sexta-feira, 31 de outubro de 2014



FLICA

Mesa de Abertura  ignorou valores morais da saudosa yalorisha cachoeirana Gaiaku Luiza, buscando desconstruir verdades de sua memória

Mediada por Mira Silva, a Mesa de Abertura da Feira Literária Internacional da Cachoeira - FLICA, na Bahia, no dia 29/10, às 20h, a qual teve como tema,  obra e vida do saudoso artista Dorival Caymmi, e, como expositores, sua neta Stella Caymmi e o Prof. Marielson Carvalho, a certa altura das manifestações, ambos buscaram desconstruir uma das mais fortes memórias da saudosa yalorisha Gaiaku Luiza, a qual quando ainda jovem, a bela sacerdotisa serviu de inspiração ao mencionado artista Dorival Caymmi  na produção da composição melódica “O que é que a baiana tem”. Os expositores afirmaram em linguagem bem vernacular que tal fato nunca aconteceu, que se trata de algo como próprio da criação fantasiosa da mencionada e famosa sacerdotisa do culto afro.

A afirmação contraria flagrantemente a literatura memorial da ilustre yalorisha Gaiaku Luiza, a qual expõe, em sua obra, ser ela a verdadeira inspiradora do Dorival Caymmi na composição melódica do texto “O que é que a baiana tem”.

Sobre o assunto, ouvido pela Reportagem do Jornal O Guarany on-line, o Prof. Adilson Gomes da Silva classificou a informação dos expositores, em relação a esta passagem,  como "manifesta imprudência e ausência de domínio sobre a integridade do caráter e dos valores culturais da mencionada yalorisha. Em vida, a yalorishá Gaiaku Luiza foi homenageada pela Reitoria da UFBA, em concorrida solenidade, exatamente por ter sido a musa inspiradora de Caymmi em sua composição melódica “O que é que a baiana tem”, afirmou o professor Adilson.

Outro, o poeta e escritor Crispim Quirino, dedicado pesquisador de memórias do Recôncavo, acadêmico do curso de Museologia da UFRB, conhece os valores da yalorishá Gaiaku Luiza, e a ela assim se referiu, condenando a manifestação dos expositores da 1ª. Mesa da FLICA: “Gaiaku Luiza era uma sacerdotisa de reconhecidos méritos, que incluem valores culturais e educacionais. Ela falava Yorubá, Inglês, Francês e Espanhol com que se destacava como uma das  mais cultas entre as sacerdotisas das religiões de matriz africana de sua época. Contrariar a afirmação, há anos presente em suas memórias, com que lhe negam ter sido ela a musa inspiradora da composição melódica “O que é que a baiana tem” é desconhecer sobre vida e obra de famosa yalorishá.”


 


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