quarta-feira, 28 de novembro de 2012

EM SALVADOR/BAHIA


Irmã de deputado é acusada de tentativa de extorsão 

A irmã e o cunhado do deputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA) foram presos em Salvador, terça-feira (27), acusados de tentativa de extorsão contra o parlamentar. Segundo a Polícia Civil da Bahia, a administradora de empresas Lilian da Silva Bacelar, de 32 anos, e seu marido, o empresário André Dumet Guimarães, de 38, monitoravam as contas de e-mail do deputado desde o início do ano passado, arquivando informações que consideravam relevantes e montando dossiês com a intenção de constranger o parlamentar. As investigações tiveram início em março, depois de o deputado procurar a polícia por suspeitar que suas contas eletrônicas haviam sido invadidas. Além das prisões, os policiais fizeram operações de busca e apreensão no apartamento do casal, no bairro da Graça, e nas casas dos pais e de um irmão de Guimarães. Além de computadores e dispositivos de armazenamento eletrônico, foram recolhidos para análise dezenas de dossiês encadernados, contendo trechos de conversas do parlamentar, nos quais haveriam indícios de irregularidades nos mandatos de Bacelar. De acordo com o delegado Oscar Vieira de Araújo Neto, responsável pelas investigações, a análise inicial dos materiais recolhidos revelam "mais de 600" acessos indevidos a e-mails do deputado. O intuito do casal, de acordo com ele, seria pressionar o parlamentar, sua mãe e dois outros irmãos a abrir mão de R$ 50 milhões, cerca de metade da herança deixada pelo pai, o ex-deputado e empresário Jonga Bacelar, morto em 2009. Teriam sido vazamentos de e-mail, por parte do casal, que motivaram a abertura de um processo, em junho, na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, contra Bacelar, suspeito de participar de um esquema de desvios de recursos públicos obtidos com emendas parlamentares. O processo acabou arquivado. Segundo o delegado, Bacelar não é o alvo das investigações. "Mas caso sejam encontrados indícios de irregularidades em sua atuação, eles serão encaminhados para os órgãos competentes", afirma. O parlamentar não quis se pronunciar sobre o caso. Seu advogado, Gilberto Vieira, justifica o silêncio dizendo que o deputado considera a situação uma "questão familiar".

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