sábado, 10 de setembro de 2011

A MAÇONARIA


Visto com cuidado, um pouco será revelado.


Maçonaria é a forma resumida e usual de Franco-maçonaria, vinda de Freemasonry e Franc-masonneríe, que em tradução literal querem dizer "Construção Livre". Os termos Freemason e Franc-maçom, significam "Pedreiro Livre", usualmente, "Maçom".

HOJE


Freemasons Hall, London. Centro de reunião de maçons da Grande Loja Unida da Inglaterra . Hoje é consenso que a Maçonaria moderna desenvolveu-se, primeiro na Inglaterra, passando posteriormente para o continente. A Maçonaria, pretende que se reúna homens livres de quaisquer tipos de fanatismos, quer religiosos, quer ideológicos, entretanto, exige que acreditem em Deus. A Maçonaria inglesa segue esta linha com mais rigor, pois que tradicional. O Maçom pode acreditar no que quiser, porém, em Loja (reunião), fica proibido debates sobre quaisquer posições políticas ou religiosas. Acredita-se que sejam os dois assuntos que mais afastam as pessoas.

Freemason' Hall. Década de 30. Nova sede, construida a partir de 1927.



Freemasons Hall. Interior



Teto da Grande Loja. Londres


Painel de um banquete no Freemason Hall em 1804, em antiga sede.


Templo da Grande Loja Unida da Inglaterra.
O RITO DE EMULAÇÃO tem sua origem na Inglaterra, sendo o resultado da RECONCILIAÇÃO dos "ANTIGOS" e "MODERNOS". Foi concebido em 1813 quando as duas GRANDES LOJAS (LONDRES e YORK) unificaram-se numa única OBEDIÊNCIA denominada GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA.



Prédio do moderno Grande Oriente da França (GOF). Ao ir para a França, a Maçonaria, como a conhecemos, após um período de muito misticismo, interagiu com os ideais da Revolução Francesa e se tornou mais libertária e de certa forma, revolucionária e reformista. Alguns entendem que a Maçonaria cumpriu o seu papel político-revolucionário-reformista e que agora se dedica somente ao aperfeiçoamento humano e a filantropia. Usando um conceito marxistas, já meio fora de moda, poderia-se dizer, que foi parte da revolução burguesa contra as monarquias, nobreza e os senhores feudais europeus, mesmo que praticada nas Américas, e já plenamente vitoriosa.


Le Grand Orient de France (GOF). Interior. Parte da Maçonaria francesa leva os ideais de liberdade tão a sério, que permite a entrada em suas fileiras de ateus, razão de discordância com a Grande Loja Unida da Inglaterra, além de outras, como a sua vocação revolucionária e por possuir um grau maior de misticismo histórico. Sendo assim, é inútil estudar a Maçonaria através do comportamento ou pensamento dos seus membros, os tem de muitos os tipos.

GOF. Interior

GOF. Interior


Um Maçom deve ser um homem livre de todas as doutrinas, autoridades, fanatismos e crendices, dentro de uma Loja livre de todo o poder político ou direção pre-determinada. Não existe uma direção central ou centro mundial que dite regras às Lojas. As Lojas podem nascer de baixo para cima e em qualquer lugar. O discurso é utópico, claro, mas serve para dirimir dúvidas em caso de conflitos extremos. Assim é, que com o passar do tempo, as Lojas foram se organizando e formando Potências ou obediências, que são aglomerado de Lojas e que podem ser dissolvidas a qualquer momento por estas mesmas Lojas. Os Grandes Orientes e Grandes Lojas são Potências Maçônicas em seus países. Mal comparando, seria como em um governo parlamentarista, em que o 1º ministro pode cair por voto de desconfiança dos membros do parlamento, mas que permanece enquanto for útil. Existe também uma relação de respeito para com as Lojas mais antigas e tradicionais, como ocorre no interior de cada país e, mundialmente, em relação a Grande Loja Unida da Inglaterra (Loja Mater) e ao Grande Oriente da França.


