Casa Branca vai ganhar coroa de Xangô restaurada
Restauração tem custo de R$ 27 mil, com recursos da política de editais do IPAC, que de 2007 a 2011 já executa 73 projetos da sociedade civil, investindo mais de R$ 2 milhões
A Coroa de Xangô do Terreiro de Casa Branca, que em yorubá é conhecido como Ilê Axé Iyá Nassó Oká, foi selecionada para os editais de Preservação, Dinamização e Difusão de Acervos do Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC). O órgão pertence a secretaria estadual de Cultura (SecultBA) e é responsável pela política pública de preservação dos patrimônios culturais da Bahia.
A coroa foi elaborada na década de 1960 por Julieta Oliveira, conhecida como Julieta de Oxum, em promessa a Xangô, orixá dos raios, trovões e do fogo de origem yorubá. Antes existia outra coroa então esculpida pelo ogã Veludinho, segundo tradições da Casa Branca. Ogã é uma das funções assumidas por homens com obrigação de auxiliar e proteger o terreiro do qual participa.
A Associação São Jorge do Engenho Velho, representante da Casa Branca, foi proponente do projeto de restauração. De acordo com o ogã da Casa Branca, Antônio Luiz Figueiredo, a peça seria singular. “Não temos conhecimento de outra peça com essas características”, diz Figueiredo. Esculpida em madeira e decorada com pedras e pérolas, a coroa tem 1,75 metro de diâmetro. Mais para cima, no telhado, encontra-se o oxê de Xangô – machado de dois gumes – símbolo característico do orixá.
A restauração tem custo de R$ 27 mil, com recursos da política pública de editais do IPAC. De 2007 a 2011 o IPAC já executa 73 projetos da sociedade civil. Os editais são realizados com recursos do Fundo de Cultura e já atingiu cerca de 200 municípios. “Os editais fazem com que a sociedade participe efetivamente das políticas públicas, garantindo ferramentas transparentes e democráticas na distribuição de recursos para as ações culturais”, diz Mendonça. De 2008 a 2010 já foram investidos mais de R$ 2 milhões via editais.
A restauração tem coordenação do renomado restaurador e professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, José Dirson Argolo. Por se tratar de peça sagrada, os técnicos cumpriram rituais de purificação. “Todos os profissionais foram purificados através de rituais para trabalharem na coroa”, conta Figueiredo.
CASA BRANCA – Tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como Patrimônio do Brasil desde 1984, a Casa Branca foi o primeiro templo religioso não católico a ser reconhecido oficialmente como patrimônio nacional. Com cerca de 300 anos de existência, a casa é considerada matriz da nação ketu no Brasil, originando vários templos afro-brasileiros. Em 1986, a Casa Branca foi homenageada na 3ª Conferência Mundial da Tradição dos Orixás e Culturas.
A Casa Branca detém cerca de 6.800 metros quadrados de área, com barracão, casas de santo, árvores, praça com fonte e barco, entre outros itens sagrados e foi contemplada com outro edital do IPAC para a recuperação predial da Casa de Oxossi, no valor de R$ 19,9 mil. Os editais do IPAC e a relação de projetos vencedores são sempre publicados no site www.ipac.ba.gov.br. Mais informações através do endereço eletrônico editais@ipac.ba.gov.br e, nos horários comerciais, via telefones (71) 3117- 6491 ou 3117-6492.
Assessoria de Comunicação – IPAC – em 28.02.2011 - Jornalista responsável Geraldo Moniz (drt-ba 1498) – (71) 8731-2641 - Texto: estagiário Tiago Araújo - Contatos: (71) 3117-6490, 3116-6673, ascom.ipac@ipac.ba.gov.br - www.ipac.ba.gov.br - Facebook: Ipacba Patrimônio - Twitter: @ipac_ba