Os baianos estão indignados com a notícia da aprovação, pela Assembleia
Legislativa do Estado, de uma Emenda a Constituição baiana, outorgando
aos ex-governadores do Estado uma pensão mensal vitalícia que hoje
alcança a cifra de quase vinte mil reais.
A imoral Emenda
Constitucional foi patrocinada pelo Presidente da Assembleia
Legislativa, o Deputado Estadual Marcelo Nilo, fiel escudeiro do
Governador da Bahia, devidamente recompensado
pela perpetuação na presidência da Casa Legislativa (oito anos, com a
sinalização de continuidade na próxima legislatura). Isso acontece há
pouco mais de 2 meses da eleição do novo governador, também do mesmo
partido. A pergunta que fica é, porque não foi feito antes da eleição?
Talvez porque eles soubessem que ia
Perguntam-me o que eu acho: acho um horror, uma imoralidade, uma falta de pudor e sobretudo, de uma inoportunidade absoluta.
A PEC mereceu críticas veementes e o Legislativo, ou melhor, a Casa do Povo colocou-se de costas para os eleitores que ingenuamente acreditaram haver ética na política, o velho jargão do PT.
Se examinarmos bem o ato legislativo, temos uma pensão integral outorgada a alguém que, sem curso ou concurso, só pelo voto popular, exerceu cargo político por apenas quatro anos, sem qualquer contribuição para a previdência. Se o beneficiado com a malfadada PEC fosse um político qualquer, era o caso de nos admirarmos pela desfaçatez. Mas quando encontramos como diretamente contemplado, alguém que se coloca perante a nação como o homem de confiança da Presidente da República, cogitado para ocupar um cargo no primeiro escalão do próximo Governo Federal, esse caso assusta ainda mais e causa repúdio.
Em um dos seus últimos atos, o Governador Jaques Wagner vai ganhar pelo resto da vida um pomposo salário pelos serviços prestados ao Estado da Bahia. Lembremos de um povo heroico que se ouvia um brado retumbante e agora o que podemos ouvir, é esse brado retumbante falando apenas em favor próprio, e agora em esfera nacional.
Coisas da Bahia, coisas do Brasil. Não podemos nos acostumar com isso.
A PEC mereceu críticas veementes e o Legislativo, ou melhor, a Casa do Povo colocou-se de costas para os eleitores que ingenuamente acreditaram haver ética na política, o velho jargão do PT.
Se examinarmos bem o ato legislativo, temos uma pensão integral outorgada a alguém que, sem curso ou concurso, só pelo voto popular, exerceu cargo político por apenas quatro anos, sem qualquer contribuição para a previdência. Se o beneficiado com a malfadada PEC fosse um político qualquer, era o caso de nos admirarmos pela desfaçatez. Mas quando encontramos como diretamente contemplado, alguém que se coloca perante a nação como o homem de confiança da Presidente da República, cogitado para ocupar um cargo no primeiro escalão do próximo Governo Federal, esse caso assusta ainda mais e causa repúdio.
Em um dos seus últimos atos, o Governador Jaques Wagner vai ganhar pelo resto da vida um pomposo salário pelos serviços prestados ao Estado da Bahia. Lembremos de um povo heroico que se ouvia um brado retumbante e agora o que podemos ouvir, é esse brado retumbante falando apenas em favor próprio, e agora em esfera nacional.
Coisas da Bahia, coisas do Brasil. Não podemos nos acostumar com isso.
*Eliana Calmon, ex-ministra do Supremo Tribunal Federal
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