sexta-feira, 28 de setembro de 2012

EM SALVADOR/BAHIA



Rosário dos Pretos terá missa de 7 anos para Olga do Alakêto
A família da Yalorixá Olga do Alakêto estará realizando amanhã, sábado, dia 29 (setembro, 2012), às 8h, na Igreja do Rosário dos Pretos a missa de sete anos de falecimento dessa grande mãe-de-santo de candomblé na Bahia.

O terreiro Ilê Maroiá Láji, mais conhecido como o Terreiro do Alakêto é tombado como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura (MinC) desde 2005. Já a igreja do Rosário, onde ocorrerá a missa foi restaurada e entregue em abril deste ano (2012) ao custo de R$ 2,6 milhões pelo Governo do Estado da Bahia, através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) da Secretaria da Cultura (Secult). A igreja é também tombada como Monumento Nacional pelo Iphan/MinC.

Os admiradores de Olga do Alakêto poderão ter a oportunidade de cumprimentar a família e representantes desse antigo terreiro que hoje é gerido pela Sociedade São Jerônimo, cujo vice-presidente é o filho da venerável mãe-de-santo, Janivaldo Francisco Barbosa.

Para historiadores e pesquisadores, o terreiro foi fundado em 1636 por Maria do Rosário, Otampê Ojaro, descendente da Familia Real de Ketu. A sucessão na casa se processa sempre dentro da linhagem de descendência direta de sua fundadora. A quarta sacerdotisa a comandar a casa foi a iyalorixá Olga Francisca Regis (Oyáfúnmi), mais conhecida como Olga do Alakêto. Agora está à frente da casa a sua filha, a Yalorixá Jocelina Barbosa Bispo, a mãe Jojó.

Segundo a tradição, as fundadoras do Alakêto eram gêmeas e foram capturadas às margens Rio de Minas Santé, próximo ao Reino do Ketu. Vieram para o Brasil e foram criadas até a idade de 16 anos, quando voltaram para a África. Casaram com 22 anos de idade e voltaram para o Brasil abrindo então o terreiro. A fundadora chamava-se Iyá Otampé Ojarô, e a irmã Iyá Gogorisa.

Sua filha chamou-se Iya Acobiodé. Esse é o primeiro nome que tem qualquer pessoa que seja a primeira filha de um reinado em Ketu. Depois de Acobiodé vieram dois filhos homens de nome Babá Aboré e Bábá Olaxedom. Baba Aboré foi pai de Obá Oindá, que quer dizer “mulher de rei”, Todas as mulheres desta família tem nomes de Iyaba e os homens de Obas, pertencentes ao reinado de Ketu.
 
De acordo com o antropólogo Vivaldo da Costa Lima – já falecido –, que também foi diretor geral do IPAC por duas gestões a tradição oral da casa sugere sua fundação no fim do século XVIII. “O documento oficial mais antigo ligado a casa é a escritura do terreno da roça extraída por ocasião do inventário do neto da fundadora da casa em 1867”, comentou Vivaldo em entrevistas e várias publicações.

O IPAC desenvolve ações de proteção a terreiros de candomblé na Bahia, se integrando à política desenvolvida nacionalmente pelo Iphan/MinC, e já realizou tombamentos em 17 terreiros em toda a Bahia. Atualmente estuda o tombamento de mais 11 terreiros na região de Cachoeira, no Recôncavo baiano. As ações relacionadas a cultura de matriz africana no IPAC são coordenadas pela sua Gerência de Patrimônio Imaterial (Geima), que pode ser contatada via telefone (71) 3116-6741 e endereço eletrônico geima.ipac@ipac.ba.gov.br.

O Ilê Maroiá Láji fica na Rua Luís Anselmo, nº 67, Beco do Alakêto, nº 13, Brotas. Outras informações são disponibilizadas através dos telefones (71) 3244-2285, 3381-6298 e endereço eletrônico t_alaketu@yahoo.com.

Outras Imagens:
Contatos: Assessoria de Comunicação IPAC – em 27.09.2012
71 8731.2641, 3117.6490, 3116.6673, ascom.ipac@ipac.ba.gov.br
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