segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

BRASÍLIA/DF: Prudente renuncia à presidência da Câmara

Deputado da meia já estava afastado, mas não vai perder o cargo de deputado distrital
Mariana Londres e Laís Lis, do R7, em Brasília
Celso Júnior/AE 11.01.2010Foto por Celso Júnior/AE 11.01.2010
Leonardo Prudente é acusado de receber dinheiro de propina


O deputado distrital Leonardo Prudente (sem partido), que ficou conhecido após ser flagrado guardando dinheiro na meia no escândalo de pagamento de propina no Distrito Federal, renunciou nesta segunda-feira (25) à presidência da Câmara Legislativa do DF. Prudente já estava afastado do cargo por determinação da Justiça, mas, com a renúncia, uma nova eleição será convocada. Ele se mantém no cargo de deputado distrital. A manobra impede que a presidência fique com a oposição, o que vinha acontecendo, já que o vice-presidente da Casa, Cabo Patrício (PT), estava no comando da Câmara desde o afastamento de Prudente. Os aliados do governador José Roberto Arruda, também acusado de envolvimento no escândalo, têm maioria na Casa e devem eleger um deputado distrital da base do governo.
Prudente nega as acusações sobre sua participação no mensalão do DEM, como o escândalo ficou conhecido, e alega que guardou o dinheiro na roupa por "questão de segurança".





Hoje, os deputados devem voltar ao trabalho, depois do recesso parlamentar ser suspenso pelo presidente interino da Casa, deputado Cabo Patrício (PT). Os líderes partidários precisam indicar os nomes dos integrantes das comissões que vão investigar as denúncias de corrupção contra Arruda.
Se os líderes partidários não cumprirem o prazo, que termina às 14h de hoje, o próprio Cabo Patrício promete nomear os integrantes da CPI. A escolha do presidente e do vice-presidente da CPI deve ser feita às 18h. Durval Barbosa, ex-secretário do governo Arruda e detonador do escândalo no DF, deve ser ouvido na terça-feira (26) pelos deputados. O depoimento deve ser feito na Superintendência da Polícia Federal de Brasília. Desde a deflagração da operação, em novembro, Barbosa está sob proteção policial.
O suposto esquema de pagamento de propina no governo do DF foi flagrado por imagens gravadas pelo então secretário de Relações Institucionais de Arruda, Durval Barbosa, que aceitou ajudar nas apurações em troca de uma futura redução de pena, a chamada delação premiada. Os recursos distribuídos aos parlamentares viriam de empresas que prestam serviços ao governo do Distrito Federal.
As imagens foram divulgadas após a operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, em 27 de novembro, que cumpriu 29 mandados de busca e apreensão em Brasília, Goiânia e Belo Horizonte para reunir provas sobre a suposta distribuição de recursos ilegais à base aliada do governo do DF.


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