sexta-feira, 22 de abril de 2016

CRONICA

O 17 de abril
Erivaldo Brito
 
O domingo, 17 de abril não foi igual aquele que passou, foi um domingo histórico, inesquecível, um domingo para quem gosta e ainda pode protestar ou apoiar gritando palavras de ordem. Eu exerço a minha cidadania votando, escrevendo neste blogger. Assim, grudado na televisão, ansioso, aguardando os acontecimentos que logo logo serão notícias velhas. É assim a nova geração Internet jamais sonhada pelos jornalistas dos tempos das composições tipográficas. Não sei dizer se isso é bom ou ruim, afinal muitas postagens não condizem com a veracidade dos fatos.
 
Há 32 anos passados, no dia 17 de abril de 1984, acontecia a maior manifestação pública até então ocorrida no país.: a Marcha das Diretas, Já!   Lembram-se quem, dentre outras pessoas importantes, se encontravam no mesmo palanque naquele dia? Fernando Henrique, Lula e os saudosos Ulysses Guimarães e Tancredo Neves.Tancredo foi eleito mas faleceu antes de assumir o mandato. Fernando Henrique e Lula governaram o pais com direito a bis.
 
Fernando Henrique era presidente quando, no dia 17 de abril de 1997, uma marcha estimada em 30 mil pessoas do MST desfilava no Eixo Monumental de Brasília entoando os seguintes slogans:
 
-  FHC, vendido entregando o ouro ao bandido !
- Fernando um...Fernando dois...Qual será a merda que virá depois?
 
Ih,cara ! Por ironia do destino vieram Lula e Dilma !
Foi, também, num dia 17 de abril (o ano foi 1970), que Carlos Lamarca, dois militantes da Vanguarda Popular Revolucionária planejava o sequestro do então embaixador alemão no Brasil.
 
No ano de 1980, também num dia 17 de abril, o governo militar resolvia esmagar uma greve de metalúrgicos do ABC. Quem era o líder sindicalista? Lula! Ele e mais 14 companheiros foram presos e enquadrados na Lei de Segurança Nacional vigente.
 
Para quem gosta do assunto como o meu fraternal amigo professor Pedro Borges, deve ser uma data cabalística o dia 17 de abril.
 
Esta impeachment é o segundo que eu presencio como testemunha ocular da história. o de agora está tendo maior repercussão, graças à capilaridade dos modernos smartphones.
 
A sessão propriamente dita foi um circo com número exagerado de palhaços. Imagens com deputados e deputadas dizendo bobagens ao microfone e eu pensando na repercussão internacional. O que acontece com tanta gente despreparada se deve ao número exagerado de partidos e de deputados eleitos com votos de legenda, ou seja, dos milhares de votos dados a um Tiririca, por exemplo.
 
Raros foram os que foram objetivos entre o "sim" ou o "não", poucos analisaram os motivos técnicos para o afastamento da presidente, apenas gritavam em nome de Deus (lá deles), pelas famílias (deles), pelos amigos e parceiros (deles).
 
Deputado Jair Bulsonaro
Dep.Jean Willys
Pensei que o pau ía quebrar quando o deputado Bolsonaro elogiou um torturador, talvez o maior deles do regime militar. A reação do também deputado Jean Willys foi dar-lhe uma cusparada.
 
No Senado é de se esperar um nível mais elevado. 
 
Fonte: Jornal de Ontem, Hoje e Sempre

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