Em linhas gerais, pode-se dizer que existem duas grandes influências maçônicas mundiais, que não se reconhecem entre si teoricamente, mas mantem laços fraternais e diplomáticos: a maçonaria inglesa (Grandes Lojas) de um lado e a maçonaria francesa (Grandes Orientes) de outro. Querendo ficar vinculadas à tradição da Maçonaria, muitas lojas e Potências nos diversos países, aceitam marcos regulatórios da Grande Loja Unida da Inglaterra (1ª potência maçônica mundial ou Loja Mater), como p.ex., a crença em Deus, o uso do livro da lei nas reuniões, etc. Neste caso, são denominadas Regulares por esta Grande Loja. É uma espécie de título de nobreza para as Lojas e nenhuma influência tem em seu funcionamento prático. Muitos teóricos criticam este estado de coisas, pois criaria, na maçonaria, uma espécie de papado. Porém, a experiência mostrou, que ainda é preciso uma fonte que ilumine os Landmarks (marcos regulatórios), mesmo que seja apenas uma vela.




A vitória da revolução de 1776, que deu origem à República dos Estados Unidos da América, foi também uma vitória da Maçonaria, pois os ideais maçônicos de Liberdade e Igualdade foram os alicerces para a construção do novo país.
A declaração de Independência dos Estados Unidos, elaborada por Thomas Jefferson, é o melhor exemplo do pensamento Iluminista de Locke, Hobbes e Montesquieu tornado práxis na edificação da nova sociedade. Este importante documento exalta os valores eternos de Liberdade e Igualdade, que são fins supremos da Maçonaria. A Estátua da Liberdade, presente da França aos EUA, que é uma síntese desses ideais, foi construída por um maçom e inaugurada em cerimônia maçônica.

A recém-nascida nação foi uma espécie de laboratório para a construção da primeira sociedade democrática do mundo, onde se organizou um governo que “em certo sentido, nascia de baixo para cima”.


Supreme Council of the Scottish Rite.
Washington, DC
Os Estados Unidos da América são a expressão estatal dos ideais maçônicos.
Símbolos maçônicos inseridos na moeda americana e os ideais de uma nova ordem mundial. Na época, os ideais de liberdade e igualdade, desafiavam as monarquias europeias e proclamavam a liberdade de credo religioso. Curiosamente, a monarquia francesa deu apoio financeiro à revolução americana, levando aquela a precipitar ainda mais a sua falência.


Presidentes americanos Maçons desde George Washington.



Loja Maçônica. Filadélfia, USA



Loja Maçônica. Detroit, USA


Sede do Grande Oriente do Brasil (GOB), Brasília, DF. A Maçonaria teve uma grande importância na história brasileira. Com uma influência predominante, vinda da Maçonaria francesa, participou de diversos movimentos e revoluções pela independência, proclamação e manutenção da República do Brasil. O GOB tem relação de amizade, e é reconhecido como Regular, pela Grande Loja Unida da Inglaterra.


Interior da sede do Grande Oriente do Brasil (GOB)


Grande Loja Maçônica de Brasília, DF, uma das Grandes Lojas Estaduais.

Prática proibida


Com a Reforma Protestante (1517), os Católicos europeus viram ameaçada a sua hegemonia na direção do pensamento e dos ritos cristãos, daí que as suas lideranças implementaram uma série de procedimentos autoafirmativos que ficaram conhecidos como Contra-Reforma, que nada mais eram que uma ratificação radical de tudo o que a Reforma condenava e queria "reformar". A Contra-Reforma teve forte influência na formação do Brasil como nação.



Grande parte da monarquia europeia era intimamente ligada á Igreja Católica, pois Ela consagrava os seus casamentos. Hoje, parece difícil acreditar, mas na época, aceitava-se que os reis tinham um sangue especial e possuíam direitos divinos de governar. Acima, Luis XIV, o Rei Sol. Frase famosa atribuída a ele : "O Estado sou Eu".



