sábado, 14 de novembro de 2015

MINAS GERAIS E BAHIA

A TRAGEDIA DO DESCASO
O rompimento da barragem
Por Erivaldo Brito

A tragédia, que chegou quase sem avisar, acabou tomando grande espaço da imprensa mundial: o rompimento da barragem da pequena Mariana, Minas Gerais. Até o momento não se sabe, ainda, o número de vitimas fatais em face dos muitos "desaparecimentos". Mais de 500 pessoas foram resgatadas.

Não tive até o momento qualquer notícia sobre o impacto de tal notícia para as populações da Cachoeira e São Félix, sempre apreensivas com a segurança da barragem de Pedra do Cavalo.

Será que a empresa encarregada de levar água para Salvador (Embasa) e a de geração de energia (Voitorantim)  emitiram algum comunicado tranquilizador?


Eu fui funcionário da extinta Desenvale, trabalhei na obra de Pedra do Cavalo desde o início da obra, primeiro na administração, depois na secretaria geral, e, por fim, no setor de comunicação onde recebia visitantes e implantei o mensário "Desenvale Notícias".

Da esquerda para a direita: o rio em seu leito normal e aspecto do aterramento.
         
Acompanhei, fotografando, os engenheiros Sérgio Guedes, Washington Campos, Gustavo Rocha e outros. Tive o privilégio de andar no leito do rio Paraguaçu quando foi desviado para a construção da barragem. Se vocês deram uma olhadinha na última foto, vai ter uma ideia da extensão do aterramento.

O projeto de Pedra do Cavalo foi executado pelo Consórcio Nacional de Engenheiros Construtores - CNEC -, sendo executado pelo Consórcio formado pelas construtoras Odebrecht, Concic e Cepel.

O acompanhamento técnico foi feito pela Geotécnica, e o controle tecnológico pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento-CEPED, Mecânica Pesada S/A-MEP, e Sermer Indústria Mecânica. 

A barragem tem as principais características:
Altura máxima sobre as fundações =135 metros.

Volume de enroscamento da barragem =6.000.000 m3
Volume total  do reservatório =5,3 bilhões de m3
Volume útil para geração =1,5 bilhões de m3
Volume útil para contenção de cheias =700 milhões de m3

Para que aconteça qualquer espécie de preocupação quanto à segurança da barragem, seria um abalo sísmico de grandes proporções, o que seria uma tragédia para várias cidades e não apenas São Félix e Cachoeira.

Não sei dizer é se o sistema de emergência, no caso de volume inesperado das água do rio Paraguaçu quando ultrapassarem os 700 milhões de m3 para contenção de cheias está funcionando.

Alguém poderia acionar a direção?

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