LÍDER DO PT NO SENADO É ACUSADO DE RECEBER R$ 1 MILHÃO
Foto: Reprodução / Antonio Cruz/ABr/VEJA
O
líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), teria recebido R$ 1
milhão do esquema de propinas e corrupção na Petrobras para sua campanha
em 2010, segundo afirmativa do ex-diretor de Abastecimento da estatal
Paulo Roberto Costa, em um dos seus depoimentos da delação premiada. O
petista integra uma extensa lista de políticos acusados pelo ex-diretor
da Petrobras na delação por meio da qual espera ter sua pena reduzida.
Dos depoimentos sigilosos, já vieram à tona outros nomes de supostos
beneficiários de dinheiro de propina dos contratos da Petrobras, como o
da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, também do PT, o do
ex-senador, já morto, Sérgio Guerra, do PSDB, e o do ex-governador de
Pernambuco Eduardo Campos, do PSB, que também já morreu. Gleisi e Campos
teriam recebido o dinheiro, por meio de intermediários, para campanhas
políticas. No caso de Guerra, teria sido para abafar as investigações de
uma CPI sobre a Petrobras instalada no Congresso Nacional no ano de
2009. Gleisi, o PSDB e o PSB negam ter recebido propinas, assim como o
líder do PT no Senado. No caso de Humberto Costa, o ex-diretor da
estatal disse que o dinheiro foi solicitado pelo empresário Mário
Barbosa Beltrão, amigo de infância do petista e presidente da Associação
das Empresas do Estado de Pernambuco (Assimpra). Paulo Roberto Costa
disse que o dinheiro saiu da cota de 1% do PP (Partido Progressista),
que tinha o controle político da diretoria de Abastecimento da
estatal. Ainda segundo o ex-diretor, outras unidades da companhia foram
loteadas para o PT (Serviços) e o PMDB (Internacional). Cada diretoria
arrecadava 1% de cada grande contrato. A Diretoria de Serviços, sob o
comando político do PT, realizava todas as licitações das demais
unidades e, por isso, o partido recebia outros 2% sobre os contratos da
estatal, segundo o ex-diretor de Abastecimento. Paulo Roberto Costa
assumiu o cargo em 2004, por indicação pessoal do então deputado José
Janene (PP-PR), que integrava a base aliada do Palácio do Planalto na
gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Janene, que foi réu no
processo do mensalão, morreu em 2010. Segundo o delator, o PP decidiu
ajudar a candidatura de Humberto Costa, razão pela qual teria cedido
parte de sua comissão. Paulo Roberto Costa afirmou ainda que, se não
ajudasse, seria demitido.
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