“UNBA defende anistia para dívidas do FIES e Fim do
Exame da OAB”, diz Gisa Moura
BRASÍLIA
- O país vive um processo de desenvolvimento histórico, e em que as classes
populares passaram pela primeira vez a ter protagonismo no nosso Brasil. O
Congresso Nacional, partidos políticos são alvo constante de setores da
sociedade que não aceitam mais privilégios, para uma determinada classe.
No
Brasil, o Exame de Ordem, exigido pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, uma
entidade de classe, que deixa os bacharéis não aprovados no exame de ordem,
como "cidadãos de segunda classe", apesar de seus diplomas serem
reconhecidos pelo MEC, e validados pela Lei 9.394/96 (LDB) e pela Constituição
Federal.
Para
o Supremo Tribunal Federal (STF), a OAB é um serviço público independente, não
se submetendo ao controle de qualquer órgão público, e que o exame de Ordem é
constitucional. Porém, o exercício da advocacia pelo advogado estrangeiro no
Brasil(sem fazer exame de Ordem), é possível, a exemplo de: consultor de
direito.
Já
o Bacharel Brasileiro, sem aprovação no Exame de ordem - é crime de exercício
ilegal da profissão.
UNBA
– União Nacional dos Bacharéis em Ação prepara manifestações para dia 9/7. O
site Justiça em Foco entrevistou a líder dos Bacharéis, que falou sobre os
motivos da manifestação, e garantiu que será pacífica, e a concentração será na
praça dos 3 poderes às 10 horas. "Vamos entregar provas a cerca da
manipulação do exame de ordem, a imprensa não pode pensar que a OAB e FGV são
intocáveis", comentou Gisa Moura Presidente da UNBA.
Gisa
Moura, defendeu a anistia em dívida com o Fundo de Financiamento do Ensino
Superior (Fies), a todos os estudantes formados e que estão desempregados por
mais de 1 ano.
Confira
a entrevista do site Justiça em Foco com Gisa Moura.
Justiça
em Foco: Por que a realização da manifestação pelo Fim do Exame de Ordem, no
próximo dia 9/7?
Gisa
Moura: Primeiramente, o sistema de exame
de ordem é terceirizado pela OAB, é inconstitucional, tornou-se uma indústria
que produz milhões para cofres da OAB e
FGV. A manobra é grande com os bacharéis. Vivemos denunciando o exame da OAB
por erros ensaiados, com um único propósito, reprovar bacharéis para garantir a
reserva de mercado, além do processo arrecadatório que tornou-se uma “mega
sena” para os seus organizadores a cada exame.
Alguns
bacharéis estão se organizando para uma
manifestação pacífica em Brasília no
próximo dia 9 - a concentração será na
praça dos 3 poderes às 10 horas.
Justiça
em Foco: Mas, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o Exame de Ordem é
constitucional. De acordo com os ministros, o Exame de Ordem é um instrumento
correto para aferir a qualificação profissional e tem o propósito de garantir
condições mínimas para o exercício da advocacia, além de proteger a sociedade.
O que você acha?
Gisa
Moura: Trata-se de uma sucessão de mentiras envelhecidas, que o Exame de Ordem
serve para proteger a sociedade, praticamente todo mês, o Diário Oficial da
União está recheado de dispensas de exame de ordem pela OAB. São Bacharéis
formados na vigência da lei n. 4.215/63, e que vêm apresentando o certificado
de aproveitamento no estágio de prática forense e organização judiciária
cheirando a mofo. Já houve diversas mudanças no sistema jurídico brasileiro
basta lembrar o novo código civil. Como pode um certificado de conclusão do
ensino, a exemplo dos anos 70, certificar a qualidade desse advogado nos dias
de hoje, certamente o ensino ficou desatualizado, a maioria não sabe, nem
dominar a celeridade inerente ao processo virtual. Já nos dias de hoje, o
bacharel que passa cinco anos na faculdade é avaliado em algumas horas por uma
prova, enquanto eles afastados por décadas dos livros jurídicos conseguem a
carteira de advogado sem o exame de ordem. Não dá para entender isso!
Justiça
em Foco: Então é um flagrante desrespeito aos princípios da isonomia?
Gisa
Moura: Não resta a menor dúvida.
Termino essa resposta usando as palavras do Senador Cristovam Buarque em
entrevista ao próprio site, “Estado pode dizer que o exame de proficiência é a
tese aprovada na conclusão do curso. Porém, avaliado pelo Ministério da
Educação. Veja o exame de proficiência, não precisa ser uma prova, quem vai
decidir isso é o Estado. Estamos num Estado de direito, que representa a
população. Na Idade Média você só teria uma profissão se o sindicato aceitasse
mais um. Essas associações se chamavam “guildas”. Eu não vejo necessidade para
entidade alguma fazer esse papel. Hoje, existe o Estado capaz de fazer esse
papel, via uma entidade pública, prova disso é a realização do Enem, Exame
Nacional do Ensino Médio”.
Justiça
em Foco: A lei do Estatuto da Advocacia traz a necessidade de aprovação em
Exame de Ordem para inscrição como advogado. Não é isso?
