EM CACHOEIRA/BAHIA

IMPRUDÊNCIAS 

A Polícia sob o domínio de inobservâncias com que violam instruções recomendadas pela própria Corporação age soberanamente na cidade da Cachoeira

Imagem ilustrativa

Imprudência I

Jovem adolescente de menor idade foi atingida com dois dos sete tiros deflagrados contra o veículo que a conduzia,  permanece com as balas alojadas do lado direito das costas, na região dos pulmões

Recentemente, viatura da PM, cuja guarnição assustou dois jovens  no próprio veículo parado. Surpreendidos bruscamente pelo piscar brilhante e sucessivo dos  faróis da referida viatura, com que o jovem ao volante imprimiu velocidade para livrar-se do incômodo, quando teve seu veículo metralhado pelos policiais  e a jovem ao seu lado, a de menor idade, atingida com dois dos sete tiros deflagrados contra o veículo que a conduzia. Revistados, os jovens não portavam armas nem drogas, nem em si nem no veículo. Socorrida pelos policiais ofensores, a jovem, banhada de sangue, foi conduzida ao hospital local, e, imediatamente, reconduzida para o Hospital Estadual de Santo Antônio de Jesus, ante a gravidade dos ferimentos. Internada no mesmo hospital, para a operação de extração das balas, o médico, ante a profundidade dos ferimentos, não pôde extraí-las, para não agravar ainda mais o estado da ofensa física da menor e causar seu óbito. O profissional optou por submetê-la a outro tipo de tratamento, instruído pela Medicina, em casos dessa natureza, permanecendo com as balas alojadas no corpo, próxima à região do coração. A jovem anda com dificuldade, manca ao locomover-se, senta-se com o corpo em visível desequilíbrio e desconforto, já está com dificuldade na manifestação do seu raciocínio. Observada, ver-se-á que as balas alojadas em seu corpo vêm causando-lhe transtornos emocionais em visível progressão.

Imprudência II

Usuários de drogas, só os chamados pés-de-chinelo, vítimas de traficantes poderosos, estão com seus nomes registrados e com fotos, na Delegacia de Polícia da Cachoeira, como assaltantes. Há evidência do uso de drogas em segmentos da sociedade, gente de expressão, como professores, médicos, advogados, engenheiros, etc. Esses, nem a PM nem a Civil sequer chegam perto. Há também na cidade, pontos de comercialização de drogas, como maconha, crack, cocaína e outros entorpecentes de alto poder ofensor, em cujas estruturas a polícia parece silenciar, sequer ousa abordar. Há pouco tempo, houve um assalto na Ótica Galeria Bering, à luz do dia, de cuja Empresa os meliantes levaram, além de dinheiro, mercadorias de elevado valor. Os ladrões não usavam mascares, estavam de cara limpa. Formalizada a queixa, na Delegacia, o agente exibiu uma série de fotos de usuários e vítimas da drogas, buscando dos representantes da Ótica assaltada, se, entre as pessoas da foto, podiam  identificar os assaltantes. Não apontaram um só sequer! Entre os fotografados, usuários de drogas, transgressores da honra e dos bons costumes, por rebeldia e desobediência, não há um sequer relacionado com assaltos ou roubos de qualquer natureza. Entretanto, o fato de exibir fotos como se os mesmos integram  facções  criminosas de roubos e assaltos, tem o expresso propósito  de denegrir e passar a falsa imagem de que tenham vínculos com estruturas ligadas ao mundo do crime.

Imprudência III

Há quem sustente que as armas  e drogas acima exibidas não estavam com os jovens assassinados. 

Nas redes sociais do dia 04/08/2017, noticias se multiplicaram   sobre três jovens mortos a tiros pela Polícia numa operação realizada no Bairro do Morumbi, sob a suspeita de que eram membros de uma facção criminosa do tráfico de drogas.  Há informações seguras de que apenas um era usuário de maconha. Os jovens mortos foram conduzidos para o necrotério da Santa Casa da Cachoeira.Os mortos foram Luís Moraes dos Santos, 29 anos, Railton Ferreira da Conceição e Normando de Souza Júnior. O material apreendido, foi apresentado na delegacia da cidade, enquanto os corpos, foram levados para o Departamento de Policia Técnica de Santo Amaro da Purificação.

Nota do Jornal O Guarany: É evidente que a ação com que  a Polícia matou os jovens mesmo que fossem meliantes, contraventores,  não terá quaisquer influências para acabar com o tráfico de drogas no Morumbi nem na cidade. A operação instruída pela própria Corporação Policial é outra, ainda mais quando os usuários são vítimas de um sistema que lhes obriga viver nas estruturas abaixo da linha de pobreza.