sábado, 23 de junho de 2012

CACHOEIRA/BAHIA

Câmara Municipal de Vereadores
25 de Junho
O significado da Data Magna da Cachoeira na visão de seus oradores mais recentes

Todos os anos, a Câmara Municipal da Cachoeira projeta e executa programação de reconhecida expressão cívica, em concorridas solenidades em que o povo, autoridades, representantes e lideranças de diversos segmentos da comunidade, da região e de outras localidades se unem para comemorar a vitória da reação bélica dos cachoeiranos, contra o poder do governo opressor que comandava os destinos do Estado nos idos de 1822.


O feito, por si só, não alcançaria foro de durabilidade, não fosse a materialização do discurso mestre, perlocutório, feito no Salão Nobre da Casa da Câmara e Cadeia, no dia 25 de Junho de 1822, em cuja estrutura incorpora poderes que operacionalizam a repetição do gesto por gerações sucessivas. É o que se faz hoje, 190 anos depois, na solenidade da Data Magna da Cachoeira – 25 de Junho de 2012.


Batalha vencida, oponentes se rendem, estabelece-se a normalidade. A cidade ganha expressão no cenário nacional, no entanto, outras modalidades de opressão surgem, desfigurando-lhe a soberania econômica. A população decresce. De 100 mil habitantes, conforme revelam as estatísticas do período da histórica efeméride de 25 de Junho de 1822, é hoje de 33.495 residentes, nos termos do censo mais recente. O comércio tornou-se frágil, seu casario de inestimável valor cultural virou ruína. Suas grandes e pequenas indústrias fecharam. Seus meios de transportes: ferroviário, marítimo-fluvial, rodoviário e até aéreo* interromperam suas operações, exceto o rodoviário que se mantém.


Escolhidos pela consideração, pelo apreço e distinção da Câmara Municipal de Vereadores, os oradores oficiais da Data Magna da Cachoeira, em seus discursos, antes buscavam expor detalhes do fato histórico. Os mais recentes mudaram o rumo dos pronunciamentos. Reivindicam intervenções e ações do governo com que a cidade possa ter o seu casario restaurado e retome o ciclo do seu desenvolvimento. Graças a este discurso, a cidade conquistou foro de Patrimônio Cultural da Nação. Providências foram tomadas com que o Programa Monumenta aqui se instalasse e procedesse à restauração de seu casario, de seus templos e imóveis de destacado valor arquitetônico. Reconheça-se o mérito do Programa Monumenta, ainda que as ações materializadas não hajam alcançado a inúmeras ruínas que prosseguem desfigurando o conjunto tombado.


A inteligência desta mudança de raciocínio, inobservada por alguns e ignorada por muitos, é que fez materializar a instalação da Universidade Federal do Recôncavo, em Cachoeira e na região, ante sua destacada referência histórica no cenário cultural da nação. Esse discurso inspirou a deputada cachoeirana Lídice da Mata a tomar a decisão de produzir o texto legal que torna Cachoeira capital da Bahia em sua Data Magna, razão por que, no dia de hoje, o governo do Estado, com todo seu secretariado, aqui está instalado, e com a presença do governador.


Três vezes orador oficial da Sessão Magna de 25 de Junho, em seus discursos, o Dr. Heraldo Cachoeira revolucionou a Tribuna do Orador, no Salão Nobre da Câmara Municipal, expondo a visão com que a cidade e a região possam ganhar expressão de civilidade no cenário do desenvolvimento nacional. Desde o primeiro discurso, reclamou a ausência de iniciativas do governo federal na Cidade Histórica e Monumento Nacional, afirmando que aqui “só existem e resistem obras que datam do governo imperial”. A partir daí, o governo da República tem buscado mover ações e investimentos de elevado montante, em Cachoeira e na região, como a construção da estrada do Iguape, o anel ferroviário*, a implantação do pólo da indústria naval, em São Roque do Paraguaçu, o PAC das cidades históricas, sistema de esgotamento sanitário, etc.



A visão reivindicatória do discurso oficial dos oradores da Sessão Magna de 25 de Junho tornou-se a mais forte referência, o modelo por excelência, de que se servem o governo municipal, estadual e federal para materializar ações no município e região.


Urge sustentar este discurso que tem o poder de mobilizar ações, de gerar intervenções, de afastar ou até mesmo derrotar opressões e opressores, de identificar e preservar no cenário dos Poderes os que são qualificados para recepcioná-lo como instrumento de contribuição à projeção e à materialização de ações da administração pública na região.

















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