Foto: Daniel Teixeira/ Estadão Conte
O
auditor Luiz Alexandre Cardoso de Magalhães, delator da máfia que
fraudava milhões de impostos da prefeitura de São Paulo, contou neste
domingo (24), em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, que
gastava parte do dinheiro desviado dos cofres públicos com noitadas e
garotas de programa. "Gastava de R$ 8 mil a R$ 10 mil por noite", disse o
auditor, que alugava um jato particular por R$ 6 mil para ir a Angra
dos Reis, onde tem lancha, a cada 15 dias. Ele também contou que as
empresas envolvidas no esquema conheciam a fraude e sabiam até quem
seria o subsecretário de finanças, antes mesmo que o nome fosse
anunciado pela prefeitura. "Quem queria participar já procurava a gente.
A construção civil sabia quem ia ser o chefe do setor antes mesmo de
ser nomeado", revelou Magalhães. "Tinha obra que devia muito. Então,
eles sugeriam já. Eles já sabiam como funcionava", acrescentou. O
auditor disse ainda que as construtoras pagavam apenas a metade do que
deviam aos cofres públicos. Dela, uma pequena parte era recolhida como
imposto, já que o grupo dividia o resto como propina. De acordo com
Magalhães, o grupo recebia até R$ 70 mil por semana. "Às vezes, eram R$
30 mil. Às vezes, R$ 40 mil", ponderou, ao alegar desconhecer o repasse
de recursos desviados para políticos.
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