A crise
não é só econômica, mas, sobretudo, moral
Por Luciano Borges
www@yahoo.com.br
Há algum
tempo, se ouve falar com grande ênfase, três palavras distintas, que ecoam nos
quatro cantos do País. São elas: corrupção, violência e a tal da crise
econômica. Não necessariamente nesta ordem. Na onda dos pronunciamentos feitos
por "intelectuais", "estudiosos" e "cientistas
políticos" sobre a crise, muitos prefeitos e até assessores municipais,
aproveitaram a oportunidade para propagar a queda nos repasses do FPM - Fundo
de Participação dos Municípios, como impedimento para cumprirem suas
obrigações. É evidente, que o Pais passa por uma crise econômica sem
precedentes, e não poderia ser diferente. Afinal, a corrupção tem guarida em
todas as esferas do Poder. Em nosso País existe um festival de corrupções. Tem
para todos os gostos e em todos os setores. O governo gastou mais do que
deveria. Na verdade ainda gasta. O Brasil investe aleatoriamente, quando digo o
Brasil, digo, os políticos de um modo em geral. Temos obras superfaturadas em
praticamente todos os estados e municípios. Além do aspecto financeiro, um mal
maior, e tão preocupante quanto, assola toda a sociedade, que a cada dia,
evidencia a falencia dos critérios que norteiam a moralidade. O modelo
político-administrativo exercido pelo governo federal, e copiado por gestores
municipais, não consegue sequer cumprir o que determina a nossa Constituição. A
Justiça Brasileira, por sua vez, permanece omissa diante de um sistema político
que menospreza os desfavorecidos e privilegia os apaziguados da corrupção. O
que presenciamos são instituições públicas literalmente falidas. O povo não tem
direito à educação de qualidade, à saúde com dignidade e à segurança eficaz. A
crise deixou de ser exclusivamente econômica, tornou-se também moral. Contrariando
os discursos de alguns gestores municipais, notadamente aqueles que exercem
suas funções, ou fingem que exercem, nas cidades do Recôncavo, afirmo que os
repasses destinados aos municípios não sofreram perdas, muito pelo contrario,
em alguns casos, há crescimento, sim! Em Cachoeira, por exemplo, comparando os
anos de 2014 e 2015, o município manteve-se estável, sendo que em 2014 os
repasses do FPM totalizaram R$ 15 milhões, 488 mil, 562 reais e 60 centavos,
quando em 2015, o montante repassado para os cofres do município foram de R$ 16
milhões, 493 mil,700 reais e 78 centavos. Na visão lógica das coisas, gestores
refeces ou exímios articuladores torcem para que a crise, de fato, afete as
receitas dos municípios, pois, somente assim, poderão tentar convencer o
eleitor, e a sociedade de um modo geral, que eles não têm culpa, tendo em vista
os fragrantes descasos. Vejam os demonstrativos:
Janeiro/2014 1.543.952,85
Fevereiro/2014 1.648.715,83
Março/2014 978.010,08
Abril/2014 1.116.233,86
Maio/2014 1.487.518,86
Junho/2014 1.115.543,15
Julho/2014 958.110,41
Agosto/2014 1.163.941,13
Setembro/2014 1.020.291,73
Outubro/2014 964.280,75
Novembro/2014 1.276.348,90
Dezembro/2014 2.215.615,05
Total em 2014 R$
15.488.562,60
Janeiro/2015 1.568.757,56
Fevereiro/2015 1.601.397,53
Março/2015
1.166.382,90
Abril/2015 1.258.836,21
Maio/2015 1.548.017,39
Junho/2015
1.346.932,07
Julho/2015 1.225.494,74
Agosto/2015 1.166.483,39
Setembro/2015
972.504,46
Outubro/2015 1 .106.871,25
Novembro/2015 1.249.744,52
Dezembro/2015
2.282.278,76
Total em 2015 R$ 16.493.700,78
Observação: Em 2015, contando com as demais fontes de arrecadação, a Prefeitura Municipal da Cachoeira alcançou um total de R$54 milhões de reais.
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