Minha visão da Maçonaria no século XXI inclui a iniciação de mulheres
MM
Eis o texto da palestra:
Esta introdução confere-me integral autoridade para expressar o que penso conforme profetiza-me o raciocínio inspirado sobre o perfil da Maçonaria do século XXI.
Só será legítima e soberana, reconhecida em suas comunidades e pela comunidade internacional, a Maçonaria que passe a admitir em seus quadros, em igualdade de condições, homens e mulheres dispostos a construir a sociedade deste século dentro dos ideais da Maçonaria Universal e a que preservar as formalidades da iniciação e seja fiel às instruções e às práticas filosóficas, culturais e filantrópicas. Expressará seus princípios normativos, sua visão histórica, sua constituição, seus códigos e regulamentos gerais com pleno respeito à liberdade de consciência e integral tolerância para todo trabalho maçônico. Preservará integral respeito à tradição maçônica com manifesto apreço ao simbolismo operativo dos antigos rituais, obedecendo à divisão nos três graus simbólicos, buscando que seus integrantes tenham como referência e pratiquem as lições instruídas em suas lojas.
A Maçonaria do século XXI reconquistará e comandará poderosos foros de atuação nos segmentos políticos e administrativos das nações, iniciando em seus mistérios postulantes de ambos os sexos, sem distinção de raça, credo ou condição social, desde que preenchido o requisito fundamental de serem cidadãs e cidadãos livres e de bons costumes. Será a Maçonaria que reconheça, sob quaisquer circunstâncias, todo maçom - homem ou mulher – que haja sido regularmente iniciado ou iniciada numa Loja Maçônica, independente da Potência a que esteja subordinada.
A Maçonaria do presente século reconhecerá oficialmente toda e qualquer Loja Maçônica fundada por sete Mestres Maçons. Será a Maçonaria integralmente fiel aos princípios e sustentáculos básicos da fraternidade universal, da liberdade humana, da igualdade social e do direito de expressão. Em suas instruções e doutrinas, instituirá como dever de quantas e quantos integram os seus quadros um foro permanente de idéias pela paz, pela união, pela felicidade e prosperidade do gênero humano.
A Maçonaria do século XXI respeitará integralmente as leis justas dos países. Rejeitará com rigor qualquer Landmark ou Lei Maçônica que viole a Carta Magna das Nações, especialmente a igualdade de direitos e as garantias individuais, a liberdade de consciência.
A Maçonaria deste século excluirá de sua estrutura de obediência, o Landmark de No. 18, datado de 1723, incluído não se sabe por quem, igualmente aprovado não se sabe por que e por qual Assembléia, cujo texto, além de desfigurar os sustentáculos básicos da Ordem Maçônica, proíbe que mulheres sejam iniciadas nos seus quadros, passagem reconhecidamente ofensiva aos seus valores, artigo que também exclui de ingressar em seus quadros, coxos e aleijados ou quaisquer portadores de atenção especial.
Juntamente aos segmentos de elevada expressão no seio da comunidade internacional, instituições as mais avançadas do mundo, imaginadas, fundadas e implantadas por maçons, a exemplo da UNESCO, do ROTARY INTERNATIONAL, etc., que defendem a liberdade de consciência e a igualdade de direitos, a Maçonaria do século XXI entenderá que este Landmark é um anacronismo absurdo, cuja expressão contradiz flagrantemente os princípios de igualdade, liberdade e fraternidade, considerados cláusulas pétreas na estrutura da Ordem Maçônica Universal. O mencionado Landmark determina arbitrariamente de forma cruel, deselegante, anti-fraterna, quem tem e quem não tem direito à iniciação.
A bem da verdade, em Cachoeira, a Loja Caridade e Segredo, No. 03 da obediência da Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia, faz muito tempo rompeu com este Landmark, ao iniciar em seu quadro, o irmão Pedro Sacramento, de saudosa memória, cujo defeito físico, nunca foi obstáculo que o impedisse de ser um dos mais operosos e destacados mestres maçons que a Maçonaria já teve.
Qualquer maçom consciente de sua capacidade de raciocínio para o exercício pleno da cidadania, independente de qual Potência Maçônica no mundo a qual sua Loja esteja vinculada, entenderá que este Landmark desfigura flagrantemente a Constituição de países civilizados e democráticos, ofende a Carta Magna Nacional do nosso Brasil, ofende o foro mais íntimo dos sentimentos e emoções, contraria frontalmente as instruções do Ritual de Iniciação sobre o universalismo de pensamento, a liberdade de consciência, a luta contra a tirania, a superstição, o dogmatismo, o fanatismo e a discriminação, além do respeito às Leis justas de nosso país.
