segunda-feira, 28 de setembro de 2015


Odebrecht transforma cela em academia e escritório

Os 100 dias de cárcere de Odebrecht são divididos em duas etapas.
Marcelo Odebrecht transformou o exíguo espaço onde passa a maior parte dos dias enclausurado em escritório e academia. Longe das raias de sua piscina particular, faz exercícios físicos e anotações. O terno deu lugar ao agasalho de academia. Faz “step” (subir e descer degraus) de improviso na estrutura de concreto da cela, abdominais e flexões. Uma rotina que começa cedo e segue tarde adentro. 

O terno, ele só voltou a usar quando foi levado a depor CPI da Petrobras. Na ocasião, orientado por seu advogado, negou “ter o que dedurar” para rechaçar a hipótese de aderir à delação premiada. Odebrecht não para nem demonstra abatimento, e anota: são orientações aos advogados, análises das peças dos processos da Lava Jato, que ele lê e relê atentamente, indicações de argumentos, pontos a serem questionados em juízo, táticas de publicidade e relação com a imprensa.

 Acostumado a dar ordens, mantém dentro do cárcere a figura do líder. Cinco executivos da Odebrecht, presos também no dia 19 de junho, mantém a reverência hierarquia, mesmo afastados dos cargos e longe da empresa. “Parece uma relação de seita”, diz uma autoridade da equipe da Lava Jato, em reservado. Os 100 dias de cárcere de Odebrecht são divididos em duas etapas. Nos 26 primeiros dias esteve preso na Custódia da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba – QG das investigações, sob a guarda direta daqueles que o prenderam. O empresário dormiu na cama superior de uma beliche, em uma cela sem janela, onde a luz que entra é a do vão das grades da porta. Com ele, dois outros executivos.  
Fonte: Estadão

Nenhum comentário:

Postar um comentário