quinta-feira, 25 de julho de 2013

'O que seria o Brasil se não fosse o PT?', dispara Lula

'O que seria o Brasil se não fosse o PT?', dispara Lula
Fotos: Betto Jr./ Ag. Haack/ Bahia Notícias
Recebido sob o coro de “Lula, guerreiro do povo brasileiro”, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva conseguiu despertar o público cansado após mais de 2h no evento em comemoração aos 10 anos de governo do PT, que já começou com cerca de 1h30 de atraso.  Ao abrir o discurso, o petista comparou o Brasil com o Peru, onde recebeu o título de doutor honoris causa na Universidad Mayor de San Marcos, criada em 1551. “No Brasil, a primeira universidade é de 1920. Os portugueses não queriam que a gente estudasse. Isso explica porque o país foi o último a abolir a escravidão, a conquistar a independência. O que seria do Brasil se não fosse o PT? [Se não fosse] A CUT? [Se não fosse] O MST? [Se não fosse] A religião afro? [Se não fosse] O movimento popular? O que seria do Brasil sem nós?”, questionou, ao lembrar avanços alcançados pelo partido na área de educação. Entre piadas que arrancaram risos da plateia, Lula citou o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que considera “a síntese das conquistas da humanidade”. “Sua grandeza não foi conquistada nos cinco anos de mandato, mas nos 27 de oposição”, enfatizou.   

O ex-presidente se disse orgulhoso por ter, em seu primeiro mandato, cumprido tudo o que planejou para os período entre 2003 e 2006, mas se desculpou por não ter feito tudo o que desejava. “Gostaria de ter feito oposição a mim mesmo”, brincou, antes de admitir que escolheu em silêncio o nome de Dilma Rousseff para sua sucessão em 2010. “Fui levando em banho-maria. Dilma não sabia que seria presidente da República até eu dizer que ela era mãe do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. E, se eu dissesse no PT, iam querer fazer discussão interna”, contou. O político ponderou que dez anos de governo é “muito pouco” e pediu que a militância se prepare para o debate. “Querem fazer o Brasil esquecer os nossos 10 anos”, opinou, ao argumentar que após a última década o brasileiro “já pode andar de cabeça erguida no mundo”. “O PT ousou dizer que o Brasil é soberano, mas também não é melhor do que ninguém. Antes, os outros países da América Latina olhavam o Brasil como adversário e o Brasil olhava para a África com desprezo. Nós conquistamos a confiança dos países”, avaliou. “O governo desses 10 anos tenta consertar os 20 anos anteriores”, completou. Antes de finalizar a fala, Lula sugeriu que a série de eventos em comemoração ao tempo do partido no poder, encerrada com o encontro em Salvador, seja transformada em livro. Entre mais aplausos e palavras de ordem, declarou que nasceu a fazer política pelo PT e vai morrer a fazer política pelo PT. “Não tenho vergonha de ser político”, concluiu.

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