Gisa
Moura: A lei de 1994, que foi vetada na
época pelo ex-presidente Collor, porém, o ex-presidente Itamar apoiou a OAB
para a criação do exame. Na verdade ela
foi criada apenas garantir a proliferação de cursos de Direito, abertura das
universidades privadas, cursinhos, etc. O exame de ordem, hoje é uma indústria
com o apoio do Estado brasileiro, que movimenta milhões explorando os
bacharéis, vítimas de um estelionato educacional para atender uma classe
dominante.
Justiça
em Foco: Então, o Exame de Ordem não qualifica ninguém e muito menos avalia o
candidato?
Gisa
Moura: Já disse é uma "indústria”.
Como diz o colega Vasco Vasconcelos, o Exame da OAB é um caça-níquel.
Justiça
em Foco: Como pretende conquistar o apoio da sociedade brasileira e das ONGs, para apoiar o fim do Exame da
OAB?
Gisa
Moura: A Sociedade precisa compreender melhor a situação, os advogados são os
profissionais mais fiscalizados, quando há erro na petição de advogado, existem
vários mecanismos de controle do exercício do profissional, que não é possível
em outras atividades.
Vou
provar agora! Veja só, o ex-presidente nacional da OAB, ao processar um
bacharel, o Juiz determinou que os advogados na época do presidente do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil “emende-se” a “inicial”. Entrego em
suas mãos a decisão, espero que a Publique.
“TJDFT
- BRASILIA Processo: 2012.01.1.141292-4 Vara: 208 - OITAVA VARA CÍVEL DE
BRASÍLIA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Emende-se
quanto ao pedido mediato relativo à indenização por danos morais, determinando-o
quanto ao valor, nos termos do art. 286 do CPC,... considerando que, não
obstante o valor da indenização por dano moral seja arbitrada pelo juiz ao
julgamento da ação, o valor deve ser sugerido pela parte ofendida.
Em
decorrência de eventual emenda ao valor do pedido indenizatório, emende-se
também quanto ao valor da causa, que deve refletir a soma dos valores
pretendidos em indenização, conforme regra do art. 259, inciso II do CPC. A
emenda à inicial deverá efetivar-se na íntegra, ou seja, a parte autora deverá
apresentar nova petição inicial, contendo as modificações necessárias, bem como
cópia para contrafé. Brasília - DF, 18/09/2012”.
Justiça
em Foco: A UNBA enviou um pedido de audiência ao MEC. Tem alguma resposta?
Gisa
Moura: Em março, a UNBA (União Nacional dos Bacharéis em Ação), por meio da
nossa representação em Brasília, solicitou uma audiência com o ministro da
Educação, Aloizio Mercadante. O pedido foi entregue pelo bacharel em direito
Pablo Lucio, até hoje sem resposta. Já a colega Nalva Brito, solicitou
audiência com a presidente da República, Dilma Rousseff, para a diretoria da
UNBA, estamos no aguardo.
Justiça
em Foco: A Mobilização do dia 9/7, empurra votação do
Projeto de Lei 2154/11 do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que extingue a
obrigatoriedade do exame. Existem outras reivindicações?
Gisa
Moura: O Brasil quer mais mobilização e pressão, para melhorar e
mudar a vida do brasileiro e dos bacharéis em direito. A exemplo vamos defender anistia para dívidas do Fundo de Financiamento
do Ensino Superior - Fies, para estudantes formados desempregados por mais de 1
ano.
Justiça
em Foco: É possível a participação na manifestação ONGs, como UNE, UBES, partidos políticos,
associações etc.?
Gisa
Moura: Temos organizadores, mas nosso movimento é aberto. Os Protestos estão
sendo marcados nas redes sociais, esperamos agora no próximo dia 9, com a
concentração na praça dos 3 poderes às 10 horas. Nada mais justo do que nós
neste momento, fazermos isso para socorrer centenas de milhares de
estudantes e bacharéis que estão
desempregados, embora diplomados.
Nota
da redação:
Os
bacharéis em direito são representados pelos movimentos: União Nacional dos
Bacharéis em Ação - UNBA, presidido por Gisa Moura; MBBAD – Movimento Brasil de
Bacharéis e Acadêmicos em Direito, presidido por Julio Velho; - Mãos Limpas –
Brazil No Corrupt, ONGs representadas pelos cariocas Ricardo e Fábio Fonseca; -
OBB – Ordem dos Bacharéis do Brasil, presidido por Willyan Johnes; MNBD/OABB -
Movimento Nacional dos Bacharéis em Direito da Organização dos Acadêmicos e
Bacharéis do Brasil, presidido por Reynaldo Arantes, OBJ Organização Brasileira
dos Juristas, presidido por André Souza e MNBD Movimento Nacional dos Bacharéis
de Direito, presidido por Itacir Flores.
Colaborou
para entrevista - Paulo Sousa Ascom/UNBA. www.bachareisemacao.com.br
Fonte: Da redação (Justiça em Foco), por
Ronaldo Nóbrega.
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