Jornal A Tarde muda de dono
Após completar 103 anos, no último dia 15 de outubro, o jornal A
Tarde muda de mãos. A família do fundador, Ernesto Simões Filho, cede lugar a
três novos donos. Faltam apenas definir alguns pontos para a assinatura final
do contrato. “A venda está praticamente fechada. A avaliação do endividamento
está sendo concluída, mas este é um caminho sem volta, a família sabe que o
jornal está insolvente”, observa uma fonte que acompanha as negociações.
O jornal deve ser comprado por R$ 20 milhões e, pelo contrato, o
passivo (estimado entre R$ 150 milhões e R$ 180 milhões, entre tributos e
trabalhistas) será dividido entre comprador e vendedor, sendo transferido
paulatinamente aos novos donos, até que estes assumam 100% da dívida.
As negociações também envolvem a sede do jornal, na Avenida
Tancredo Neves, numa das áreas mais valorizadas de Salvador.
A rádio A Tarde (103.9 FM) já pertence ao grupo que está finalizando a compra
do jornal. O negócio teria custado R$ 15 milhões. Além disso, os novos
proprietários pagaram mais R$ 10 milhões por um precatório da família, avaliado
em R$ 50 milhões.
Mais antigo jornal da Bahia, A Tarde enfrenta os mesmos
problemas financeiros que atingem os veículos impressos no Brasil: queda na
arrecadação de anunciantes e a diminuição de leitores. Sem conseguir acompanhar
os novos tempos, a Tarde perdeu a liderança nas vendas e viu crescer seu
passivo. Apesar de pagar em dia o salário, há mais de um ano não deposita
o Fundo de Garantia (FGTS) dos funcionários.
Os novos donos do grupo A Tarde seriam um jovem empresário com atividade na
área de agronegócio, incorporação imobiliária e televisão aberta, é que
está enveredando para a política; o presidente de uma das maiores agência de
publicidade do país e um polêmico empresário baiano, fundador de uma conhecida
construtora e com negócios no setor de geração de energia e distribuição de gás
em diversos estados.
Fonte: Gente & Mercado
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