domingo, 2 de maio de 2010

XANGAI/CHINA: UMA FEIRA DE US$58 BI

XANGAI - Menos de dois anos depois das Olimpíadas de Pequim, o governo chinês abriu na sexcta-feira a Expo 2010, em Xangai, que consumiu quase US$ 58 bilhões em investimentos e colocou cerca de dois milhões de pessoas às margens do Rio Huangpu para ver uma cerimônia exuberante de fogos de artifício . A festa, que reúne representantes de 242 países e entidades governamentais, teve a presença do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e do presidente chinês, Hu Jintao.
As únicas autoridades brasileiras presentes na abertura foram o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alessandro Teixeira,o cônsul do Brasil em Xangai, Marcos Caramuru e o embaixador do Brasil em Pequim, Clodoaldo Huegney.
Depois da festa, milhares de chineses e estrangeiros enfrentaram uma maratona para voltar para casa. Pontos de ônibus lotados e centenas de pessoas disputando um táxi no grito pelas ruas de Xangai. Muitos dos que foram às margens do rio tiveram dificuldade para assistir ao espetáculo grandioso.
Mas os dois mil convidados vip foram acomodados num espaço que parecia mandar um recado claro para o mundo: a China está cada vez mais se modernizando e querendo ser reconhecida como uma nação preocupada com um futuro sustentável. Até os bancos eram de material reciclado.
O vice-coordenador do bureau que organizou a Expo disse ao "China Daily" que os princípios usados foram os mais verdes possíveis. Um enorme anúncio da Siemens no mesmo jornal mostra que as luzes do suntuoso pavilhão chinês são de tecnologia de baixo custo usada em edifícios sustentáveis. O tema da Expo, "Cidade melhor, vida melhor", é uma tentativa de provar que a China e viável do ponto de vista ambiental.
Governo enfrentou protestos de famílias
O que mais se ouve nas ruas em Xangai é que fazer a Expo - um evento com mais jornalistas credenciados do que as Olimpíadas de Pequim e um público recorde esperado superior a 70 milhões de pessoas até outubro - custou ao governo protestos de famílias. Com tratores, o governo chinês derrubou prédios e casas na antiga zona industrial para levantar os pavilhões.
Não só. São 70 mil voluntários trabalhando numa área de quase seis quilômetros quadrados de pavilhões para atender aos visitantes. A Expo é uma tentativa de mudar o discurso a favor da sustentabilidade. Como a China vai conseguir fazer isso, não se sabe.
(*) A jornalista viajou a convite da Apex-Brasil

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