segunda-feira, 21 de julho de 2014



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República não sabe como administrar o mal estar interno causado pela revelação, ainda circunscrita ao fechado meio militar, de que a Presidenta Dilma Rousseff fez pelo menos um telefonema de “consulta pessoal sobre questões políticas de campanha” a José Dirceu de Oliveira e Silva. Não se sabe se o contato de Dilma com Dirceu aconteceu quando ele estava “hospedado” no Centro de Progressão Penitenciária do Distrito Federal ou quando o petista atuava no escritório do advogado José Gerardo Grossi, no setor bancário Sul de Brasília. Generais irados comentam, no silêncio obsequioso da caserna, tal episódio.

A Vara de Execuções Penais, no Distrito Federal, também pode ser acionada para investigar a denúncia (ainda não confirmada oficialmente) de que o reeducando José Dirceu, condenado a prisão em regime semiaberto, fez uma recente viajem a São Paulo, em jatinho fretado, durante o horário em que deveria estar prestando serviços, durante o dia, como “organizador da biblioteca” de um escritório de advocacia. Se for confirmado, o incidente desmoraliza o cumprimento de pena com a regalia legal. Dirceu passou 230 dias preso em regime fechado.

Além do cerco ao eterno líder Dirceu, a petralhada se prepara para aguentar o tranco, em plena campanha reeleitoral, das novas broncas geradas pela Operação Lava Jato e pela CPI mista da Petrobras (que começa a se transformar em uma pizza indigesta). A base aliada não sabe até quando conseguirá impedir que seja aprovada a quebra de sigilo de grandes empreiteiras que têm negócios bilionários com a Petrobras. Odebrecht, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, grandes financiadoras de campanhas, acionam seus lobistas para tentar postergar o que parece inevitável.

No processo de Lava Jato, o cerco também se fecha. O procurador regional da República, Orlando Martelo, e o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, solicitaram à 13ª Vara Criminal da Justiça Federal, em Curitiba, o prolongamento da instrução criminal. Martelo e Mendonça justificam o pedido pela “extensão e complexidade da investigação, que apura inúmeros crimes financeiros milionários, inclusive com envolvimento de diversas empresas de fachada e offshores”.

A tendência é que o juiz Sérgio Moro aceite o pedido dos procuradores. A Lava Jato atinge pelo menos quatro grandes núcleos de organização criminosa, tanto que foram expedidos 105 mandados de busca e apreensão, 27 mandados de condução coercitiva e 31 mandados de prisão. A CPI mista da Petrobras também deve convidar para depor, no Congresso, o juiz Moro e os procuradores Martelo e Mendonça. Quando a Lava Jato e a CPI se misturarem, a petralhada sabe que a casa vai desabar.

A CPI mista da Petrobras aprovou ontem requerimentos de quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico do ex-diretor Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, presos na Operação Lava-Jato da Polícia Federal. Foram aprovadas também as quebras de sigilos das empresas ligadas aos dois, como a MO Consultoria, GFD Investimentos e Costa Global. Foi pedida a quebra de sigilos e aprovada a convocação de Humberto Mesquita e Márcio Lewkowicz, genros do ex-diretor. A CPI pode aprovar a convocação dos ex-diretores da Petrobras Renato de Souza Duque, Guilherme Estrella e Ildo Sauer, além do representante dos empregados no Conselho de Administração, Silvio Sinedino. Os parlamentares governistas esvaziaram a sessão para impedir a aprovação.

Revolução importada?

Lava Jato, CPI da Petrobras e brigas internas no seio petista tornam ainda mais tensa, internamente, a campanha reeleitoral de Dilma – favorita a sofrer uma derrota.

O negócio pode piorar se forem investigadas as suspeitas das ligações dos petralhas com revolucionários cubanos e haitianos contratados para atuar, de maneira imunda, no clima de terror pré-campanha reeleitoral.


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Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

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