Um dia antes do céu ruir em Brasília pela execução do mandado de
condução coercitiva expedido pelo juiz federal Sérgio Moro para o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro chefe da Casa Civil,
Jaques Wagner, terminou as postagens no twitter afirmando que o
“ambiente que estamos vivendo destrói a democracia e a crença nas
instituições”.
O ex-governador da Bahia não se referia à oitiva de Lula. Estava
preocupado com a divulgação da suposta delação de Delcídio Amaral, que
tem sido confirmada – por gente próxima ao ainda senador, que vazou à
revista Isto É. Wagner, assim como Dilma e outros ministros e
parlamentares, estavam indignados com o que chamam de vazamento seletivo
de informações sigilosas.
Ontem, já com o circo armado e o espetáculo transcorrendo com
transmissão mundial, Wagner voltou ao twitter para condenar a decisão de
Moro. Início com um “Em um país democrático, as instituições de
controle devem atuar com total liberdade para investigar
irregularidades. O combate à corrupção, no entanto, não pode ser feito a
qualquer custo”.
E seguiu: ao mesmo tempo em que garante a autonomia dos órgãos de
fiscalização, a Constituição também impõe o respeito aos direitos dos
investigados. Nosso governo entende que a condução coercitiva de
@LulapeloBrasil para prestar depoimento à PF foi um ato desproporcional e
abusivo.
Até o ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso foi
citado. “Ex-ministro da Justiça no governo FHC, José Gregori também
condenou o método usado pela Operação Lava Jato para obrigar
@LulapeloBrasil a depor”.
José disse que ‘não conheço na nossa legislação a figura da condução
coercitiva sem que tenha havido antes a convocação’, afirma.
Os efeitos desta medida ainda não foram dimensionados, contudo, sabe-se
que a tensão está no ar e as expectativas não são boas, mesmo para quem
defende a queda do atual governo. Apenas os irresponsáveis não vêm como
perigosa a incitação ou excitação presente em ambos os lados por quem
deseja um confronto de fato.
Na história recente do país, pós 1988, não se viu um clima de revanchismo tenso desta forma.
Fonte: Bocao News/Por Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)
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