Palloma Braga: No dia 26/09 fiéis, convidados, representantes da sociedade civil e autoridades eclesiásticas se reuniram na Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Monte, em Cachoeira, para celebrar os 30 anos de ordenação Sacerdotal do Padre Sebastião Heber. A missa contou também com as presenças dos integrantes da Irmandade da Boa Morte de São Gonçalo dos Campos e de algumas irmãs da Irmandade da Boa Morte de Cachoeira. Teve como pregador o renomado orador sacro Monsenhor Gaspar Sadoc que falou da importância do sacerdócio e da qualidade de irmãos, independente do credo religioso. “Sacerdote é uma oferta total de alguém para o povo”, salientou Sadoc.
A Celebração contou com grande número de participantes que iam de filhos e mães de santo a representantes evangélicos, todos com a intenção de homenagear e cumprimentar o Padre, que além de exercer função sacerdotal é professor universitário, pesquisador, escritor e colunista semanal do tradicional Jornal A Tarde.
Pernambucano, Pe. Sebastião Heber veio para a Bahia a menos de uma década. Já recebeu título de cidadão de Salvador, Cachoeira e Maragojipe, demonstrando assim a popularidade e o respeito conquistados por ele. “Padre Heber é um presente que Pernambuco deu a Bahia”, expressou Edivaldo Boaventura, professor emérito da Universidade Federal da Bahia, presidente da Academia de Letras da Bahia e Diretor do Jornal A Tarde.
BOA MORTE – Especialista renomado em religiões de raízes africanas e doutor em antropologia da religião, Padre Sebastião Heber relançou em agosto desse ano o seu livro “Festa da Irmandade da Boa Morte e o Ícone Ortodoxo da Dormição de Maria” (3º edição), uma de suas 5 obras lançadas na Bahia. Coincidentemente, ou não, neste mesmo período foram expostas faixas ofensivas ao Padre na fachada da Capela – mor e do palacete sede da referida Irmandade. Uma delas colocava em questão a veracidade de sua ordenação sacerdotal: “Sebastião Héber, a diocese da Bahia nos disse: você não é padre, (...)”. A atitude repercutiu desfavoravelmente para a direção da Irmandade e trouxe descontentamentos por toda comunidade. No entanto, quando questionado sobre o assunto o Padre diz que é necessário ter paciência. “Cristo também foi injustiçado, Cristo foi incompreendido, então a gente perdoa tudo e a resposta é isso que tá aqui”, se referindo ao grande número de presentes na sua celebração. O mesmo ainda diz que pretende dar continuidade aos seus estudos. “Estou aqui para dar esse testemunho que as pesquisas continuam”.
O religioso colabora nas paróquias da Vitória e de São Pedro em Salvador, mas preferiu celebrar o aniversário sacerdotal em Cachoeira, quando aceitou o convite da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição do Monte. “Eles me convidaram para ser aqui, então eu aceitei de imediato já que tenho ligação com essa Irmandade e com os irmãos daqui”.
Padre Sebastião é um grande defensor da preservação cultural e diz que uma comunidade não pode morrer culturalmente, pois “morrer culturalmente é terrível”. Cachoeira é um santuário aberto, encontro de religiões, encontro de culturas, salientou.
Após homenagens e agradecimentos finalizou a missa dizendo “É uma ação de graças” e ao término do cântico final partiu para o abraço.
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