Sou vítima de mim mesmo, diz Jefferson sobre condenação no STF
BRASÍLIA,
28 Set (Reuters) - O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), condenado
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva por
envolvimento no chamado mensalão, disse nesta sexta-feira ser vítima de
si mesmo e rejeitou a tese de que teria vendido o apoio de seu partido
ao PT.
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Jefferson é acusado de ter recebido 4,5 milhões de reais do
suposto esquema, denunciado por ele em entrevista em 2005. Esse valor
seria parte dos 20 milhões de reais acertados em troca de apoio político
do PTB ao governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no
Congresso. Ele admitiu que recebeu o dinheiro, mas disse que se tratava
de acordos de campanha eleitoral.Leia também:
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O ex-parlamentar, de 59 anos, foi condenado pela maioria da Corte na quinta-feira pelo crime de corrupção passiva e está a um voto da condenação por lavagem de dinheiro.
"Embora não concorde com as imputações, recebo com serenidade a decisão dos ministros. E reafirmo: não vendi o meu partido ao PT nem me apropriei para fins pessoais de nem um centavo sequer do dinheiro que a mim chegou para financiar campanhas eleitorais", escreveu Jefferson em seu blog na Internet.
"Muito menos sou delator, alcunha com que tentam à força me marcar. Não sou vítima de ninguém, a não ser de mim mesmo. Nada a reclamar. "Dura lex, sed lex" ("a lei dura, porém a lei")", disse.
O valor teria sido negociado com o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como "chefe da quadrilha" responsável pelo suposto esquema. Jefferson teve o mandato de deputado cassado por conta da denúncia.
O advogado de Jefferson, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, rejeitou a condenação do réu, dizendo que os ministros "partiram do equívoco do relator, que misturou datas e fatos".
Corrêa Barbosa disse, ainda, que a eventual condenação por lavagem de dinheiro "não é correta", já que a acusação parte da declaração do próprio Jefferson. "Isso veio à tona porque ele disse."
Jefferson anunciou na quinta-feira que se licenciará da presidência do PTB por 180 dias para tratamento de saúde. Ele submeteu-se a uma cirurgia em agosto para a retirada de um tumor maligno no pâncreas.
Fonte: Reuters
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