Até quando cativos?
Paiva Netto
Dezoito
de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças
e Adolescentes. Trata-se do cumprimento da Lei 9.970, de maio de 2000.
Segundo
o Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual de Crianças e
Adolescentes, “a data é uma
lembrança a toda a sociedade brasileira sobre a menina sequestrada em 18 de
maio de 1973, Araceli Cabrera
Sanches, então com 8 anos, quando foi drogada, espancada, estuprada e morta
por membros de uma tradicional família capixaba. Muita gente acompanhou o
desenrolar do caso, poucos, entretanto, foram capazes de denunciar o
acontecido”.
Já
se passaram mais de 40 anos desse lamentável episódio! É verdade que muitas
louváveis iniciativas pelo país se empenham para evitar novas Aracelis.
Contudo, até agora, não foi possível impedir que outras vítimas surjam a cada
dia.
O
brado renovado aqui é que a sociedade e seus órgãos constituídos jamais fechem
seus olhos para tamanha calamidade. Esse “seriado” horripilante, cujas temporadas
prosseguem ininterruptas e ainda sem data de término, não é uma ficção. A
realidade de dramas inumeráveis continua clamando por mais segurança, bom
senso, atitudes preventivas, justiça e caridade de todos nós.
E
nada melhor do que abordarmos esse horror no ensejo da celebração da Lei Áurea
no Brasil (13 de maio). Enquanto um só indivíduo, independentemente de sua
etnia – seja criança, adolescente, jovem, adulto, idoso, mulher, homem – sofrer
qualquer tipo de violação de seus direitos de cidadania, vivenciaremos um
estado de cativeiro.
Marca da inclusão
Sob
diferenciado espírito acolhedor, funciona a nossa rede de ensino pelo país, na
qual desenvolvemos a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico,
diretrizes da linha educacional que adotamos, que têm como alicerce a
Espiritualidade Ecumênica.
Em
2014, o Conjunto Educacional Boa Vontade, em São Paulo/SP, recebeu integrantes
da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP): a professora doutora Emília Cipriano Sanches, do curso de
Pedagogia; a professora Regina
Helena Zerbini Denigres; e as estudantes de Pedagogia Isadora Prados, Gabriela
Romera, Melissa Rodrigues, Adriana Rocha e Paula Scobosa.
O
Coral e o Grupo de Instrumentistas Infantojuvenis Boa Vontade as recepcionaram
com uma canção de boas-vindas e uma música em Libras (Língua Brasileira de
Sinais), que eles aprendem em sala de aula.
A
dra. Emília Sanches, também coordenadora da Consultoria e Assessoria
Educacional Aprender a Ser, destacou aos alunos: “Uma emoção muito grande! Quem educa educa para transformar, e vocês
estão transformando. Fiquei olhando a expressão de cada um, a felicidade.
Agradeço com muito carinho por vocês me fazerem acreditar que é possível ter
crianças e jovens trabalhando numa perspectiva de transformação. A música que
apresentaram traz uma mensagem maravilhosa, que é da inclusão. E a grande marca
desta Instituição é a inclusão. Parabéns por fazerem essa verdade da inclusão
se manifestar nas nossas vidas. Muito obrigada!”.
José
de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
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