A mulher, por outro lado, deu e prossegue dando sobejas provas de que pode ser tão competente quanto qualquer homem, em qualquer atividade – mesmo naquelas que requeiram coragem e resistência física. Neste século, ela alcançou, por seu próprio mérito, sensibilidade e inteligência, as mais elevadas posições sociais, políticas, científicas, técnicas, esportivas, militares e intelectuais, na sociedade humana. A discriminação de que a mulher ainda é objeto no Brasil e em outros países, para fins de ingresso na Ordem Maçônica, é absolutamente ilógica, ilegal, contrária à História e ao progresso, tem raízes numa educação arcaica e no mais desprezível e vulgar preconceito.
A Maçonaria se orgulha - com justa razão - dos movimentos e conquistas históricas dos quais participou e proclama os méritos de seus mártires e heróis. Giuseppe Garibaldi foi um deles, tido como o herói de dois mundos, lutando pela unificação italiana e nas lides revolucionárias da América Latina. O que nunca se menciona é que ele foi filiado a Lojas Maçônicas Mistas, sob o Rito de Memphis-Misraim, em uma delas também fez iniciar sua esposa e companheira, a brasileira Anita Garibaldi. Garibaldi, quando Soberano Comendador Grão Mestre da Maçonaria em Palermo, a 25 de maio de 1864, decidiu fundar para o bem da Maçonaria italiana Lojas Femininas, na prática Mistas, já que os irmãos participavam normalmente de seus trabalhos. Em seus placets, constam as iniciações de sua filha Teresita e de Luigia Candia, esposa do irmão do Grau 33º Paulo de Michelis. Esses não são fatos isolados, já que em 1867 o General Grão Mestre concedia o placet de exaltação ao grau de Mestre Maçom a senhora Suzanna Helena Curruthres.
Oswald Wirth, notável ocultista, maçom, astrólogo, alquimista e hermetista, cujos símbolos decoram Lojas no mundo inteiro, inclusive no Brasil, cujas instruções profundas são um precioso tesouro para os estudos de todo Mestre Maçom, foi membro de Lojas Mistas no Chile. Simón Bolívar, o grande libertador da América, era membro das Lojas Lautarinas – MISTAS. Simon Bolívar igualmente fez iniciar na Maçonaria sua esposa Manuela de Sáenz.
Em março de 1988, no IV Congresso de História e Geografia, realizado em Londrina pela Academia Maçônica Brasileira de Letras, a Grande Loja Arquitetos de Aquarius propôs a extinção sumária do Landmark nº 18 e a revogação das restrições à Adoção de Lowtons das meninas, filhas de maçons: entre 274 presentes - maçons representantes de vários Estados brasileiros e de diversas Obediências - nada menos que 270 votaram a favor da proposta!
Conclui-se que o povo maçônico, em sua esmagadora maioria, é contrário à discriminação das mulheres e das meninas. Hoje, talvez em função do árduo trabalho da Grande Loja Arquitetos de Aquarius desde 1986, já se notam, nas Potências tradicionais, movimentos, ainda que tímidos, para mudar este estado de coisas, por exemplo, na Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, já se concede Adoção de Lowtons para as meninas, mas, por causa de divergências com certa ala conservadora, omitiu o aventalzinho, que sempre foi parte integrante da tradicional cerimônia. Quanto ao deficiente físico, a comunidade civil organizada, nas últimas seis décadas, vem empregando o melhor de seus esforços e criatividade para integrá-lo à sociedade; gasta milhões em aparelhos especiais que lhe possibilitem diminuir a desvantagem com a qual veio ao mundo; modifica suas escolas, vias de trânsito e meios de transporte, livros, estádios, métodos de ensino e de comunicação de massa, e mesmo o comportamento das pessoas, visando à recepção do deficiente no que mais se aproxime de uma igualdade de condições.
A Maçonaria do século XXI entenderá como ação injusta e desumana discriminá-lo em algo que diz respeito apenas e tão somente ao auto-aperfeiçoamento moral, filosófico, ético e espiritual dos seres humanos, qual seja a iniciação em a seus quadros, à iniciação na Gnose. Também neste setor se notam movimentos de mudança. Potências Maçônicas, antes refratárias a conceder este direito ao portador de deficiência física, já quebrou o preconceito ante a força dos movimentos.
O consagrado autor maçônico Joseph-Marie Ragon, em seu Rituel de l’Apprenti Maçon, revela como foi iniciado um surdo-mudo, a 11 de abril de 1845, na Loja Monte Sinai, jurisdicionada ao Supremo Conselho Escocês, em Paris, sob a direção do Venerável Barach Weil. O fato poderia servir como exemplo às Potências tradicionais de todo o mundo, que rejeitam candidatos portadores de deficiência física. Segundo Ragon, o irmão iniciado naquela ocasião, dotado de uma inteligência superior, deu a todos o testemunho inquestionável de que, mesmo desprovido de um dos cinco sentidos, e incapaz de expressar-se através da voz, um ser humano pode vir a ser um grande maçom.
