Estagiário registra queixa por assédio moral contra presidente do STJ
Ari Pargendler só se manifestará na segunda, informou assessoria do STJ.
Rapaz registrou queixa na polícia; boletim de ocorrência foi enviado ao STF.
Ministro Ari Pargendler, presidente do STJ, em
imagem de arquivo (Foto: Luiz Antonio SCO / STJ)
O delegado titular da 5ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal, Laércio Rossetto, encaminhou nesta sexta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) boletim de ocorrência em que o estudante universitário Marco Paulo dos Santos, 24 anos, afirma ter sofrido assédio moral do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler, na fila da agência do Banco do Brasil, dentro da sede do tribunal.
A assessoria de imprensa do STJ informou que o presidente está no Rio Grande do Sul e somente dará entrevista sobre o caso na próxima segunda-feira (25), quando retornar de viagem.
Santos trabalhava como estagiário na Coordenadoria de Pagamento do STJ. Ele disse que foi demitido na última terça-feira (19), menos de uma hora depois do episódio envolvendo o ministro. O estudante avaliou a agressão como assédio moral e disse que tudo aconteceu quando ele estava na fila dos caixas eletrônicos para realizar um depósito.
Ele declarou que, ao chegar ao banco, foi informado por um funcionário que apenas o caixa que Pargendler estava usando funcionava para depósitos. O estagiário disse que ficou atrás da linha que demarca o início da fila, aguardando a vez, quando foi abordado pelo ministro, que teria pedido para que ele deixasse o local.
O estudante diz que não sabia quem era o ministro e argumentou que apenas aquele caixa estava funcionando. Segundo Santos, Pargendler teria feito gestos bruscos e mandado ele sair de perto.
De acordo com Santos, o presidente do STJ arrancou seu crachá, terminou a operação bancária e foi diretamente pedir a demissão do estagiário. Ele conta ainda que duas testemunhas assistiram à cena, que também teria sido gravada pelo circuito interno de câmeras da agência bancária. O G1 procurou as duas testemunhas, mas não conseguiu contato com elas.
“Me senti discriminado, agredido verbalmente e fisicamente. Acredito que se fosse servidor, se estivesse melhor vestido, o tratamento seria diferente. Pior é que eu contava com esse trabalho, com o dinheiro. Fiquei em prejuízo”, afirmou Santos, que mora em Valparaíso, cidade do entorno do Distrito Federal a cerca de uma hora do centro da Capital. Ele recebia R$ 750 por mês.
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