terça-feira, 26 de julho de 2016

NA BAHIA

Coluna Verdade
Por Aderbal Burgos

Extrato de um plano estratégico para a Cachoeira

Cachoeira isolou-se do resto do Estado, pelas rodovias e pelo rio Paraguaçu, transporte fluvial. Se antes Cachoeira era um transbordo de mercadorias para as cidades vizinhas, transformou-se em um oásis comercial. A população vive sonhando com a vinda das fábricas para ter trabalha, emprego e renda. Hoje, isso é impossível porque a BR 324 passa por Santo Amaro e BR 101 passa por Cruz das Almas. A decadência da cidade é um fato. Só passa pela cidade quem tem negócio nela.

A última alternativa é transforma a cidade à semelhança de Ouro Preto, em Minas Gerais, Laranjeira, em Sergipe, Lençóis Maranhense e Chapada de Amantina. Aqui, só vêm granjas, que não dão empregos. Os  abatedouros de frangos são localizados em outras cidades por causa das rodovias.

As autoridades, com visão provinciana, e os proprietários de terras, perderam a oportunidade de trazer mais uma faculdade particular para Cachoeira, a Faculdade Maria Milza – FAMAN, que foi para Governador Mangabeira. Trocaram uma faculdade famosa por uma granja. Ô espírito pequeno! As faculdades gerariam  empregos qualificados, hospedagem, e melhorariam o comércio.

Turismo
Temos tudo para ter um pólo de turismo. Já somos uma cidade tombada, com casario a partir do século 16. Belém e Iguape seriam sub-pólos. É preciso que o governo federal e estadual dinamizem a recuperação das casas e sobrados.

Ponto Dom Pedro II
Faz-se necessário que se aglutine a Ponte e desaproprie a antiga Estação da Leste Brasileira, transformando o local em centro de convivência e cultural – exposição de artes, conferências, etc.

Cultura
Que se façam feiras de livros, conferentes, exposição de artes, feiras de artesanato, incentivar o culto e festa da Boa Morte, etc., a fim de ampliar o número e reter o cliente de turismo cultural, com que eles não tenham necessidade de fazer refeições fora do perímetro da cidade. É preciso vender a cidade na mídia, trazer turistas, pessoas para a cidade. Tudo isso, sem desprezar um plano de agricultura familiar, recuperar os aparelhos do município, como as Associações de Moradores dos Povoados, para que eles digam no orçamento participativo anual que obras querem em suas comunidades.

Nota
Aderbal Burgos foi palestrante no curso de Gestão Pública da UFRB, no final do mês passado – assunto: Desenvolvimento das sociedades e ditadura civil e militar.

*Aderbal Burgos, cachoeirano, viveu 25 anos na clandestinidade, líder militante da POLOP contra o golpe militar de 1964, que implantou a ditadura no Brasil, processado e condenado, atualmente anistiado. 
Acesse: cymbahia@gmail.com - Polop



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