Fácil entender que a Maçonaria, principalmente a de orientação francesa, antimonárquica, anticlerical e defendendo a liberdade de credo, fosse sumariamente proibida e os Maçons perseguidos e presos. Ademais, outras formas de práticas espiritualistas e esotéricas, também perseguidas na Europa, como Teósofos, Rosacruzes, Judeus, Muçulmanos, Orientalistas, Esoteristas e Cristãos-novos, escolhiam as Lojas Maçônicas para as suas reuniões. Lembro que a Maçonaria aceita membros de quaisquer credos ou filosofias, desde que não as pratique dentro das suas Lojas, porém, regra que não podia ser controlável em todos os casos e lugares. A perseguição se acentuou em outros países, após a Revolução Americana de 1776 e a Revolução Francesa de 1789, ambas com inspiração similar à ideologia maçônica, e influenciando ainda mais, a esta.

O mesmo não aconteceu com a Maçonaria inglesa. A essa altura, a Igreja Inglesa (Anglicana), se encontrava separada do Vaticano desde Henrique VIII (1534) e tinha a sua questão monárquica mais bem equacionada desde Oliver Cromwell. De forma, que a Maçonaria não ameaçava severamente as instituições políticas e os credos locais. De certa forma, se comportava como um clube de filantropia, filosofia e de reunião de gentlemens. Um pouco parecido com a prática maçônica de hoje.


Existe Maçonaria Feminina e Maçonaria Mista, entretanto, não são consideradas Regulares pelas Potência Maçônicas mais importantes. Alegam que a tradição seria perdida com a ruptura de um Landmark (marco regulatório) e a Maçonaria seria outra coisa, mais contemporânea, mas não mais Maçonaria. Hoje, é apenas questão de tradição.


A esposa e os filhos dos Maçons, tem proteção nacional e mundial. Recebem formas de se identificar, em caso de perigo, em qualquer lugar do país e do mundo.



Antimaçonaria


Sendo um movimento de homens livres de credos e ideologias e praticantes de uma democracia radical com a exclusão de qualquer autoridade que não seja reconhecida por todos os seus membros em sufrágio universal, a Maçonaria conquistou inúmeros inimigos através dos tempos. Em suma, o poder a detesta.

Em 1738, o Papa Clemente XII, na Bula In Eminenti, excomunga todos os católicos, que porventura, se unão em sociedades secretas, inclusive os Maçons. Em plena época da contra-reforma, a Igreja de Roma, pressionada por todos os lados por reformas, foi compelida a tomar decisões com cores muito fortes. Nos dias de hoje, tal coisa não mais aconteceria, seria como a prática do exorcismo, por exemplo.
A extrema direita mundial, muito falou de uma conspiração maçônico-judaica para "dominar o mundo". Claro, trata-se de uma afirmação fantasiosa e fantástica, mas pode confundir os menos avisados, devido a alguns rituais e símbolos maçônicos. Como veremos, as primeiras Guildas de Maçons Operativos, trabalhavam em sua maioria na construção de catedrais para a Igreja e eram católicos. Usavam a Bíblia no início dos trabalhos e de lá tiravam muitos símbolos e sabedoria ( poder ler a bíblia naquela época, era motivo de muito prestígio). Como veremos à frente, a Maçonaria Moderna (Especulativa), teve na sua formação grande influência calvinista e anglicana e de outros estudiosos da Bíblia. A Bíblia é um livro Judeu, todos sabem. Ademais, na Renascença e contra-reforma, perseguidos, judeus, protestantes e pessoas de outros credos, escolhiam sociedades secretas, onde pudessem se reunir sem perigo e aí deixaram vários de seus símbolos e lendas.

