Jovem evangélico paga faculdade de direito com trabalho de engraxate e agora estuda para se tornar promotor de Justiça
O
jovem evangélico Joaquim Pereira, de 24 anos, demonstrou ser um exemplo
de determinação e esforço ao pagar sua faculdade de direito com o que
ganha trabalhando como engraxate em Goiânia.
O jovem deixou a cidade de Monte de Alegre de Goiás, na região
nordeste do estado, em 2006, e desde então tem trabalhado em busca de um
futuro melhor. Ele conta que começou a trabalhar em uma fábrica de
enxovais, mas percebeu que precisava buscar algo mais para melhorar de
vida.
- Vim pra trabalhar. Depois, vi que precisava estudar para crescer, para ter um emprego melhor – conta o jovem.
Insatisfeito com o emprego, ele decidiu, em um sábado, ir para as
ruas de Goiânia e ver como se sairia de engraxate, profissão que havia
aprendido aos 11 anos em Monte Alegre. As pessoas para quem engraxou sem
cobrar nada nas primeiras vezes se tornaram seus clientes, e a simpatia
e a abordagem especial atraíram muitos outros e fez com que ele ficasse
conhecido nos locais onde trabalha como na Praça Cívica, onde está o
Centro Administrativo do Governo de Goiás.
Depois de um ano limpando sapatos, com o convívio de seus clientes, Joaquim decidiu que entraria para uma faculdade de direito.
- Vendo o dia a dia dos advogados e conversando com eles, concluí que
queria ser um deles. Falavam que eu não daria conta de terminar, que
era muito difícil e caro – afirma sobre sua decisão o jovem, que
persistiu com o sonho de se formar, passou no vestibular e começou, em
2008, o curso de direito em uma instituição de ensino particular.
Apesar das dificuldades, como ter tirado zero na primeira prova que
fez na faculdade, ele conta que estudava de manhã, e à tarde ia
trabalhar como engraxate até às 19h, pois precisava ganhar dinheiro
para pagar o curso. O bacharel em direito afirma ainda que separava um
tempo para tocar violão e estudar música para cantar na igreja.
- Tem que ter disciplina para ter tempo de fazer tudo – ensina.
Já formado, Joaquim continua com seu trabalho de engraxar sapatos nas
ruas de Goiânia, e conquistou a admiração de seus clientes.
- Ele é um exemplo de que nada é impossível. Poucas pessoas têm a
capacidade e o esforço de concluir um curso superior engraxando sapato –
ressalta o advogado Aldemir Leão da Silva.
De acordo com o G1, o objetivo de Joaquim agora é passar no exame da
OAB para ter seu registro de advogado e poder exercer a profissão que
escolheu e, depois de fazer a prova, começar uma pós-graduação. Joaquim
ganhou bolsa integral da especialização, que, se ele fosse pagar,
custaria cerca de R$ 9 mil. O objetivo do jovem evangélico é se tornar
um promotor de Justiça.
- Vou continuar estudando cada vez mais para passar em um concurso e ser promotor – afirma.
Por Dan Martins, para o Gospel+
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