sexta-feira, 6 de agosto de 2010

DEBATE TEM FRACA AUDIÊNCIA DE ATÉ 5,5 PONTOS


Fonte: Bahia Notícias
A população brasileira demonstrou ainda estar pouco interessada nas eleições deste ano. O primeiro debate entre os presidenciáveis, transmitido pela Rede Band na noite desta quinta-feira (5), teve seu ponto máximo de audiência de 5,5 pontos. A média é baixíssima: de 1,8 a 1,9 pontos. Tomou uma lavada da semifinal da Taça Libertadores da América, transmitida pela Rede Globo, entre São Paulo e Internacional. O futebol teve como média 36,9 pontos. No horário do debate, a Record teve 7,4 médios, segundo levantamento Ibope. Informações do Terra.
DEBATE: SERRA CITA ABANDONO DO PORTO DE SALVADOR

A Bahia entrou na ciranda do debate da Band numa resposta de Serra a Dilma, após uma pergunta provocativa da candidata petista sobre o passado (a administração de FHC) quando Serra havia dito que olhar para o retrovisor não era o seu propósito, embora tenha respondido, e dito que a eles, candidatos, interessavam o presente e o futuro. Dilma citará entre feitos de Lula a indústria naval, que Serra reconheceu como importante, embora rebatendo que quer fazer, se chegar a Presidência uma indústria mais forte “com as peças dos navios sendo fabricadas no Brasil, na medida em que tais componentes são importados. Aqui só é feita a montagem dos navios para a Petrobrás”. Mais adiante, ainda respondendo, a Bahia entrou na dança. Foi um dos poucos Estados citados. Disse Serra, espicaçando Dilma, que de 20 aeroportos brasileiros, 19 estão superados e criticou fortemente a situação das estradas para a escoação da produção. “O porto de Salvador é uma lástima, praticamente não funciona. Nada foi feito pelo porto da Bahia e o Estado está prejudicado. Escoa a sua produção ou pelo porto de Suape, em Pernambuco, ou pelos portos do Sul, inclusive a produção do Oeste baiano, o que encarece o preço internacional da soja. “Nós vamos acabar com isso” –disse. Dilma passou ao largo.

(Samuel Celestino)

NETINHO CHAMA DANILO GENTILLI DE RACISTA

Foto: Max Haack/BN

Se o clima entre os presidenciáveis manteve-se respeitável durante todo o debate da Rede Band, realizado nesta quinta-feira (5), o momento em que os ânimos se acirraram mesmo foi após o evento. Quando jornalistas arrancavam declarações das dezenas de políticos presentes, o repórter do CQC Danilo Gentilli ironizou a filiação partidária do candidato ao Senado pelo PCdoB de São Paulo, o cantor Netinho. Na entrevista, o humorista questionou o cantor sobre sua veia comunista e o incitou a comentar sobre declarações do pensador Karl Marx. Diante do pouco conhecimento sobre as diretrizes da legenda que é filiado e o desconforto com a provocação, Netinho, com o dedo em riste, atacou: “Você é racista, você não gosta de negro. Você compara negro a macaco, porque para você negro é King Kong”.

