Por Paiva Netto*
Não há nada mais valioso na Terra do que a existência
humana. No planeta, somos os únicos seres conscientes da finitude física,
embora prossigamos nossa jornada de aprendizado, no âmbito espiritual, após o
fenômeno chamado morte. A partir do momento que valorizamos a vida desde o seu
estágio físico, construímos, verdadeiramente, uma Sociedade Solidária
Altruística Ecumênica.
A doação de sangue, aplaudível vereda que aproxima o ser
humano de sua humanidade, é indispensável em favor de tantos que lutam para
sobreviver.
No Brasil, em período de férias e feriados, justamente
quando ocorrem mais acidentes de todo tipo, cresce a demanda por sangue e
diminui o número de doadores. Um cálculo cujo saldo preocupa os hemocentros do
país.
Déficit nacional
Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), a dra. Selma Soriano, médica hematologista e
hemoterapeuta da Fundação Pró-Sangue de São Paulo, fez um apelo: “Que a população antes de tirar férias, de
sair em viagem, faça a sua doação de sangue. Normalmente, a demanda de sangue
em feriados aumenta em torno de 30%, e a doação cai em torno de 40%. Daí
trabalharmos sempre com os estoques no limite. Desse modo, priorizamos o
atendimento de urgência (...)”.
A transfusão de sangue é imprescindível não somente no
socorro às vítimas de graves acidentes, de catástrofes como deslizamentos de
terra, inundações etc. A dra. Selma explica: “Precisamos, e muito, de doações de sangue no tratamento de pacientes
que estão em Unidade de Terapia Intensiva; para os que lutam contra o câncer
que, às vezes, carecem de reposição de sangue; e para os pacientes de
transplante de órgãos. No caso de doenças congênitas, temos a hemofilia. Isso
sem falar nas cirurgias. Nas de grande porte, 60% delas necessitam de
transfusão de sangue”.
Segundo o Ministério da Saúde, 3,5 milhões de pessoas
doam sangue anualmente no Brasil. Está longe de ser o ideal, já que deveríamos
ter cerca de 5,4 milhões de doadores. Para suprir esse déficit são feitas campanhas
de apelo à sociedade. “Temos 1,8% da
população brasileira que doa sangue, e a gente deveria estar entre 3% e 5%.
Faltam componentes sanguíneos para algumas situações específicas”, revela a
hematologista.
Minutos que salvam
Que essa ação caritativa se torne um hábito saudável e
permanente, já que é algo que não exige sacrifício algum. “Entre a pessoa chegar a um banco de sangue e fazer a sua doação, ela
permanece de 40 a 50 minutos no máximo. O ato em si, propriamente dito, leva
apenas 7 minutos”, afirma a dra. Selma.
Inúmeros são os postos de coleta no Brasil. No site www.prosangue.sp.gov.br,
você encontra vários deles e se informa quanto aos requisitos básicos para ser
um doador de sangue.
Eis nosso contributo no esclarecimento geral a respeito
desse importante assunto. Doar sangue, gesto que merece o devido apoio de
todos, pode ser a própria salvação do ofertante amanhã.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e
escritor.
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