quarta-feira, 30 de setembro de 2009

EM AÇÃO DE GRAÇAS


Pe. Sebastião Heber celebra 30 anos de sacerdócio

Palloma Braga: No dia 26/09 fiéis, convidados, representantes da  sociedade civil e autoridades eclesiásticas   se reuniram   na Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Monte, em Cachoeira,  para celebrar os 30 anos de ordenação Sacerdotal do Padre Sebastião Heber. A missa contou também com as presenças dos integrantes  da Irmandade da Boa Morte de São Gonçalo dos Campos e de algumas irmãs da Irmandade da Boa Morte de Cachoeira. Teve como pregador o renomado orador sacro Monsenhor Gaspar Sadoc que falou da importância do sacerdócio e da qualidade de irmãos, independente do credo religioso.   “Sacerdote é uma oferta total de alguém para o povo”,  salientou Sadoc.
A Celebração contou com grande número de participantes que iam de filhos e mães de santo a representantes evangélicos, todos com a intenção de homenagear e cumprimentar o Padre, que além de exercer função sacerdotal é professor universitário, pesquisador, escritor e colunista semanal do tradicional  Jornal A Tarde.
Pernambucano, Pe. Sebastião Heber veio para a Bahia a menos de uma década. Já recebeu título de cidadão de Salvador, Cachoeira e Maragojipe, demonstrando assim a popularidade e o respeito conquistados por ele. “Padre Heber é um presente que Pernambuco deu a Bahia”, expressou Edivaldo Boaventura, professor emérito da Universidade Federal da Bahia, presidente da Academia de Letras da Bahia e Diretor do Jornal A Tarde.

BOA MORTE – Especialista renomado em religiões de raízes africanas e doutor em antropologia da religião,  Padre Sebastião Heber relançou em agosto desse ano  o seu livro “Festa da Irmandade da Boa Morte e o Ícone Ortodoxo da Dormição de Maria” (3º edição), uma de suas 5 obras lançadas na Bahia. Coincidentemente, ou não,  neste mesmo período foram  expostas faixas ofensivas  ao Padre na fachada da Capela – mor e do palacete sede  da referida Irmandade. Uma delas colocava em questão a veracidade de sua ordenação sacerdotal:  “Sebastião Héber, a diocese da Bahia nos disse: você não é padre, (...)”.  A atitude repercutiu desfavoravelmente para a direção da Irmandade e trouxe descontentamentos por toda comunidade. No entanto, quando questionado sobre o assunto o Padre diz que é necessário ter paciência. “Cristo também foi injustiçado, Cristo foi incompreendido, então a gente perdoa tudo e a resposta é isso que tá aqui”, se referindo ao grande número de presentes na sua celebração.  O mesmo ainda diz que pretende dar continuidade aos seus estudos. “Estou aqui para dar esse testemunho que as  pesquisas continuam”.

O religioso colabora nas paróquias da Vitória e de São Pedro em Salvador, mas preferiu celebrar o aniversário sacerdotal  em Cachoeira, quando aceitou o convite da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição do Monte. “Eles me convidaram para ser aqui, então eu aceitei de imediato já que tenho ligação com essa Irmandade e com os irmãos daqui”.
Padre Sebastião é um grande defensor da preservação cultural e diz que uma comunidade não pode morrer culturalmente, pois “morrer culturalmente  é terrível”. Cachoeira é um santuário aberto, encontro de religiões, encontro de culturas, salientou.
Após homenagens e  agradecimentos finalizou a missa dizendo “É uma ação de graças” e ao término do cântico final partiu para o abraço.

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