A TRAGEDIA DO DESCASO
O rompimento da barragem
Por Erivaldo Brito
A tragédia, que chegou quase sem avisar, acabou tomando grande espaço da imprensa mundial: o rompimento da
barragem da pequena Mariana, Minas Gerais. Até o momento não se sabe, ainda, o
número de vitimas fatais em face dos muitos "desaparecimentos". Mais
de 500 pessoas foram resgatadas.
Não tive até o momento
qualquer notícia sobre o impacto de tal notícia para as populações da Cachoeira
e São Félix, sempre apreensivas com a segurança da barragem de Pedra do Cavalo.
Será que a empresa encarregada de levar água para Salvador (Embasa) e a de
geração de energia (Voitorantim)
emitiram algum comunicado tranquilizador?
Eu fui funcionário da
extinta Desenvale, trabalhei na obra de Pedra do Cavalo desde o início da obra,
primeiro na administração, depois na secretaria geral, e, por fim, no setor de
comunicação onde recebia visitantes e implantei o mensário "Desenvale
Notícias".
Da esquerda para a direita: o
rio em seu leito normal e aspecto do aterramento.
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Acompanhei, fotografando, os
engenheiros Sérgio Guedes, Washington Campos, Gustavo Rocha e outros. Tive o
privilégio de andar no leito do rio Paraguaçu quando foi desviado para a
construção da barragem. Se vocês deram uma olhadinha na última foto, vai ter uma ideia da extensão do aterramento.
O projeto de Pedra do Cavalo
foi executado pelo Consórcio Nacional de Engenheiros Construtores - CNEC -,
sendo executado pelo Consórcio formado pelas construtoras Odebrecht, Concic e
Cepel.
O acompanhamento técnico foi
feito pela Geotécnica, e o controle tecnológico pelo Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento-CEPED, Mecânica
Pesada S/A-MEP, e Sermer Indústria Mecânica.
A barragem tem
as principais características:
Altura máxima
sobre as fundações =135 metros.
Volume de
enroscamento da barragem =6.000.000
m3
Volume
total do reservatório =5,3 bilhões de m3
Volume útil
para geração =1,5 bilhões de m3
Volume útil
para contenção de cheias =700
milhões de m3
Para que aconteça qualquer
espécie de preocupação quanto à segurança da barragem, seria um abalo sísmico
de grandes proporções, o que seria uma tragédia para várias cidades e não
apenas São Félix e Cachoeira.
Não sei dizer é se o sistema
de emergência, no caso de volume inesperado das água do rio Paraguaçu quando
ultrapassarem os 700 milhões de m3 para contenção de cheias está funcionando.
Alguém poderia acionar a
direção?
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