quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

BRASÍLIA/DF: PF filma tentativa de suborno a testemunha

Amigo de Durval Barbosa receberia R$ 200 mil para mudar depoimento
Josie Jeronimo, do R7 em Brasília
O jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Edson Sombra, deixou a Superintendência da Polícia Federal na tarde desta quinta-feira (4) após participar, na manhã de hoje, de operação para prender Antônio Bento, servidor aposentado do GDF (Governo do Distrito Federal). Bento foi flagrado com R$ 200 mil em dinheiro vivo em uma suposta tentativa de suborno. A ação ocorreu em um restaurante no bairro Sudoeste, em Brasília, e foi filmada pela PF.
O servidor havia combinado com Sombra que pagaria o dinheiro se o jornalista não prestasse depoimento reforçando as acusações do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido).
Amigo de Durval, teria sido Sombra o responsável por encorajar o ex-secretário a delatar o suposto esquema de pagamento de propina no governo de José Roberto Arruda.
Ao receber a proposta de Bento, Sombra entrou em contato com a PF para registrar a tentativa de suborno. A polícia registrou em vídeo toda a conversa entre os dois no encontro.
O GDF, por meio de sua assessoria de imprensa, nega qualquer relação de Bento com o governo e afirma que ele não é mais funcionário do Distrito Federal. Ele tem cargo, atualmente, como conselheiro da Companhia de Metrô do GDF. A vaga geralmente é preenchida após indicação da secretaria de Governo, presidida à época da indicação de Bento por José Humberto Pires. Até o início da tarde, o nome de Bento também aparecia no site do jornal O Distrital - em qual Sombra trabalha - como gerente comercial da publicação. O jornal, no entanto, não confirma que Bento trabalhe lá.
Bento fez exame de corpo de delito e passará a noite em uma cela na Superintendência da PF. Depois ele será encaminhado para o presídio da Papuda.
A PF deflagrou no dia 27 de novembro a operação Caixa de Pandora. Arruda e todos os envolvidos negam participação no esquema e rebatem as acusações. O esquema seria uma espécie de “pedágio” cobrado por Arruda para que empresas consigam contratos com o governo. O dinheiro arrecadado, segundo o inquérito da PF, era dividido entre Arruda, o vice-governador, Paulo Octávio, além de secretários e assessores da administração do DF.

Arruda é alvo de processo de impeachment. A Câmara Legislativa do DF tenta ainda emplacar uma CPI da Corrupção para apurar o envolvimento dos oito deputados distritais, afastados do caso por ordem da Justiça.

Mais de 30 vídeos que fazem parte das investigações mostram Arruda e seus aliados recebendo maços de dinheiro.

 

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