A Maçonaria, sendo movimento libertário, não religioso, e que reconhece todas as religiões, sendo inspirada nas ideologias das revoluções inglesa, francesa e americana, todas contra Roma, foi encarada como anti-religiosa, por óbvio. Como um credo exclui todos os outros, quem reconhece todos os credos, não tem nenhum a seu favor. Porém, fundamentalistas cristãos de extrema direita, em suas elucubrações fantásticas, não tiveram dúvidas, e a tacharam de demoníaca, satanista e portadora de planos espetaculares para dominar todo o mundo, junto com os comunistas , os muçulmanos e o RocknRoll!


Os Maçons nunca foram protegidos por reis e nobres como se afirma. Já na Maçonaria Operativa, em 1360, 1425 e anos posteriores, ainda na idade média, o Parlamento Inglês proibiu a reunião de Guildas de construtores pedreiros, carpinteiros, etc . É bom lembrar, que Maçons Operativos e outras guildas medievais, eram trabalhadores associados em cooperativas e, como tal, reivindicativos e questionadores, pois que, lá como cá e como sempre, explorados pelas elites mais abastadas.

No princípio, após a Reforma, muitas perseguições à Maçonaria, foram feitas pela Igreja Católica e as monarquias ligadas a ela, principalmente nos países da Inquisição e na America Latina . Neste período recebeu alguma simpatia da Reforma Protestante. Após as Internacionais Socialistas, frente a um perigo muito maior, perdeu sentido as antigas disputas, até porque, as lutas reais eram pela manutenção das monarquias europeias, já sem poder algum.

O Fascismo e o Nazismo foram ferrenhos inimigos da Maçonaria. Inspirados na Roma Antiga, aqui se propunha que um líder carismático deveria dirigir os povos e as corporações, a Fáscia. Hitler ficou mais famoso, mas tudo começou com Mussolini, na Itália, que imitava Júlio Cesar e as legiões romanas. Hitler, Franco, Salazar, Perón e Getúlio, imitavam Mussolini. Propondo fazerem frente ao comunismo, existiam vários imitadores e colaboradores de Hitler, nos Estados Unidos, Inglaterra, França, países baixos, Escandinávia e na América do Sul, inclusive no Brasil (Plínio Salgado).


No século XX, a perseguição à Maçonaria, se estendeu dos movimentos de extrema direita aos de extrema esquerda. Dos fascismos europeus vários, incluindo o nazismo, aos comunista, quando no poder, a perseguiram e proibiram a sua prática. Acima, selo antimaçônico sérvio.


Para as ideologias denominadas "de esquerda", como o marxismo, base do leninismo, stalinismo, trotskismo, maoismo, fidelismo, etc, a Maçonaria é um movimento da pequena burguesia, reacionário, que apoia o sistema capitalista, e como tal, contrária aos interesses dos trabalhadores e das massas populares. Irônico, que ela tenha começado, exatamente, nas guildas dos antigos operários da construção. Pode-se dizer, que ela não é contrária aos ideais socialistas e comunistas de igualdade entre os homens, ou ao trato filosófico da política, pois que são seus postulários também, e sim, contrária a ditadura do proletariado e a tomada do poder pela força. Com a minimização do comunismo internacional e o retorno dos estados comunistas às práticas capitalistas, a Maçonaria, talvez com o tempo, seja melhor entendida pelos teóricos marxistas.


