No
ano em que comemora 136 anos de tradição e resistência, a Minerva
Cachoeirana se apresenta em dois eventos em Salvador, durante as
celebrações da Independência da Bahia no desfile cívico do 2 de Julho e
participa também do 22º Encontro de Filarmônicas à convite do maestro
Fred Dantas.
No
cortejo do 2 de Julho (quarta-feira) a Sociedade Filarmônica Minerva
Cachoeirana, tendo à frente o maestro Clarício Mascarenhas Marques, se
apresenta a partir 8h, com a Levada dos Caboclos, no Largo da Lapinha,
representando o Recôncavo nas lutas pela Independência. Em seguida à
noite acontece o Encontro de Filarmônicas onde cinco importantes bandas
de música da Bahia foram escolhidas, entre elas a Minerva Cachoeirana
que se apresenta às 19h, no Campo Grande. O evento conta ainda com a
participação de Margareth Menezes, que na ocasião será condecorada como
“Rainha das Filarmônicas” e a oficina de Frevos e Dobrados para músicos
no dia 3 de julho (quinta-feira).
Após
sete anos sem participar do desfile, o retorno da filarmônica ao 2 de
Julho é uma prova de que a estrela minervina brilha como ícone de
resistência cultural e relevância social, na maioria das vezes uma
tradição de formação para a Música passada de pais para filhos.
O
ex-músico e atual membro da diretoria, Raimundo Vanderlei Oliveira, que
faz parte da filarmônica há 60 anos, conta que se apresentou em
Salvador durante o Centenário da Independência da Bahia e relembra com
emoção a participação naquele 2 de Julho de 1973.
“Fomos
a única filarmônica entre as dez participantes que executou o hino ao 2
de Julho da Praça da Sé ao Campo Grande. Depois da ocasião a Minerva se
apresentou na Catedral Basílica com Dorival Caymmi executando a música
‘O Pescador’, com a regência do maestro Carlos Veiga. Uma honra para
qualquer músico e para mim não foi diferente, lembro-me bem daquele
dia”, relata com emoção.
Em
2013 a Minerva Cachoeirana realizou 20 apresentações entre elas a
participação no XIII Festival de Filarmônicas do Recôncavo, na cidade de
São Félix, e o Encontro de Filarmônica da Chapada Diamantina, no
município de Morro do Chapéu. Em 2014, uma das mais recentes e honradas
apresentações aconteceu no desfile cívico do 25 de junho, em Cachoeira,
em memória aos heróis cachoeiranos que iniciaram a luta pela
Independência da Bahia.
A
Sociedade Lítero Musical Minerva Cachoeirana foi fundada em 10 de
fevereiro de 1878 pelo maestro Eduardo Mendes Franco e acumula prêmios
em festivais e apresentações em eventos cívicos e religiosos na Bahia
como a festa da Irmandade da Boa Morte e o 2 de Julho.
A
entidade mantém a Escola Alcides dos Santos que atende 65 jovens e
adolescentes de 8 a 17 anos, com projetos culturais para dinamizar o
trabalho de formação musical totalmente gratuitos. Reativada em 2013 com
a posse da nova diretoria, a escola é um espaço de iniciação e troca de
experiências que já formou músicos para bandas militares de todo o
Brasil.
O
atual presidente, Roberto Franco, conta que as dificuldades enfrentadas
há um ano foram diversas, desde a reforma da sede, à compra de novos
instrumentos, passando pela recuperação do acervo e do orgulho dos
membros em retomar um trabalho tão importante para a sociedade de
Cachoeira.
“Com
a ajuda de todos os membros da diretoria e da comunidade de Cachoeira
voltamos a motivar os músicos; retomamos as apresentações em datas
cívicas e religiosas; reeditamos nosso primeiro CD que passou a ser
comercializado para arrecadação; restabelecemos o convênio com a
Prefeitura de Cachoeira, que nos possibilitou nove apresentações somente
em 2013; reabrimos a Escola Alcides dos Santos que hoje estimula os
jovens para terem uma formação musical de base; e agora estamos em
processo de restauração do acervo de partituras da Minerva, em parceria
com o curso de Museologia da UFRB. Todo nosso empenho é pela memória de
136 anos de antepassados mas também pelo orgulho dos atuais músicos que
fortalecem a filarmônica a cada importante apresentação, como no 2 de
Julho”, comenta o presidente da instituição.
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