Sobre o comentário de Ricardo Pereira de Miranda, neste Espaço do Leitor, edição de A Tarde de 02/12/2013,
com que censura a eleição para mudança do nome do Colégio Medici para
Mariguella, com que também elogia o
mencionado ditador Emílio Garrastazzu Medici, “... que devido à sua aceitação
junto à população, certa vez quando foi informada a sua chegada ao Maracanã,
para assistir Flamengo e Vasco, foi ovacionado de pé pelas duas torcidas...”, urge raciocinar que os ditadores, tanto na
vida pública quanto em instituições privadas, na vigência da gestão, são
aplaudidos, ovacionados, têm aprovação unânime dos dirigidos subordinados, conforme
acontecia com Adolf Hitler, cuja aprovação era aparentemente 100% no país.
Lembro-me que no auge da aprovação popular do ditador Emílio Garrastazzu Medici,
a mídia noticiava a execução sumária de seis militantes contra a ditadura, após
torturas, por ordem direta do referido general presidente. No mesmo dia que li
a notícia, numa quarta-feira, em minha loja maçônica, da qual era assíduo
freqüentador, iniciei um pronunciamento com que pretendia expor minha indignação
contra as torturas e os assassinatos das vítimas da ditadura. Incontinenti, o
venerável, com gestos descontrolados, sucessivas vezes, batia o malhete
fortemente sobre a mesa do seu trono (trono de Salomão) cassando-me a palavra,
verbalizando indignado que eu respeitasse o presidente da República. Era assim!
Sugiro aos leitores simularem a existência, lá em Bonn, na Alemanha, de uma
escola blindada com o nome de Adolf Hittler, concordando com a censura à
eleição com que se propõe a substituição do nome do sanguinário ditador pelo nome de uma de suas vítimas, entre
os mais destacados combatentes do arbítrio institucionalizado. Pois é! É o que
se propôs com a eleição na Escola
Medici, substituir o nome do opressor pelo nome de um dos mais destacados
oprimidos, assassinado pela ditadura. PEDRO
BORGES DOS ANJOS, CACHOEIRA/BA, BORGESHALOM@YAHOO.COM.BR
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