terça-feira, 23 de março de 2010

LULA ALMEJA SER SECRETÁRIO-GERAL DA ONU, DIZ THE TIMES

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria avaliando uma tentativa de se tornar o próximo secretário-geral da ONU, segundo reportagem publicada no sábado pelo jornal britânico The Times.
Lula, que deixará a Presidência da República em janeiro, pode buscar o posto quando o primeiro mandato de Ban Ki-moon terminar no final de 2011, segundo a publicação. A ideia teria sido lançada primeiramente pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, durante uma reunião da cúpula do G-20, em Pittsburgh (EUA), em setembro.
Procurado pelo diário, Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, não descartou a possibilidade, dizendo que Lula tem "enorme interesse em questões internacionais", especialmente no processo de integração da América do Sul, e "uma grande paixão pela África". "Ele realmente quer fazer algo para ajudar a África", afirmou Garcia.
De acordo com o jornal, o estilo pessoal e a capacidade de Lula de manter relações amigáveis com todos os lados - China e Estados Unidos ou Irã e Israel - elevaram seu perfil internacional. O The Times citou ainda a postura do presidente em uma visita na última semana ao Oriente Médio, na qual disse: "O vírus da paz está comigo desde que eu estava na barriga da minha mãe."
A publicação reconheceu, contudo, que Lula recentemente adotou posições que desagradaram a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, dois dos países que poderiam vetar sua indicação. Segundo o jornal, ele aborreceu Washington ao receber o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, em novembro, e ao criticar as sanções contra o país. A reportagem destacou ainda o apoio do presidente à Argentina na disputa com os britânicos pelas ilhas Malvinas.
Segundo o jornal, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, teria classificado as ambições de paz mundial de Lula como "risivelmente ingênuas". Diplomatas esperam que Ban Ki-moon, cauteloso ex-ministro de Relações Exteriores da Coreia do Sul, tente um segundo mandato de cinco anos, informou o The Times.

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