DILMA FOGE DE DÍVIDA; SERRA DE PRIVATIZAÇÕES


Foto: Max Haack/BN

Ao que parece, foi a pergunta de Plínio de Arruda sobre a prioridade dada pelo Governo ao pagamento de juros da dívida a mais delicada a Dilma Rousseff (PT). Segundo o socialista, o que é repassado para os banqueiros internacionais é 31 vezes maior do que o valor gasto com o Bolsa Família. A petista, em sua resposta, não tocou nesta contradição, e apenas destacou que “a renda dos mais pobres cresce a taxas asiáticas, e a dos ricos crescem em taxa menor”, para justificar a política de redução das desigualdades. A candidata destacou a combinação da política social com a valorização do salário mínimo, que teve um ganho de 74% acima da inflação no atual governo. Dilma também ressaltou a reforma agrária realizada, na qual teriam sido utilizados 46,7 milhões de hectares para re-assentamentos. Sobre o alto custo da dívida, nada. O tucano José Serra, incitado pelo jornalista José Paulo Andrade a comentar sobre a estratégia de “esconder os 8 anos de mandato de FHC” devido às privatizações impopulares, preferiu não entrar no mérito. Preferiu utilizar a oportunidade para criticar o “loteamento de cargos” do atual governo no Correios. “Vou estatizar as empresas que são do governo, para servir ao interesse público, e não a um partido, a interesse de parlamentares e etc.”, criticou. O tucano contrapôs as críticas às privatizações da era FHC com o fato do atual governo não reestatizar nenhuma empresa privatizada. Foi a brecha para Dilma se deleitar: “Não somos daqueles que falam que vão rever contratos. Respeitamos os que são feitos de juridicamente corretos”. Ela lembrou que o antecessor de Lula arrecadou R$ 100 bilhões em privatizações, mas, no período, a dívida pública saltou de R$ 20 para 60 bilhões.

DILMA E SERRA POLARIZAM DEBATE

Foto: Max Haack/BN

Não foi sem razão as constantes reclamações de Plínio de Arruda (PSOL) quanto à “discriminação” que diz ter sofrido durante o debate. Os principais temas e os maiores embates discursivos aconteceram mesmo entre Dilma Rousseff(PT) e José Serra (PSDB). Ambos trocaram perguntas em todos os blocos do programa, e tiveram oportunidade de debater, via perguntas, réplicas e tréplicas, por 24 vezes. Pode-se dizer que os dois só se dirigiram aos outros candidatos devido às regras pré-estabelecidas. Um dos principais embates entre os dois principais candidatos aconteceu em torno da informação, exposta por Serra, de que o Governo Federal cortou as verbas para as Apaes (associação de pais de pessoas excepcionais). “Não sei porque deixou o Ministério da Educação quis proibir a Apae de dar cursos e cortou a ajuda em transporte para as crianças. Sugiro que liguei para o ministro da educação e diga que ele está fazendo uma crueldade. Todo convênio está sendo cortado”, denunciou. Visivelmente desinformada da suposta situação, Dilma, apenas após o intervalo comercial, recebeu a informação de que os Apaes estavam contemplados no Fundeb, fundo federal que repassa verbas para a educação. Informação prontamente contestada por Serra. Outra polêmica residiu no debate sobre a Saúde. Serra apresentou dados que apontaram a redução de cirurgias de próstatas, varizes e cataratas, que eram feitas através de mutirões, no governo FHC. O modelo foi atacado por Dilma: “Não sou contra mutirões, mas não são políticas estruturantes, mas emergenciais”. Em seguida, diante da insistência do tema pelo tucano, afirmou: “São feitos mutirões em vários estados com dinheiro do governo federal”. Ambos defenderam a criação de policlínicas especializadas.

MARINA QUER ‘REALINHAMENTO POLÍTICO’


Foto: Max Haack/BN

Em sua participação no debate da Rede Band, nesta quinta-feira (5), a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, não entrou polêmicas e se ateve a discutir as propostas para o país. Com discurso moderado em relação ao Governo Lula, do qual fez parte como ministra, Marina elogiou o Bolsa Família, “que tirou 35 milhões de pessoas da linha da pobreza”, e propôs a criação do que chama de terceira geração dos programas sociais, com a proposta de dar “igualdade de oportunidades”, com educação e ensino técnico. A candidata também se dispôs a fazer um “realinhamento histórico” entre os partidos que polarizam a política brasileira, e “esquecer as divergências que são da oposição pela oposição”. A candidata utilizou como exemplo a CPMF, que opôs o PT e PSDB em circunstâncias distintas, em sua criação e derrubada. A candidata também ressaltou sua origem humilde, ao relatar que sabe “o que é ficar na fila como indigente, tive uma oportunidade de vivenciar como indigente nas filas do acre”, disse, ao priorizar a saúde em um momento inicial do governo. Para não passar em branco nas provocações, lembrou que, ao discutir em público sua proposta para a prevenção e combate ao crack, viu uma programa “muito similar” ser apresentado, uma semana depois, pelo Governo Federal.

