BRASÍLIA - O governo quer aproveitar a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Israel, neste mês, para aumentar os laços de comércio e firmar acordos de cooperação em inovação com aquele país, informou o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, que chega hoje a Tel Aviv para uma rodada de encontros com autoridades israelenses.
Barral acredita que o Brasil poderá beneficiar-se dos fundos destinados por Israel para investimentos em pesquisa e desenvolvimento industrial, que somam US$ 500 milhões anuais. Entre as áreas onde o secretário vê grande potencial de associação entre empresas brasileiras e israelenses estão o setor farmacêutico, equipamentos médicos e de software.
O comércio entre os dois países é ainda pequeno; as exportações brasileiras a Israel caíram de pouco menos de US$ 400 milhões em 2008 para US$ 270,5 milhões no ano passado, na maior parte carne e derivados e commodities, como soja, café e açúcar. O Brasil importa mais: US$ 1,2 bilhão em 2008 e US$ 651 milhões no ano passado, quase metade em fertilizantes, e também produtos médicos, inseticidas e manufaturados.
Segundo o secretário, a grande abertura do mercado de Israel, com quase 70% das importações isentas de tarifas, torna o país um destino atraente para as empresas brasileiras. " A maior barreira é a da informação " , afirma. Para Barral, uma prioridade nos contatos comerciais com os israelenses é o estímulo às associações de investimentos e à troca de experiências em inovação. Em Israel há cerca de 300 fundos de capital de risco e 27 parques tecnológicos, com empresas de alta tecnologia como a Intel, que desenvolveu lá alguns de seus principais produtos.
O governo brasileiro tem procurado laços comerciais com Israel para reafirmar a neutralidade do país em relação aos conflitos no Oriente Médio, ainda que as declarações das autoridades brasileiras sejam favoráveis às demandas da Autoridade Palestina em relação ao governo israelense e seja unânime no Planalto a condenação à expansão dos assentamentos israelenses nos territórios palestinos.
Para evitar atritos com os países árabes, as iniciativas em direção a Israel tem sido acompanhadas de ações semelhantes em relação aos paises vizinhos, como na reunião que o presidente Lula fará a Tel Aviv na segunda quinzena de março, que será seguida por uma visita aos territórios palestinos e à Jordânia, com quem o Mercosul também negociou acordo de livre comércio.
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