A muçulmana afirma que foi impedida de terminar a prova no sábado porque não quis retirar o véu que usava por motivos religiosos. O caso foi parar na polícia. Uma investigação foi aberta no 1º DP de São Bernardo do Campo.
A avaliação já tinha começado no Centro de Formação de Condutores (CFC) quando Ahlam Saifi disse que uma funcionária a informou que ela só poderia continuar o teste se tirasse o véu.
- Falaram que nenhum aluno pode entrar de boné, de gorro, com alguma coisa que não tenha como identificar.
Entenda o caso:
Uma muçulmana que fazia exame teórico em um Centro de Formação de Condutores em São Bernardo, sábado de manhã, foi impedida de concluir a prova por ter se recusado a tirar o véu islâmico, conhecido como hijad.
Indignada, Ahlam Abdul El Saifi, 29 anos, que mora no Centro de São Bernardo, chamou a polícia e registrou ocorrência não criminal no 1º Distrito Policial da cidade.
A aluna afirmou que fazia exame para renovar sua carteira de habilitação. Porém, quando faltavam apenas dez perguntas para finalizar a prova, foi interrompida por uma funcionária do centro de formação, localizado à Rua Frei Gaspar, no Centro.
"Disseram que eu não poderia fazer o exame com algo que descaracterizasse minha pessoa, mas o véu não é um acessório como gorro, óculos ou boné. Não estava fantasiada de muçulmana. Foi constrangedor um órgão público desrespeitar uma cliente religiosa." Segundo a motorista, funcionários disseram que o exame não seria validado mesmo que ela tivesse concluído.
A ordem que motivou a abordagem da funcionária partiu da central de monitoramento do Departamento Nacional de Trânsito, que observava as imagens da aluna por uma câmera instalada acima do computador onde ela fazia a prova. "Se houvesse dúvida de que estivesse fraudando a prova, poderiam ter me revistado sem problemas. Minha mãe renovou (a carteira) há dois meses e nada disso aconteceu. Me senti humilhada e me arrependi de ter desistido de continuar a prova. Quero que respeitem as próximas muçulmanas."
De acordo com o boletim de ocorrência, Ahlam teria dito que não poderia retirar o lenço na presença de outros homens. A motorista foi à delegacia na companhia de seu marido e do sheikh Jihad Hassan Hammadeh, presidente do Conselho de Ética da União Nacional das Entidades Islâmicas do Brasil.
Em posicionamento oficial, o Detran de São Paulo disse que segue o Código de Trânsito Brasileiro, que não indica qualquer tipo de discriminação. O órgão ainda afirmou que, mediante o boletim de ocorrência e da denúncia da vítima, vai apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis administrativamente.
Ahlam agora espera ser contatada pela autoescola até a semana que vem para saber quando poderá realizar novo exame.
Observações:
A referida senhora tem domínio de sua cidadania, imediatamente formalizou uma queixa.
O caso foi apurado, e hoje, segunda-feira, logo pela manhã, Ahlam Abdul El Saifi teve seus direitos reconhecidos e respeitados, completou a sua prova, trajando o véu com que caracteriza a sua fé islâmica.
Inúmeros outros se submeteriam ao arbítrio, ficariam calados! A maioria não tem domínio de cidadania. Muitos preferem não reclamar direitos.
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