No contexto da Revolução Liberal, conhecida como"Revolução de 30", tendo sido nove presidentes da República Velha Maçons comprovadamente iniciados, a ditadura de Getúlio Vargas, tratou de silenciar a Maçonaria, proibindo as suas atividades em todo o país.
Vamos atando as pontas. A Maçonaria brasileira é contra Vargas, ótimo, um ditador, mas fica, no passado, com os "Barões do Café", que predominam em suas fileiras, posição discutível. Começa a sua decadência política no país. Fácil entender. O esperto ditador, se liga ao tenentismo de início, ao Fascismo na sequencia, populista, ganha o amor das massas, e os préstimos dos EUA ao declarar guerra ao Eixo. A Maçonaria (assim como outras elites nacionais), proibida e estacionada, fica com o passado. De forma que estávamos assim: de um lado, (1º) a oligarquia rural e os velhos militares positivistas ligados à história (juntos, a Maçonaria, os evangélicos, os espíritas), de outro, (2º) banqueiros, industriais, intelectuais, jornalistas, artistas, os trabalhadores organizados e as Comunidades Eclesiais de Base católicas, mais modernos, e com maiores bases no sul/sudeste. O leitor atento, verá que esta separação ideológica, em parte, remonta à República, portanto, existe há mais de cem anos. Após a morte de Vargas e um pequeno período de calmaria, um retrocesso foi tentado em 1964, travestido de anticomunismo. Durou vinte anos e sucumbiu sob forte oposição , como vemos, por ser ideologicamente insustentável. Por outro lado, a reação à ditadura, possibilitou a subida ao poder de intelectuais liberais, de socialistas e sindicalistas reformistas.


No Brasil, a Maçonaria foi perseguida desde sempre até a implantação da República, guando cresceu em importância e prestígio no país. Durante a ditadura Vargas foi proibida. A ditadura militar a tolerou, face a sua posição anticomunista e a sua participação fundamental nas origens da República e na formação das doutrinas do Exército Brasileiro. Entretanto, face a perseguição, pela ditadura, de professores universitários, jovens estudantes, intelectuais, eruditos, artistas e jornalistas, muitos deles maçons, precipitou discordâncias no interior das Lojas, causando prejuízos na fraternidade entre os seus membros, afastando muitos e levando à suspeita, a Instituição, entre estas classes, muito ainda em recuperação.

No Brasil


Fundada na Inglaterra, que havia rompido com o Vaticano desde 1534 (sob Henrique VIII), desenvolvida na França, que após a Revolução (1789), se tornou antimonárquica e perseguidora de nobres e religiosos, exaltada na America do Norte (1776), novo país de inspiração protestante, gnóstica e antimonarquista, a Maçonaria, por todos os motivos, chegou ao Brasil com características marcadamente revolucionárias, antimonárquicas e anticlericais, influindo na posterior formação da República, com estas mesmas características.


Mártir da conspiração mineira pela Independência do Brasil, não há prova documental da iniciação ou comparecimento de Tiradentes ( Joaquim José da Silva Xavier) em uma Loja Maçônica no Brasil ou de nenhum outro membro implicado na que ficou conhecida como Inconfidência Mineira. É claro que sob o jugo da coroa portuguesa absolutista, carola e inquisicional, ninguém iria se reunir em uma Loja com o nome de maçônica ou iria apor o seu nome em nenhuma ata de reunião com este título. Se reuniam sim, nas Sociedades Literárias, Arcádias, etc, comuns na época. Nem em Portugal, a Maçonaria estava ainda bem desenvolvida. Há provas de que alguns cidadãos em Vila Rica, se iniciaram na Europa e também da passagem de franceses pelo Brasil, iniciando brasileiros. Não existiu nenhum movimento mundial ou local feito pela Maçonaria. A Maçonaria, participou com idéias e homens, de muitos movimentos nacionais e mundiais e foi influenciada por estes também.


Apesar da Maçonaria estar presente no Brasil desde data anterior à Inconfidência Mineira no final do século XVIII, a primeira Loja Maçônica brasileira surgiu filiada ao Grande Oriente da França, sendo instalada em 1801 no contexto da Conjuração Baiana. A partir de 1809, foram fundadas várias lojas no Rio de Janeiro e Pernambuco e em 1813 foi criado o primeiro Grande Oriente Brasileiro.


