Quem aceita o
mal sem protestar, coopera com ele
Urge reagir
contra atos arbitrários que excluam e ofendam a honra e a dignidade dos cidadãos
Por Pedro
Borges dos Anjos
MM/Editor-Chefe
do Jornal O Guarany
Faz pouco tempo, o governador Alckmin, de São Paulo
buscou, de forma impositiva, instituir estruturas drásticas de mudanças na rede
de ensino do estado, determinando autoritariamente o fechamento de inúmeras
unidades escolares, com que pretendeu obrigar os alunos a se deslocarem de
grandes distâncias para prosseguir seus estudos em outros estabelecimentos.
O jornalista e professor baiano João Carlos Teixeira
Gomes, membro da Academia de Letras da Bahia, em artigo de sua lavra,
intitulado “Quando o povo derrota o poder arbitrário”, publicado no Jornal A
Tarde, edição de 16/01/2016, retrata nos parágrafos que seguem a dimensão do
descompasso com que a medida se distancia do processo democrático:... “a reforma planejada pelo governador peessedebista e sua
cambada de burocratas alterava completamente a vida dos estudantes paulistas e
suas famílias. Os primeiros eram obrigados a grandes deslocamentos, longe de
suas bases de vida, numa cidade que vive sempre tumultuada, enquanto as
segundas, n um país em crise, eram forçadas a despesas adicionais com transportes
e alimentação, além de novas preocupações com a segurança de seus filhos.
Nenhuma melhoria substancial do ensino as medidas indicavam. Era apenas um
exercício de arrogância do poder. O resultado de tudo isso foi uma reação
vigorosa dos prejudicados, até forçarem o governador desastrado e seus
burocratas a um recuo, que representou contundentemente derrota e uma lição de
civismo”.
No Brasil, medidas autoritárias têm sido uma marca
permanente de desfiguração aos direitos do cidadão, quando canalhas assumem
posição de mando em diversos segmentos da sociedade, tanto público quanto
privado, entre muitos, destacam-se o INSS, rede bancária, IPHAN, na Bahia:
EMBASA, COELBA, Potências Maçônicas, como a GLEB, em especial, o próprio Poder
Judiciário.
Até pouco tempo, a reação, via de regra, era
inexpressiva, quase inexistente. A resistência dos alunos paulistanos, contra a
determinação arbitrária do governador, é, portanto, digna de aplausos, é um
paradigma a ser seguido em circunstâncias semelhantes. Merece ser comentada
ante sua excepcionalidade. Integrantes da sociedade, membros de instituições,
usuários de serviços diversos, silenciam, sempre optam pela omissão, curvam-se,
sem o menor gesto de reação, contra as arbitrariedades cometidas por gestores prepotentes,
infratores da lei, desfiguradores dos princípios fundamentais da democracia. Foi
assim, no governo Fernando Collor de Mello, com o confisco da poupança que
alcançou a todos os brasileiros. Do referido seqüestro, o Poder Judiciário foi
cúmplice.
Não reagir, de forma corajosa e com rigor, amplia a
margem de ação dos malandros presentes em todas as esferas dos Poderes, com que
a corja de corruptos prossegue roubando bilhões do erário público e privado.
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