sábado, 26 de junho de 2010

Revitalização da Praça da Aclamação e cuidados especiais com o Rio Paraguaçu são reivindicações antigas da sociedade cachoeirana





Luciano Borges dos Anjos
Diretor Jornal O Guarany
Coordenador de Produção da Bonatec - Indústria e Comércio Ltda - São Paulo/SP


Desde minha época de estudante do Colégio Estadual, sempre acompanhei as reivindicações da sociedade cachoeirana. Duas, em especial, merecem de fato a atenção dos representantes do Legislativo Municipal, são elas: a revitalização da Praça da Aclamação e cuidados especiais com o majestoso Rio Paraguaçu. Muitas foram as conversas e reuniões sobre essas duas tão importantes reivindicações que muito preocupam cachoeiranas e cachoeiranos.
Desde essa época de estudante, mais de 25 anos se passaram. Nada foi feito. De lá para cá, o comando da Cidade Histórica, Heróica e Monumento Nacional já teve Raimundo Leite, José Fernandez, Salustiano Coelho (Lu de Salu) e o atual, Tato Pereira, porém nenhum deles vi-sualizaram a importância desses dois aspectos.
Sei dos esforços concentrados de algumas instituições, como por exemplo, da ARP, que ao longo desses anos tem sido a única mola propulsora reivindicatória em defesa do Rio Paraguaçu, entre-tanto parece-me que a concen-tração de esforços por parte de alguns membros da sociedade e de representantes de entidades não têm sensibilizado o governo do estado nem tampouco o Poder Executivo Municipal, haja vista que nenhuma medida concreta até o presente momento foi adotada.
Nosso majestoso Paraguaçu, único rio genuinamente baiano com 600 km de curso, nele se pesca ao longo de todo o curso, principalmente tucunarés, traíras e piaus, sendo que no baixo curso encontram-se camarões, robalos e tainhas. No ano de 1504, os franceses já traficavam pelo rio Paraguaçu com os nativos. Porém sua descoberta é atribuída a Cristóvão Jacques, comandante da primeira expedição guarda-costa que chegou ao Brasil em 1526 para combater os franceses no contrabando do pau-brasil no nosso litoral. Foi durante a Guerra de Indepedência do Brasil, que uma canhoneira portuguesa sobre as aguas do Rio Paraguaçu bombar-eou a nossa cidade, sede da revolta contra os portugueses.
Nosso grandioso rio Paraguaçu nasce no Morro do Ouro, Serra do Cocal, município de Barra da Estiva, Chapada Diamantina, segue em direção norte passando pelos municípios de Ibicoara, Mucugê e até cerca de 5km a jusante da cidade de Andaraí, quando recebe o rio Santo Antônio. Muda de direção em seu curso para oeste e leste, servindo como divisor entre os municípios de Itaeté, Boa Vista do Tupim, Marcionílio Souza, Itaberaba, Iaçu, Santa Teresinha, Antônio Cardoso, Castro Alves, Santo Estevão, Cruz das Almas, Governador Mangabeira, Conceição da Feira, Muritiba de São Félix, e as cidades de São Felix de Cachoeira e Maragogipe, desemboca na Baía de Todos os Santos entre os municípios de Maragogipe e Saubara.


Quando falo de revitalização da Praça da Aclamação, refiro-me à abertura de novos negócios, ao incremento do comércio local, a formação de opiniões geradoras de entretenimento financeiro entre cidades do recôncavo, a expansão de conhecimentos através de opções saudáveis, como por exemplo, teatro, cinema, espetáculos de forma em geral. A revitalização da Praça da Aclamação mostrará o que a Cachoeira tem. Suas riquezas culturais individuais se tornaram coletivas. A revitalização da Praça da Aclamação criará condições para que cachoeiranos e mais cachoeiranos possam mostrar seu potencial, através de suas vocações artísticas, e logicamente a medida promoverá riquezas aos cofres do município. Assim é o nosso rio Paraguaçu. Assim é a sua importância.
Visitei a minha amada terra no final do ano passado, e pude constatar que atualmente na Praça da Aclamação, a qual representa o coração da cidade, só existem três opções de lazer para a sociedade e para os turistas que a visitam.
Essa praça que hoje vejo é a mesma de 1822. Posso até está enganado, acredito que em 1822 os cachoeiranos tinham nela mais opções de lazer. Acredito que naquela época deveriam existir mais bibocas, mais botecos e outros. Não que eu esteja defendendo que sejam criados botecos na Praça da Aclamação, mas o que posso observar é que houve retrocesso, aliás, diga-se de passagem, houve, sim, retrocesso. Nossa Cachoeira já teve seus momentos de glória, hoje seus governantes não conseguem promover o seu crescimento econômico. Fingem não entender do que estou falando. Enganam! Enrolam! E não conseguem fazer florir essa riqueza que ainda está nela.
Cachoeira que teve seu apogeu durante os séculos 18 e 19, quando seu porto era utilizado para escoamento de grande parte da produção agrícola do Recôncavo Baiano. Mãe de filhos ilustres, a exemplos de Ana Néri - enfermeira, chamada de "mãe dos brasileiros", por sua nobre atuação na Guerra do Paraguai; André Rebouças - engenheiro e abolicionista; Augusto Teixeira de Freitas - o maior jurisconsulto das Américas; Castro Alves - um dos maiores poetas brasileiros, nascido em Curralinho (na época pertencente à Comarca da Cachoeira); Ernesto Simões Filho - fundador do Jornal "A Tarde"; Manoel Tranquilino Bastos - maestro e instrumentista; Cândido dos Santos Xavier; Edson Gomes - músico, cantor e compositor e Sine Calmon - músico, cantor e compositor
Nossa cidade tem uma importância inigualável. É possuidora de inesgotável fonte de riquezas e não pode conviver com a falta de uma praça geradora de promoções capazes de fazer fluir tais riquezas.
Muito bela e essencial a obra realizada no porto da Cachoeira, entretanto essa importante obra se ofusca com a sujeira e a degradação do eminente Rio Paraguaçu.











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