PLÍNIO QUESTIONA SOBRE TEMAS POLÊMICOS

Foto: Max Haack/BN

O candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, assumiu o papel de franco atirador e pôs pimenta na discussão ao levantar questões tidas como polêmicas na corrida presidencial. Perguntou a José Serra (PSDB) e à Dilma Rousseff (PT) sobre suas opiniões quanto às propostas de anistia aos desmatadores, a redução da carga horária dos trabalhadores brasileiros e a limitação das propriedades rurais em até mil hectares. Dilma, a primeira a responder, disse não concordar com “medidas que flexibilizem o desmatamento”, se posicionando contrária à anistia. A petista, entretanto, defendeu que a discussão da carga horária tem de acontecer nos sindicatos. “Não é papel do governo substituir os movimentos sociais, e determinar qual a jornada esse ou aquele setor deve ter. Tem setores que tem condições te der jornada melhor, já empresa pequenas e médias tem discussões bastante específicas”, opinou. A candidata não considerou “prudente” impor limites às propriedades agrícolas, mas defendeu medidas em favor da agricultura familiar, como o acesso ao crédito e a assistência técnica. Sobre a última posição, Plinio decretou: “Você está no modelo da desigualdade, e não da igualdade”. O candidato tucano adotou opiniões idênticas à da petista, e aproveitou para alfinetar o atual governo. Sobre o limite de terras, disse: “Tem estoque de terras que foram desapropriadas e não foram distribuídas. Para que procurar essa briga agora? Não faz sentido isso”. Quanto à jornada de trabalho, defendeu que fossem definidas “sindicato a sindicato por todo o Brasil. É um bom debate para ser feito no congresso nacional, mas o engessamento constitucional seria um exagero”. Serra também se posicionou contra a anistia aos desmatadores. Plínio defendeu a redução da jornada de trabalho, para “gerar mais empregos e não impor jornada brutal de trabalho” aos brasileiros. Foi em favor também da limitação das propriedades rurais, para “dar mais terras à população rural do país”.

DILMA LEMBRA FHC E SERRA CRITICA INFRAESTRUTURA


Foto: Max Haack/BN

No debate da TV Band, realizado na noite desta quinta-feira (5), os candidatos à Presidência da República começaram a discutir o futuro do país. Apesar da proposta inicial dos postulantes ser de discutir propostas para o país, não durou muito tempo para que a polarização entre José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) descambasse em críticas às gestões dos antecessores de ambos os partidos no comando do país. Quem começou com a provocação foi Dilma, ao questionar Serra sobre o desempenho pífio de Fernando Henrique Cardoso na geração de empregos, ante as 14 milhões da vagas criadas nos oito anos de Governo Lula. “A gente não deve fazer campanha com olhos no retrovisor. Prefiro olhar o que está acontecendo agora e olhando para o futuro. Circunstâncias da economia são completamente diferentes. Não depende da vontade e do talento dos governantes”, defendeu-se o tucano, para então revidar: “Quero saber como o Brasil vai crescer de maneira sólida, se, depois de oito anos, em área em que você teve atuação decisiva (a infraestrutura), temos no país vinte aeroportos engarrafados e somos 125º lugar em matéria de ruindade de portos”. A petista recordou que o atual governo também passou por uma grande crise, mas mesmo assim o saldo positivo na criação de empregos foi de 1,7 milhões. Desqualificou o dado sobre o ranking de portos, que seria de 2006. “De lá para cá houve grandes investimentos em dragagem”, disse, demonstrando nervosismo, a candidata. Serra treplicou: ”Vá até salvador e veja o que é um porto congestionado. Baianos mandam mercadorias para Suape, em Pernambuco, ou para Santos”, afirmou.

(Rafael Rodrigues)

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