União nacional ou desintegração nacional
O povo não pode assistir a tudo isso como se fosse uma marchinha de carnaval...
Neste momento de
grave crise, o país precisa se unir para atender às suas principais
necessidades com homens que possam ser identificados como
grandes patriotas. O país vive hoje a desintegração pela anomia dos
poderes, pelo desrespeito entre os poderes e pelo desrespeito ao
servidor - que por consequência não pode ser leal a governantes que hoje
respondem a processos por terem provocado a miséria com corrupção e
violação das leis.
O país não pode assistir a seus maiores estados
da federação não cumprirem com o dever mínimo, desrespeitando seu
funcionário na relação básica entre patrão e trabalhador, que é o
salário. Muito menos com aquele que já deu toda a sua vida para o estado
e hoje, no ocaso da vida, precisando de seus humildes salários, não
recebe.
O Congresso não pode se colocar no mesmo nível de
representantes indignos que o povo, num momento de infelicidade, elegeu.
E estes representantes são muitos, ou até a maioria no Congresso.
O poder de polícia não pode
ser desrespeitado por um povo que precisa dele, mas também não pode ter
nesse segmento homens que não possam exigir que a lei seja cumprida,
quando desrespeitam os princípios mínimos da dignidade de um servidor.
O
governo federal não deve ter no sistema financeiro sua única
preocupação. Sua obrigação maior deve ser com o trabalhador, e que haja
emprego. Não adianta fazer política de juros, reduzir a inflação com a
fome, a miséria, e usando a camuflagem de que o país vai bem, enquanto o
povo se convulsiona. No mínimo, o que se poder dizer é que os
banqueiros vão bem, mas até seus empregados vão mal, porque também são
trabalhadores. Nesse país que só se preocupa com sistema financeiro, é o
trabalhador que val mal, sem emprego e sem suas reivindicações
atendidas.
Não existe na literatura da economia do mundo qualquer
coisa que possa parecer com o que está acontecendo com o Brasil: além
da fome, de um dos maiores níveis de corrupção do mundo, da falta de
segurança pública, da falta de saúde pública - até a febre amarela,
dizimada há mais de cem anos, voltou - e com o desemprego, no qual um em
cada quatro brasileiros está sem trabalho. Desses desempregados, 80%
estão 18 e 25 anos. De 0 a 25 anos, são mais 100 milhões de brasileiros
nas classes C e D. O que se espera do futuro desse país?
O que
esperam os intelectuais, os empresários, as autoridades, os formadores
de opinião desse país, que ainda não compraram casas em Lisboa, Londres e
Miami? Estão prontos para comprar e assistir, na Europa ou nos Estados
Unidos, à desintegração do Brasil?
A empresa responsável por 65%
do PIB brasileiro está destruída. O capital entra para especular no
mercado financeiro, e não para promover o desenvolvimento. E
esses senhores atuam como guarda-costas do capital estrangeiro - usamos o
nome "guarda-costas" para não usar o verdadeiro nome, que seria um
adjetivo pejorativo.
Difundem, publicam, dão entrevistas
afirmando que o país vai bem. O exemplo mais claro do que o país está
passando é o Espírito Santo. Alvíssaras ao rei governante, que fez o
reajuste fiscal, que acertou as contas do estado, mas que também mostrou
ao mundo que lá naquele estado começava a revolução social. Não eram
ladrões comuns os que arrombavam lojas. Eram também representantes de
segmentos da sociedade desesperados com o desemprego e a fome. Ali não
se via o sucesso da economia do governo do Espírito Santo, e sim o que
pode acontecer com o país quando o sistema financeiro vai bem e o
povo morre de fome.
O Espírito Santo mostrou para o mundo um clipping do que pode acontecer com o país.
Alguns
desses economistas banqueiros pode dizer ao país como nós vamos crescer
oferecendo emprego nos próximos anos? Se algum deles tiver essa
certeza, que diga qual ou quais segmentos vão crescer, e como podem
crescer na situação em que nos encontramos.
A indústria paulista e
a do resto do país que precisa exportar aguenta um câmbio que, no
passado, nos levou a pedir ao FMI US$ 40 bilhões, no fim de um governo,
para não quebrar?
O que esperam as autoridades dos meses de abril e
maio, com as delações da Lava Jato e com a tranquilidade com que se
desenrola este processo - parecendo proposital com sua lentidão para que
o esgarçamento seja diário? Como o país poderá aguentar tanto
esgarçamento?
Um assessor do presidente da República se
autodenomina "mula", e ao fazer isso diz que foi "mula" para o que hoje
ocupa a chefia da Casa Civil. Ainda não se viu o ministro da Justiça ou a
AGU processar este "mula". Ou as denúncias são verdadeiras? Se são, o
chefe da Casa Civil não pode se ausentar por causa de uma cirurgia. Tem
que se demitir porque, com certeza, será preso.
Se tudo é mentira de José Yunes, por que esta "mula" ainda não foi processada?
O povo não pode assistir a tudo isso como se fosse uma marchinha de carnaval...
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