.
Para a equipe multidisciplinar do IPAC formada por arquitetos, historiadores e sociólogos, trata-se de uma das mais suntuosas edificações dentre as 32 construídas pelo arquiteto italiano Rossi Baptista, no período de 1911 a 1933, na capital baiana. “Casarões desse estilo apresentam integração das artes na arquitetura, através dos vitrais, pinturas em forros e paredes, além de elementos em gesso como águias, homens atlantes, carrancas e mosaicos”, ressalta a gerente de Patrimônio Material do IPAC, Nara Reis.
Rossi Baptista chegou à Bahia em 1911 e integra o grupo de profissionais que se destacaram na renovação urbanística, arquitetônica e artística da época, em Salvador, juntamente com Pasqule de Chirico, Julio Conti, Filinto Santoro e Oreste Sercelli. De acordo com o especialista em História da Arquitetura, Francisco Senna, as mudanças mais impactantes ocorrem a partir de 1912, quando assume o governo, José Joaquim Seabra.
“A cidade amplia seu porto, abrem-se as avenidas Sete de Setembro e Oceânica na orla, definem-se vetores de expansão urbana e constroem-se diversos edifícios públicos, como os palácios Rio Branco e Aclamação, além de imóveis privados”, conta Senna. Para o pesquisador, a arquitetura burguesa estabelecia um novo padrão de gosto e de vida, em detrimento de um passado aristocrata e barroco que perdia sua expressão. “Novos bairros se consolidam neste momento além do centro histórico, como Campo Grande, Corredor da Vitória, Graça, Canela, Barra e Jardim de Nazaré”, finaliza o estudioso.
Rossi Baptista veio a convite de Bernardo Martins Catharino, empresário de influência social e econômica da época, para a construção de sua residência na Graça, onde hoje funciona o Palacete das Artes, prédio também tombado pelo IPAC desde 1986. Rossi foi convidado por Alberto Catharino a realizar o projeto da Aecba. Iniciado em l914, o prédio foi inaugurado em 30 de dezembro de 1917. A sede da Aecba foi palco de reuniões e shows reunindo personalidades baianas e do país. Além do seu papel associativo, foi filantrópica com cursos profissionalizantes e pioneiros, como o de formação profissional de mulheres.
Atualmente o edifício continua a ser de direito privado, tendo a Aecba como proprietária e somente com a parte térrea utilizada. Já os pavimentos superiores estão vazios, favorecendo proliferação de patologias prediais. Por isso, o dossiê do IPAC recomenda intervenções de restauro, manutenção e consolidação da estrutura. Caso o tombamento do imóvel seja reconhecido, a Aecba poderá se inscrever as várias linhas de financiamento para recuperar o imóvel.
Rossi Baptista chegou à Bahia em 1911 e integra o grupo de profissionais que se destacaram na renovação urbanística, arquitetônica e artística da época, em Salvador, juntamente com Pasqule de Chirico, Julio Conti, Filinto Santoro e Oreste Sercelli. De acordo com o especialista em História da Arquitetura, Francisco Senna, as mudanças mais impactantes ocorrem a partir de 1912, quando assume o governo, José Joaquim Seabra.
“A cidade amplia seu porto, abrem-se as avenidas Sete de Setembro e Oceânica na orla, definem-se vetores de expansão urbana e constroem-se diversos edifícios públicos, como os palácios Rio Branco e Aclamação, além de imóveis privados”, conta Senna. Para o pesquisador, a arquitetura burguesa estabelecia um novo padrão de gosto e de vida, em detrimento de um passado aristocrata e barroco que perdia sua expressão. “Novos bairros se consolidam neste momento além do centro histórico, como Campo Grande, Corredor da Vitória, Graça, Canela, Barra e Jardim de Nazaré”, finaliza o estudioso.
Rossi Baptista veio a convite de Bernardo Martins Catharino, empresário de influência social e econômica da época, para a construção de sua residência na Graça, onde hoje funciona o Palacete das Artes, prédio também tombado pelo IPAC desde 1986. Rossi foi convidado por Alberto Catharino a realizar o projeto da Aecba. Iniciado em l914, o prédio foi inaugurado em 30 de dezembro de 1917. A sede da Aecba foi palco de reuniões e shows reunindo personalidades baianas e do país. Além do seu papel associativo, foi filantrópica com cursos profissionalizantes e pioneiros, como o de formação profissional de mulheres.
Atualmente o edifício continua a ser de direito privado, tendo a Aecba como proprietária e somente com a parte térrea utilizada. Já os pavimentos superiores estão vazios, favorecendo proliferação de patologias prediais. Por isso, o dossiê do IPAC recomenda intervenções de restauro, manutenção e consolidação da estrutura. Caso o tombamento do imóvel seja reconhecido, a Aecba poderá se inscrever as várias linhas de financiamento para recuperar o imóvel.
FOTOS anexas e no Flickr/SecultBA: http://www.flickr.com/photos/secultba/5809169707/in/set-72157626909899804
Crédito Fotográfico obrigatório: Lei nº 9610/98
Assessoria de Comunicação IPAC – em 22.05.2011 - Jornalista responsável Geraldo Moniz (drt-ba 1498) – (71) 8731-2641. Text: jornalista Ronaldo Macedo – Contatos: (71) 3117-6490, ascom.ipac@ipac.ba.gov.br - www.ipac.ba.gov.br - Facebook: Ipacba Patrimônio - Twitter: @ipac_ba
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