Auguste Comte (1798-1857). O positivismo, tentava relacionar as ciências naturais com as ciências sociais e teve forte influência na Maçonaria brasileira, principalmente nos meios militares. Comte, viveu em um tempo em que a natureza parecia totalmente explicável através da mecânica, da razão e da ciência, e acreditava que estas eram as últimas etapas da evolução humana. Só interessavam os fenômenos concretos, que pudessem ser diretamente observáveis. Outra corrente maçônica, se apoiava no liberalismo político e econômico (o ser humano, possuía direitos fundamentais, incluindo, os de religião e de livre comércio, que o Estado deveria respeitar e promover) e era mais prevalente nos meios civis.





De caráter social e popular, a Conjuração Baiana, ou Revolta dos Alfaiates, como também é conhecida, explode em Salvador em 1798. Inspira-se nas idéias da Revolução Francesa e da Inconfidência Mineira, divulgadas na cidade pelos integrantes da loja maçônica Cavaleiros da Luz, todos membros da elite local – Bento de Aragão, professor, Cipriano Barata, médico e jornalista, o padre Agostinho Gomes e o tenente Aguilar Pantoja.
O movimento é radical e dirigido por pessoas do povo, como os alfaiates João de Deus e Manoel dos Santos Lira, os soldados Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens. Propõe a independência, a igualdade racial, o fim da escravidão e o livre comércio entre os povos. (Wikipedia)


Os Alfaiates, braço popular da Conjuração Baiana. As rebeliões no Brasil colonial e Império, pelo seu caráter, trouxeram a impressão de que a Maçonaria, iniciada no Brasil por franceses, e inimigos da coroa portuguesa e inglesa, se associava, por exclusividade, com a Revolução Francesa. É bom lembrar, que ao final de dez anos, o monarca português D. João VI, estará vindo para o Brasil, fugindo de Napoleão, e portanto, desconfiado de quaisquer ideias vindas da França.



A Guerra dos Mascates que se registrou de 1710 a 1711 na então Capitania de Pernambuco, é considerada como um movimento nativista pela historiografia em História do Brasil.
Confrontaram-se os senhores de terras e de engenhos pernambucanos, concentrados em Olinda, e os comerciantes reinóis (portugueses da Metrópole) do Recife, chamados pejorativamente de mascates. Quando houve as sedições entre os mascates europeus do Recife e a aristocracia rural de Olinda, os sectários dos mascates se apelidavam Tundacumbe, cipós e Camarões, e os nobres e seus sectários, pés rapados - porque quando haviam de tomar as armas, se punham logo descalços e à ligeira, para com menos embaraços as manejarem, e assim eram conhecidos como destros nelas, e muito valorosos, pelo que na história de Pernambuco, a alcunha de pés rapados é sinônimo de nobreza.(wikipedia)
Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha são os nomes pelos quais ficou conhecida a revolução ou guerra regional, de caráter republicano, contra o governo imperial do Brasil[1][2], na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul[3], e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense[4]. Estendeu-se de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845. A Maçonaria sulista, tendendo aos ideais republicanos[18], teve importante papel nos rumos tomados, sendo que muitos dos líderes farroupilhas foram seus adeptos, dentre eles, Bento Gonçalves da Silva, com o codinome Sucre.[12]Bento organizou outras lojas maçônicas no território rio-grandense, o que lhe havia sido permitido desde o ano de 1833. (Wikipedia)



Curiosamente, a Maçonaria brasileira, levada por José Bonifácio, iniciou o Imperador Pedro I, pensando fazer frente à metrópole (haviam maçons monarquistas constitucionalistas aqui). Porém a sua passagem por Ela foi rápida, pois que vendo a posição republicana da sua maioria, afastou-se e proibiu a sua prática no país.


O Imperador Pedro II não foi iniciado. Sua personalidade, cultura e integridade e a sua educação tutelada por iniciados em Maçonaria, dividiu os maçons da sua época, colocando muitos ao seu lado.

José Bonifácio de Andrada e Silva (1º Grão-Mestre do GOB), partidário de uma Monarquia Constitucionalista ao estilo inglês.
Tutelou e educou o Imperador Pedro II a pedido do seu pai Pedro I.



