quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele

Urge reagir contra atos arbitrários que excluam e ofendam a honra e a dignidade dos cidadãos

Por Pedro Borges dos Anjos
MM/Editor-Chefe do Jornal O Guarany

Faz pouco tempo, o governador Alckmin, de São Paulo buscou, de forma impositiva, instituir estruturas drásticas de mudanças na rede de ensino do estado, determinando autoritariamente o fechamento de inúmeras unidades escolares, com que pretendeu obrigar os alunos a se deslocarem de grandes distâncias para prosseguir seus estudos em outros estabelecimentos.

O jornalista e professor baiano João Carlos Teixeira Gomes, membro da Academia de Letras da Bahia, em artigo de sua lavra, intitulado “Quando o povo derrota o poder arbitrário”, publicado no Jornal A Tarde, edição de 16/01/2016, retrata nos parágrafos que seguem a dimensão do descompasso com que a medida se distancia do processo democrático:... “a reforma planejada pelo governador peessedebista e sua cambada de burocratas alterava completamente a vida dos estudantes paulistas e suas famílias. Os primeiros eram obrigados a grandes deslocamentos, longe de suas bases de vida, numa cidade que vive sempre tumultuada, enquanto as segundas, n um país em crise, eram forçadas a despesas adicionais com transportes e alimentação, além de novas preocupações com a segurança de seus filhos. Nenhuma melhoria substancial do ensino as medidas indicavam. Era apenas um exercício de arrogância do poder. O resultado de tudo isso foi uma reação vigorosa dos prejudicados, até forçarem o governador desastrado e seus burocratas a um recuo, que representou contundentemente derrota e uma lição de civismo”.

No Brasil, medidas autoritárias têm sido uma marca permanente de desfiguração aos direitos do cidadão, quando canalhas assumem posição de mando em diversos segmentos da sociedade, tanto público quanto privado, entre muitos, destacam-se o INSS, rede bancária, IPHAN, na Bahia: EMBASA, COELBA, Potências Maçônicas, como a GLEB, em especial, o próprio Poder Judiciário.

Até pouco tempo, a reação, via de regra, era inexpressiva, quase inexistente. A resistência dos alunos paulistanos, contra a determinação arbitrária do governador, é, portanto, digna de aplausos, é um paradigma a ser seguido em circunstâncias semelhantes. Merece ser comentada ante sua excepcionalidade. Integrantes da sociedade, membros de instituições, usuários de serviços diversos, silenciam, sempre optam pela omissão, curvam-se, sem o menor gesto de reação, contra as arbitrariedades cometidas por gestores prepotentes, infratores da lei, desfiguradores dos princípios fundamentais da democracia. Foi assim, no governo Fernando Collor de Mello, com o confisco da poupança que alcançou a todos os brasileiros. Do referido seqüestro, o Poder Judiciário foi cúmplice.

Não reagir, de forma corajosa e com rigor, amplia a margem de ação dos malandros presentes em todas as esferas dos Poderes, com que a corja de corruptos prossegue roubando bilhões do erário público e privado.













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