sábado, 26 de junho de 2010

CACHOEIRA/BA: DONA CLEONICE MELO, AOS 99 ANOS DE IDADE, INTEGRA O SEGMENTO DAS SENHORAS MAIS LONGEVAS DA SOCIEDADE CACHOEIRANA



Lúcida, muito inteligente, conversa com especial domínio do raciocínio, dona Cleonice Melo, aos 99 anos de idade, prepara-se para o seu centenário no ano que vem.
Guarda hábitos de esmerada educação, em tudo que lhe diz respeito, desde o uso correto da língua Portuguesa, escolha de vocabulário com que honra a tradição da elegância na comunicação com familiares, visitantes e estranhos, gestos outros que se revelam na indumentária e em diversas outras normas de boas maneiras, muito próprias das famílias tradicionais de sua época.
Em animada conversa com o Prof. Pedro Borges, em sua residência na Rua da Matriz, 44, dona Cleonice Melo rememorou seus dias de estu-dante, revelando nomes de colegas do curso primário superior, como a saudosa cachoeirana Olga Pereira, renomada autora de livros didáticos e fundadora da primeira Faculdade de Educação da Bahia.
Dona Cleonice Melo revelou com detalhes o sistema educacional do seu período de estudante em cuja estrutura o curso primário dividia-se "primário inferior e primário superior". O inferior corresponde hoje ao curso fundamental completo e o primário superior ao curso médio. Ela é formada com o grau de professora pelo curso primário superior da Cachoeira, na estrutura da escola formal que antecedeu a implantação do Colégio Estadual.
Ela lembra que muito antes da implantação do Colégio Esta-dual da Cachoeira, havia nesta cidade o Ginásio Teixeira de Freitas que foi fundado em 1932. Era particular. Foi nele que ela foi aluna e concluiu o curso ginasial. Cita entre os colegas da época, os alunos Raul e Oscar Mello, seus vizinhos, seu irmão Egberto Melo, e outros como David Navarro, Armando Bastos e as colegas Valquíria e Celina Leoni. Dos mestres, lembra-se da Profa. Leonina Conceição, do Prof. Salvador da Rocha Passos e do Dr. Nélson Silva. Afirma que o Ginásio Duque de Caxias era de alto nível. Revela com detalhes que em Cachoeira já houve curso superior antes das Faculdades Adventistas do IAENE e da UFRB, eram as "Escolas Reunidas de Ensino Superior", onde também ela estudou. Na verdade, ela se refere às "Escolas Reunidas de Ensino Superior" instituição estabe-lecida na Rua 13 de Maio, 13, onde até pouco tempo, funcionava a Fundação Hansen. Atualmente, cumpre o seu destino de sediar cursos superiores, como um dos pavilhões do Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo.
Integrante de família de reconhecidos méritos, em cujo seio os senhores Egberto Guimarães Mello e Laudílio Guimarães Mello são sempre mencionados como paradigmas, cidadãos que exerceram forte parti-cipação nos segmentos sociais de grande expressão na comunidade, tendo construído páginas de notável destaque na história da Loja Maçônica Caridade e Segredo e no Centro Espírita Obreiros do Bem.
Viúva há 54 anos, seu esposo faleceu, deixando-a aos 45 anos idade, dona Cleonice Melo prosseguiu criando e educando os filhos, hoje todos pais de família e avós de numerosa prole, os quais sustentam a linhagem na mesma direção da honra e da dignidade.
As razões mencionadas inspiraram a direção do Jornal O Guarany a incluir a Sra. Cleonice Melo em sua Galeria de Personalidades em Destaque.

3 comentários:

  1. Emocionante, realmente foi com grande emoção que li esta reportagem. Já sabia do imenso valor que minha vó tem para a Família e agora sinto-me grato a tal valorosa homenagem. Foi ela que me ensinou algumas das coisas mais importantes para o homem, a dignidade. Se hoje sei cantar o hino de Cachoeira, devo isto a ela.
    Parabéns minha vó.
    Seu neto,
    Fábio Pereira da silva

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  2. Estou escevendo um livro sobre personalidades vivas de Cachoeira. Há personalidades na educação, no jornalismo, na religião, no segmento empresarial, etc. Tenho um capítulo sobre as 10 personalidades mais influentes na sociedade cachoeirana. Quando li esta homenagem que o Jornal O Guarany fez à senhora Cleonice Mele me veio a idéia de criar um capítulo sobre as personalidades mais longevas desta cidade e vou aproveitar este texto para inclui-lo em meu livro que deverá estar pronto até o final do ano. Tem lançamento previsto na cidade, mesmo residindo na cidade do Rio de Janeiro há 32 anos. Vim de Cachoeira quando tinha 18 anos. Conheci bem a família Guimarães Melo - Srs. Laudílio, Egberto e a dona Cleonice também. Eles não me conhecem, mas eu os conheço. Fiquei feliz em ler texto tão elucitativo homenageando uma senhora já prestes a fazer um século de vida. Vou à Cachoeira, em agosto para a festa da Boa Morte.

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  3. Edna Mª Melo de Souza Araújo13 julho, 2010

    Fico muito feliz por minha tia Cleó ainda tão lúcida, tão alegre e bem humorada. Que ela continue sempre assim fazendo sucesso esperando com alegria o seu centenário e mostrando que Cachoeira só dá bons frutos.
    Viva tia, torço por voce.
    A sobrinha que muito te adimira.
    Edna Melo Araújo

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