Joaquim Gonçalves Ledo (Rio de Janeiro, 11 de agosto de 1781 - Fazenda de Macacu, Sumidouro, 19 de maio de 1847), Maçom republicano, foi um político e jornalista brasileiro.
Editor do Revérbero Constitucional Fluminense, jornal lançado por ele e por Januário da Cunha Barbosa a 15 de setembro de 1821, Ledo foi um dos promotores do "Dia do Fico" (9 de janeiro de 1822). No jornal, combatiam os interesses dinásticos portugueses e reivindicavam a constituição de um governo liberal.
Ledo foi deputado provincial do Rio de Janeiro até 1835, quando abandonou a política e a maçonaria para recolher-se em Sumidouro, onde morreria, em sua fazenda, de ataque cardíaco [1]
Foi ferrenho adversário de José Bonifácio de Andrada e Silva tanto na maçonaria quanto na política. (Wikipedia)



Na Proclamação da República, a influência dos EUA foi muito grande. A República queria ser vista, também, como uma "Revolução Brasileira", contra uma monarquia colonialista. A diferença era que já éramos um Império independente, portanto, em uma situação bem diferente e melhor que a daquele país em sua época revolucionária, há mais de cem anos anteriores.






Manoel Deodoro da Fonseca, Maçom e 1º Presidente República
1890. Frente a uma 1ª Constituição da República de caráter liberal, Deodoro tentou aumentar os poderes do executivo. Sobre forte oposição, renunciou. Assumiu o vice-presidente Floriano Peixoto.



Primeiro Ministério da República, feito exclusivamente por homens iniciados em Maçonaria.
O Brasão da República possui símbolos maçônicos muito evidentes : a Abóbada Celeste, a Estrela Flamígera, a Espada, os Ramos (café e fumo), sugerindo referência à Acácia, a Pedra Cúbica na base da espada, o Sol (raios) de fundo. Foi encomendada por Deodoro, ao amigo Arthur Sauer.


Floriano Vieira Peixoto, 2º Presidente do Brasil, o "Marechal de Ferro", visto como "Consolidador da República". Alagoano de nascimento, recebeu apoio dos "jacobinos" cariocas e do capital paulista. Enfrentou duas revoltas da marinha e outra no Rio Grande do Sul. Foi tão duro e ditatorial, que muitos preferem não vê-lo como iniciado em Maçonaria.


Presidentes comprovadamente iniciados.


Rui Barbosa de Oliveira

Benjamim Constant Botelho de Magalhães
Acima, dois brasileiros maçons, que tiveram grande influência no pensamento ideológico da República, representando uma miríade de outros, alguns positivistas e militares, outros liberais e civis, que influenciaram a formação do incipiente Estado Republicano Brasileiro.


A República foi inspirada nas ideologias europeias de vanguarda, aqui defendidas pelas elites nacionais e com baixa participação popular. Os seus ideais de formação foram arrojados, humanistas e modernos. Porém, como todo Golpe de Estado, uma vez instalado, além dos adversários, outros grupos também se julgam no direito de dar o seu próprio Golpe. Assim é que rebeliões, revoltas, separacionismos, corrupção eleitoral, ditaduras, guerras civis e golpes de estado se sucederam, e de certa forma, permanecem nos dias atuais. Neste caso, é aconselhável ficarmos com Hegel, e fugirmos da ideia maniqueísta de certo e errado, bem ou mal, e entendermos que os acontecimentos trazem em si a sua própria contradição, portanto, com o constante embate de suas forças contrárias . A Constituição de 1988, nos traz muitas esperanças de paz nacional, enfim.


