A irmã e o cunhado do deputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA) foram
presos em Salvador, terça-feira (27), acusados de tentativa de extorsão
contra o parlamentar. Segundo a Polícia Civil da
Bahia, a administradora de empresas Lilian da Silva Bacelar, de 32 anos,
e seu marido, o empresário André Dumet Guimarães, de 38, monitoravam as
contas de e-mail do deputado desde o início do ano passado, arquivando
informações que consideravam relevantes e montando dossiês com a
intenção de constranger o parlamentar. As investigações
tiveram início em março, depois de o deputado procurar a polícia por
suspeitar que suas contas eletrônicas haviam sido invadidas. Além das
prisões, os policiais fizeram operações de busca e apreensão no
apartamento do casal, no bairro da Graça, e nas casas dos pais e de um
irmão de Guimarães. Além de computadores e dispositivos de
armazenamento eletrônico, foram recolhidos para análise dezenas de
dossiês encadernados, contendo trechos de conversas do parlamentar, nos
quais haveriam indícios de irregularidades nos mandatos de Bacelar. De
acordo com o delegado Oscar Vieira de Araújo Neto, responsável pelas
investigações, a análise inicial dos materiais recolhidos revelam "mais
de 600" acessos indevidos a e-mails do deputado. O intuito do casal, de
acordo com ele, seria pressionar o parlamentar, sua mãe e dois outros
irmãos a abrir mão de R$ 50 milhões, cerca de metade da herança deixada
pelo pai, o ex-deputado e empresário Jonga Bacelar, morto em 2009. Teriam
sido vazamentos de e-mail, por parte do casal, que motivaram a abertura
de um processo, em junho, na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados,
contra Bacelar, suspeito de participar de um esquema de desvios de
recursos públicos obtidos com emendas parlamentares. O processo acabou
arquivado. Segundo o delegado, Bacelar não é o alvo das
investigações. "Mas caso sejam encontrados indícios de irregularidades
em sua atuação, eles serão encaminhados para os órgãos competentes",
afirma. O parlamentar não quis se pronunciar sobre o caso. Seu advogado,
Gilberto Vieira, justifica o silêncio dizendo que o deputado considera a
situação uma "questão familiar".
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