Pode-se dizer que a França é, desde o século XIX, um dos países do mundo que mais naturalmente aceitou a participação da mulher nos trabalhos maçônicos. Os Direitos Humanos foram aí fundado em 1893, por Georges Martin e pela escritora Marie Deraismes. A Grande Loja Feminina da França, que hoje abriga mais de 9 mil filiadas, em 250 Lojas, foi fundada em 1945, com apoio da Grande Loja da França. Mantém relações de amizade e mútuo reconhecimento com a Federação dos Direitos Humanos da França, segmento maçônico misto, com 10 mil obreiros, e também com o Grande Oriente da França, masculino, com 60 mil obreiros, e com a Grande Loja da França, masculina, cerca de 20 mil membros.
Há entre essas Obediências convênios de visitação recíproca, em reuniões mistas, e elas se reúnem conjuntamente pelo menos uma vez por ano, em sessão regular, em grau de Mestre, para confraternização e principalmente para debater assuntos de interesse comunitário e nacional.
Em qualquer cidade francesa, é possível encontrar um "prédio maçônico", com vários templos, e em cada um deles funciona uma ou mais lojas maçônicas de diferentes obediências. Tratam-se irmãos e irmãs com mútuo respeito e profundo espírito de cooperação. "Nenhuma loja nova – masculina, feminina ou mista, fica sem teto", conforme garantem as instruções emanadas dos grãos-mestres das Potências Maçônicas ali existentes. Sempre uma loja já existente a acolherá em suas instalações, cedendo espaço e comodidades para seu funcionamento.
Desde fevereiro do ano 2000, o Grande Oriente da França, embora permaneça uma obediência masculina, praticamente aboliu o Landmark que alija as mulheres da Iniciação, e autorizou qualquer Loja de sua jurisdição a receber a visita de mulheres maçons, dando-lhes irrestrita liberdade de pronunciar-se em Loja e de participar dos trabalhos. A grande maioria das lojas aderiu.
Existem hoje na França cerca de dez obediências maçônicas, congregando aproximadamente 182 mil maçons, dos quais perto de 60 mil pertencem ao Grande Oriente. Entretanto, a única Potência francesa reconhecida pela Grande Loja da Inglaterra é a Grande Loja Nacional Francesa, fundada em 1913 – masculina, é claro - que congrega apenas cinco mil membros. Todas as Potências restantes são consideradas irregulares, anacronismo reconhecidamente intolerável, só para sustentar presunção de liderança e superioridade como se fosse a exclusiva guardiã dos valores da Maçonaria Universal, mas já em comentado declínio ante a expressa resistência da esmagadora maioria de quantos integram o quadro a mencionada Potência.
É preciso considerar ainda o fato que os maçons franceses considerados irregulares pela Grande Loja da Inglaterra, são os maçons mais ativos, os mais fiéis cumpridores do juramento sagrado, da prática da fraternidade maçônica de amparo mútuo, de preferência e opção pelas causas dos irmãos em seus empreendimentos particulares ou públicos, são os que mais participam dos eventos históricos do país, os que apresentam as mais importantes contribuições para a paz e para o benefício da comunidade mundial, como a União Européia, o Parlamento Europeu, a Corte Européia, o ressurgimento da Maçonaria nos países do Leste Europeu e nos que foram longamente dominados por ditaduras, a luta pelo laicismo e a defesa dos direitos da mulher em todo o mundo. Qualquer mulher maçom que se faça reconhecer como tal, às portas do Grande Oriente da França, tem livre entrada no grande prédio da Rue Cadet nº 16, em Paris. Identificando-se na rua como maçom, não somente na França, mas em qualquer lugar da Europa, uma mulher receberá assistência fraternal, da mesma forma que qualquer homem, e o irmão que lhe prestar ajuda não terá qualquer expressão de estranheza, dúvida ou desdém, como é tão comum na América Latina.
Bem ao contrário do que ocorre tão freqüentemente em nosso País, principalmente no interior, não há em toda a Europa um só maçom que desconheça a existência de lojas femininas ou mistas. Como não há um só que se atreva a dizer que sejam "irregulares" ou "espúrias" – termos que ainda se ouve aqui e acolá da boca de poucos e raros incultos maçons brasileiros.
