Cachoeira isolou-se do resto
do Estado, pelas rodovias e pelo rio Paraguaçu, transporte fluvial. Se antes
Cachoeira era um transbordo de mercadorias para as cidades vizinhas,
transformou-se em um oásis comercial. A população vive sonhando com a vinda das
fábricas para ter trabalha, emprego e renda. Hoje, isso é impossível
porque a BR 324 passa por Santo Amaro e BR 101 passa por Cruz das Almas. A
decadência da cidade é um fato. Só passa pela cidade quem tem negócio nela.
A última alternativa é
transforma a cidade à semelhança de Ouro Preto, em Minas Gerais, Laranjeira, em
Sergipe, Lençóis Maranhense e Chapada de Amantina. Aqui, só vêm granjas, que
não dão empregos. Os abatedouros de
frangos são localizados em outras cidades por causa das rodovias.
As autoridades, com visão
provinciana, e os proprietários de terras, perderam a oportunidade de trazer
mais uma faculdade particular para Cachoeira, a Faculdade Maria Milza – FAMAN,
que foi para Governador Mangabeira. Trocaram uma faculdade famosa por uma
granja. Ô espírito pequeno! As faculdades gerariam empregos qualificados, hospedagem, e
melhorariam o comércio.
Turismo
Temos tudo para ter um pólo
de turismo. Já somos uma cidade tombada, com casario a partir do século 16.
Belém e Iguape seriam sub-pólos. É preciso que o governo federal e estadual
dinamizem a recuperação das casas e sobrados.
Ponto Dom Pedro II
Faz-se necessário que se
aglutine a Ponte e desaproprie a antiga Estação da Leste Brasileira,
transformando o local em centro de convivência e cultural – exposição de artes,
conferências, etc.
Cultura
Que se façam feiras de
livros, conferentes, exposição de artes, feiras de artesanato, incentivar o
culto e festa da Boa Morte, etc., a fim de ampliar o número e reter o cliente
de turismo cultural, com que eles não tenham necessidade de fazer refeições
fora do perímetro da cidade. É preciso vender a cidade na mídia, trazer
turistas, pessoas para a cidade. Tudo isso, sem desprezar um plano de
agricultura familiar, recuperar os aparelhos do município, como as Associações
de Moradores dos Povoados, para que eles digam no orçamento participativo anual
que obras querem em suas comunidades.
Nota
Aderbal Burgos foi
palestrante no curso de Gestão Pública da UFRB, no final do mês passado –
assunto: Desenvolvimento das sociedades e ditadura civil e militar.
*Aderbal Burgos,
cachoeirano, viveu 25 anos na clandestinidade, líder militante da POLOP contra
o golpe militar de 1964, que implantou a ditadura no Brasil, processado e
condenado, atualmente anistiado.
Acesse: cymbahia@gmail.com - Polop
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