Rosário dos Pretos terá missa de
7 anos para Olga do Alakêto
A família da Yalorixá Olga do Alakêto
estará realizando amanhã, sábado, dia 29 (setembro, 2012), às 8h, na Igreja do
Rosário dos Pretos a missa de sete anos de falecimento dessa grande mãe-de-santo
de candomblé na Bahia.
O terreiro Ilê Maroiá Láji, mais conhecido
como o Terreiro do Alakêto é tombado como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura
(MinC) desde 2005. Já a igreja do Rosário, onde ocorrerá a missa foi restaurada
e entregue em abril deste ano (2012) ao custo de R$ 2,6 milhões pelo Governo do
Estado da Bahia, através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC)
da Secretaria da Cultura (Secult). A igreja é também tombada como Monumento Nacional
pelo Iphan/MinC.
Os admiradores de Olga do Alakêto poderão
ter a oportunidade de cumprimentar a família e representantes desse antigo
terreiro que hoje é gerido pela Sociedade São Jerônimo, cujo vice-presidente é
o filho da venerável mãe-de-santo, Janivaldo Francisco Barbosa.
Para historiadores e pesquisadores, o
terreiro foi fundado em 1636 por Maria do Rosário, Otampê Ojaro, descendente da
Familia Real de Ketu. A sucessão na casa se processa sempre dentro da linhagem
de descendência direta de sua fundadora. A quarta sacerdotisa a comandar a casa
foi a iyalorixá Olga Francisca Regis (Oyáfúnmi), mais conhecida como Olga do
Alakêto. Agora está à frente da casa a sua filha, a Yalorixá Jocelina Barbosa
Bispo, a mãe Jojó.
Segundo a tradição, as fundadoras do Alakêto
eram gêmeas e foram capturadas às margens Rio de Minas Santé, próximo ao Reino
do Ketu. Vieram para o Brasil e foram criadas até a idade de 16 anos, quando
voltaram para a África. Casaram com 22 anos de idade e voltaram para o Brasil
abrindo então o terreiro. A fundadora chamava-se Iyá Otampé Ojarô, e a irmã Iyá
Gogorisa.
Sua filha chamou-se Iya Acobiodé. Esse é o
primeiro nome que tem qualquer pessoa que seja a primeira filha de um reinado
em Ketu. Depois de Acobiodé vieram dois filhos homens de nome Babá Aboré e Bábá
Olaxedom. Baba Aboré foi pai de Obá Oindá, que quer dizer “mulher de rei”,
Todas as mulheres desta família tem nomes de Iyaba e os homens de Obas,
pertencentes ao reinado de Ketu.
De acordo com o antropólogo Vivaldo da
Costa Lima – já falecido –, que também foi diretor geral do IPAC por duas
gestões a tradição oral da casa sugere sua fundação no fim do século XVIII. “O
documento oficial mais antigo ligado a casa é a escritura do terreno da roça
extraída por ocasião do inventário do neto da fundadora da casa em 1867”,
comentou Vivaldo em entrevistas e várias publicações.
O IPAC desenvolve ações de proteção a
terreiros de candomblé na Bahia, se integrando à política desenvolvida
nacionalmente pelo Iphan/MinC, e já realizou tombamentos em 17 terreiros em toda
a Bahia. Atualmente estuda o tombamento de mais 11 terreiros na região de
Cachoeira, no Recôncavo baiano. As ações relacionadas a cultura de matriz
africana no IPAC são coordenadas pela sua Gerência de Patrimônio Imaterial
(Geima), que pode ser contatada via telefone (71) 3116-6741 e endereço
eletrônico geima.ipac@ipac.ba.gov.br.
O Ilê Maroiá Láji fica na Rua Luís Anselmo,
nº 67, Beco do Alakêto, nº 13, Brotas. Outras informações são disponibilizadas
através dos telefones (71) 3244-2285, 3381-6298 e endereço eletrônico t_alaketu@yahoo.com.
Outras Imagens:
Contatos: Assessoria de Comunicação IPAC – em 27.09.2012
71 8731.2641, 3117.6490, 3116.6673,
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