Em dezembro de 1988, as 4 Obediências Belgas – Grande Loja Feminina da Bélgica, Grande Loja da Bélgica (masculina), Federação Belga do Direito Humano (mista) e Grande Oriente da Bélgica (masculina) assinaram uma declaração conjunta, cujos termos são os seguintes:
"Co-herdeiras de vários séculos da história maçônica, durante os quais tantos maçons ilustraram a história de nossas regiões, as Obediências signatárias declaram participar da mesma Ordem inciática, tradicional e universal, que, baseada na fraternidade, constitui, sob o nome de Franco-Maçonaria, uma comunidade de pessoas probas e livres, embora conservando cada uma sua soberania e sua autonomia de decisão. As Obediências constatam que, para além da sua diversidade e da variedade de suas Lojas, elas têm em comum:
1. A iniciação e a prática do método simbólico; 2. A preocupação de trabalhar pela melhoria da condição humana sob todos os aspectos; 3. A defesa da liberdade de consciência, de pensamento e de expressão; 4. A busca da harmonia entre todos os seres humanos pela conciliação dos opostos; e 5. A rejeição de todo dogma."
Este é um reflexo do espírito do CLIPSAS – Centro de Ligação e Informação das Potências Signatárias do Apelo de Estrasburgo, que vem promovendo a união e mútuo reconhecimento das Potências Maçônicas no mundo inteiro - mistas, femininas ou masculinas - desde janeiro de 1961, sem prestar contas à Grande Loja da Inglaterra. É parte do movimento da Maçonaria Liberal, que soma em suas fileiras uns 80%, provavelmente mais, da população maçônica da Terra. Pode-se dizer, sem risco de errar, que este é o rumo que tomará a Maçonaria no presente milênio. E não será uma ilha que bloqueará a evolução natural da Sublime Instituição.
O mundo mudou de forma surpreendente depois de 1717, prossegue mudando, evoluindo, conquistando valores da ciência, da tecnologia, antes considerados utopias, raciocínios de ficção. Resta saber se a Maçonaria do século XXI vai acompanhar a evolução da sociedade e adaptar-se ao mundo novo que está nascendo, ou se vai continuar submissa aos critérios ultrapassados da Grande Loja da Inglaterra, defendendo teorias medievais sobre escravos e senhores ou sobre o cérebro menor das mulheres.
O endurecimento, a petrificação são sinais de estagnação e morte. O simples conceito da imutabilidade dos Landmarks é chocante para uma entidade que pretende lutar pelo progresso da humanidade. Não passa de puro dogmatismo e é contrário a todos os ensinamentos sobre iniciações maçônicas.
O grande compromisso da Maçonaria é com a Verdade e com o Ser Humano, e não com costumes próprios de uma época ou de um lugar particular do mundo.
Além de homens, a Maçonaria deste século, qualquer que seja a Potência de subordinação, iniciará em seus quadros e mistérios, mulheres, as menos e as mais prestigiadas e mais simples e mais opulentas da sociedade, mas de reconhecida moral de bons costumes, semelhantes aquelas que em suas simplicidades revolucionaram a história, a exemplo da heroína cachoeirana Ana Nery, das baianas e brasileiras como a madre Joana Angélica, Maria Quitéria, Irmã Dulce, as quais como tantas outras conquistaram expressão nas páginas da história nacional e do mundo ao lado de Golda Meir, de Tarsila do Amaral, Cecília Meireles, Chiquinha Gonzaga, Joana d’Arc, Maria Montessori, Rosa Luxemburgo, Marie Curie, Agatha Christie, Rachel de Queiroz, Frida Kahlo, Madre Teresa de Calcutá, Evita Perón, Anne Frank, Toni Morrison, e para dar exemplo mais atual, merece destaque Rigoberta Menchú, ativista dos direitos humanos, em pleno exercício da causa a qual se dedica.
Jesus Cristo chegou ao mundo, enviado por seu genitor celeste - Jeová, com a expressa determinação para extinguir a soberania das Leis anacrônicas da época, instruídas pelo próprio Deus a Moisés no deserto, promovendo uma revolução na estrutura da fé e da vida dos povos, instituindo no mundo o império da graça, anunciando a implantação do Reino Celestial para os que buscam dele participar, sustentando a esperança de viverem eternamente na glória. A Maçonaria do século XXI, para legitimar o que instrui e prega, preparará a família maçônica para recepcionar o Cristo em sua segunda vinda, não permanecerá imutável, petrificada nas instruções do Antigo Testamento, mas será a expressão fiel das instruções do HáBrit HáHadashah, da Era da Graça.
Amigo Pedro.
ResponderExcluirTenho enviado algumas saudações através dos meios de comunicação virtual. Porém não tenho tido respostas. Tudo Bem! Sei o quanto vccê é uma pessoa de muitos afazeres, e eu não valho um "tostão" de importância.
Gostei muito do seu artigo que trata da referida Sociedade. Madar-lhe-ei, todavia, uma explanação sobre o que eu penso do tema.
Cordialmente
José Braga
(Ivan)
Tem misericórdia, caro Ivan. Eu não tinha visto ainda a sua manifestação. Você vale e muito! Apareça!
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