MARINA VAI APOIAR AÉCIO E PEDIR ALIANÇA DE PROGRAMAS,
DIZ COLUNISTA
Foto: Paulo Whitaker/Reuters
Marina
Silva (PSB), terceira colocada na disputa presidencial, decidiu apoiar
Aécio Neves no 2.º turno da eleição presidencial. Quer, porém, que o
tucano inclua em seu programa de governo causas defendidas por ela nas
áreas educacionais e de meio ambiente. A ideia da ex-ministra é fazer o
anúncio de um "acordo programático". Esse apoio seria costurado a partir
de itens convergentes nos programas dos dois, como o fim da reeleição e
a reforma tributária. Conforme informou a colunista Sonia Racy no
portal estadão.com.br, o que está em discussão, agora, é se a adesão de
Marina ocorrerá com o PSB ou se será uma manifestação da Rede
Sustentabilidade, grupo político da ex-ministra abrigado no partido que
foi presidido por Eduardo Campos, morto em agosto. Marina diz que não
quer condicionar sua decisão a cargos, o que ela define como "velha
política". O caminho da "nova política" é pedir um compromisso formal de
pontos do programa de governo anunciado pelo PSB em agosto. O discurso é
semelhante ao adotado um ano atrás, quando Marina se filiou ao PSB de
Campos, e meses depois, ao anunciar ser vice na chapa então encabeçada
pelo ex-governador. Marina defende itens como a manutenção das
conquistas socioeconômicas dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz
Inácio Lula da Silva, a inclusão da sustentabilidade na agenda e a
garantia de aumento de produção do agronegócio sem riscos à floresta
amazônica. Além disso, destacar os pontos em comum entre os planos de
governo, como o fim da reeleição e a reforma tributária, é uma forma de
Marina convencer aliados da Rede mais reticentes ao apoio ao tucano e
que preferem a neutralidade, a exemplo do que ocorreu em 2010. Naquele
ano, a terceira colocada fez uma lista de dez itens de seu programa e a
enviou tanto a José Serra e quanto a Dilma. Sem a resposta esperada dos
concorrentes no 2.º turno, ficou neutra. No domingo (5), em discurso
após reconhecer a derrota, Marina deu a entender que não ficaria neutra
de novo e que os brasileiros demonstraram "sentimento de mudança" nas
urnas. Entre os marineiros, é consenso de que os ataques da campanha
petista impedem uma aproximação com Dilma. "Não há como conversar com o
PT", disse Sérgio Xavier, um dos assessores mais próximos de Marina. "A
nova política é você se unir a partir de um programa de governo, e é
isso que nós queremos fazer."A tendência entre os partidos aliados de
Marina é apoiar Aécio. Já se manifestaram nesse sentido o presidente do
PPS, Roberto Freire, que convocou reunião para hoje, e o do PSL, Luciano
Bivar. Dirigentes de PHS, PPL e PRP também tendem a declarar adesão à
campanha do tucano.No PSB, foi marcada para amanhã uma reunião da
Executiva para se buscar um consenso sobre o 2.º turno. A Rede também
discute o assunto amanhã.Mesmo o presidente nacional do partido, Roberto
Amaral, aliado de longa data e ex-ministro de Luiz Inácio Lula da
Silva, sinalizou que não seria contra o apoio ao candidato do PSDB. "O
fundamental é estar envolvido em um processo de progresso, de
crescimento. Às vezes um reacionário serve de avanço."
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