Karl Marx (1818-1883)
Leandro Konder (A Derrota da Dialética), demonstra que, no Brasil, houve um arremedo de marxismo, que nada teve a ver com o materialismo dialético/histórico, o conhecimento da teoria economica de "O Capital", ou com a ditadura do proletariado. Com a dificuldade em ler os originais em alemão e na falta de traduções disponíveis, usando o nome de marxismo, foram ensaiadas teoricamente, uma mistura das ideologias que já existiam no pais, cada uma a seu tempo, a saber, o positivismo, o anarquismo (trazido pelos italianos), o salvacionismo, o instrucionismo e o solidarismo cristão tradicional, com algumas costuras e discursos, retirados diretamente do "Manifesto Comunista" de 1848. A participação popular foi pífia. Foi defendido por intelectuais, universitários e por uma pequena parte do proletariado. A partir de 1930, o PC transformou-se em um braço nacional da Praça Vermelha, e as posições discordantes, como o trotskismo e outras correntes, eram tratadas como "românticas", para dizer o mínimo. Com o desmembramento da União Soviética, tudo foi parar na lata do lixo.
A Maçonaria, sendo um movimento idealista e burguês revolucionário, se encontrava em outro plano ideológico neste momento. Entretanto, um pensador experto, saberá utilizar as análises de Hegel/Marx/Engels com proveito, excluir a parte revolucionária desnecessária, e extrair delas um melhor entendimento para a ação nos campos econômicos, políticos, sociais e, inclusive, nos negócios.


Como visto, a Maçonaria se une em confraria, mas as Lojas são livres e soberanas e não obedecem a orientações com as quais não concordem. Assim, em 1927, no Brasil, por questões ritualísticas ligadas aos graus maçônicos, surgiu o 1º cisma dentro do Grande Oriente do Brasil (GOB) com a formação dissidente das Grandes Lojas Estaduais, que se unem em torno da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB). Posteriormente, surgiram os Grandes Orientes Independentes, formados por cisões dentro dos Grandes Orientes Estaduais ligados ao GOB. É assim, mas isto pouco importa, porque o Maçom é livre em Loja livre, e a filosofia a mesma, diferindo em pequenos detalhes.


As Origens


O ARS QUATUOR CORONATORUM, é publicação da Quatuor Coronati Lodge nº 2076 de Londres, Loja especializada em estudos maçônicos, com ênfase na historia factual da Maçonaria, excluindo explicações fantásticas ou místicas.



Catedral medieval gótica

Interior. Observar a altura e o fechamento dos tetos.

A partir da idade média, a construção de catedrais e castelos, exigiam conhecimentos arquitetônicos e de engenharia cada vez mais sofisticados. Estes conhecimentos se expandiram e frutificaram por toda a Europa, em parte, pela necessidade dos senhores feudais se protegerem das "Invasões Bárbaras", por outra, pela Igreja, na linha de Constantino, para manter a inspiração dos seus fieis e mostrar força frente aos senhores feudais e aos reis. Sofreu grande influência da experiência em construção greco-romana.


As Guildas (associações) de construtores, se expandiram por toda a Europa, e as existiam de vários tipos, como de pedreiros, carpinteiros, ferreiros, comerciantes, etc. Numa época sem leis e direitos, os membros de uma Guilda, protegiam-se uns aos outros sob juramento e, para reconhecerem-se entre si e poderem trocar confidências, criavam sinais e formas de se cumprimentar, de uso, principalmente, quando em viagens.



Por razões de demanda, as guildas de pedreiros foram as que mais se desenvolveram e prosperaram. Os senhores feudais, cooptaram agricultores e os levaram para construir as suas fortificações. Uma determinada guilda, recebia o nome de Loja. Eram formadas por aprendizes de pedreiro, pedreiros mais experientes, denominados companheiros e um mestre pedreiro (Master Freemason, Mestre Maçom). Um Mestre, tinha que ser capaz de calcular e conduzir toda a construção, e a sua formação podia levar muitos anos. Ademais, exigia-se princípios morais e religiosos ilibados, pois que instruía e aconselhava toda a Loja e as suas famílias, além da necessidade de saber ler, calcular e escrever.


Imagens Google
Seleção, Edição e Texto RBS
À memória de Nicola Aslan

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